Não se sabe sobre o que se inscreve/escreve ou a solidão em “O afogado mais bonito do mundo”, de Gabriel García Márquez

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2020v39p103

Palavras-chave:

O afogado mais bonito do mundo, Solidão, Literatura

Resumo

No presente ensaio, é realizada a análise do conto “O afogado mais bonito do mundo”, escrito por Gabriel García Márquez (2014), considerando o discurso “essencial” que materializa a solidão na narrativa. No reencontro intermitente que constitui o discurso essencial, conforme pautado por Blanchot, serão observados os modos pelos quais o afogado dá a ver a solidão em dois níveis, compreendendo que esse movimento destitui o afogado de ser e revela uma espécie de imagem sobre ele que o aparta de tudo que se aproxima dele: a solidão no mundo e a solidão essencial. O corpo do afogado, que se esquiva de uma representação, coaduna-se à imagem da própria escrita do conto e descortina uma imagem difusa e complexa da presença/ausência, da visibilidade/invisibilidade, imagem essa que se espalha pela tessitura de linguagem que a narrativa apresenta. Essa leitura toma por base principal postulados de Maurice Blanchot (2011; 2010; 2005) sobre a literatura.

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Biografia do Autor

George Lima, Universidade Federal de Uberlândia

Doutorando em Estudos Literários pela Universidade Federal de Uberlândia.

Marisa Martins Gama-Khalil, Universidade Federal de Uberlândia

Doutora em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Professora da Universidade Federal de Uberlândia.

Referências

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Publicado

11-12-2020

Como Citar

LIMA, G.; GAMA-KHALIL, M. M. Não se sabe sobre o que se inscreve/escreve ou a solidão em “O afogado mais bonito do mundo”, de Gabriel García Márquez. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 39, p. 103–114, 2020. DOI: 10.5433/1678-2054.2020v39p103. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/41465. Acesso em: 17 abr. 2024.