A via “não clássica” do capital financeiro no Brasil

Autores

  • Tatiana Brettas Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-4842.2020v23n2p570

Palavras-chave:

Concentração. Centralização, Estado, Capital financeiro, Dependência

Resumo

O capital financeiro internacional atua no país há mais de um século. Entretanto, a reflexão sobre como se processa a particularidade de sua constituição no Brasil é importante para pensar sobre a trajetória do capitalismo dependente no país. O objetivo deste artigo é analisar a participação do Estado na constituição endógena do capital financeiro no Brasil. Foi realizado um resgate das mudanças vividas: 1) nos anos 1960, quando se consolida o capitalismo monopolista no país; 2) dos anos 1990 até o momento, com destaque para a liberalização financeira, as privatizações e o reposicionamento do Estado. É apenas nos governos do PT que se estabelecerá uma relação orgânica e endógena entre o capital industrial e as instituições financeiras. Ao aprofundar as bases do capitalismo dependente no Brasil, aprofundou-se também a dependência.

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Biografia do Autor

Tatiana Brettas, Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Assistente Social e Economista. Doutora em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UERJ e Professora do Departamento de Política Social e Serviço Social Aplicado da Escola de Serviço Social da UFRJ

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Publicado

11-12-2020

Como Citar

BRETTAS, T. A via “não clássica” do capital financeiro no Brasil. Serviço Social em Revista, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 570–591, 2020. DOI: 10.5433/1679-4842.2020v23n2p570. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/view/36931. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos