A contracorrente: o pensamento de Clastres na Filosofia Política
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2010v31n2p241Palavras-chave:
Antropologia política, Poder, Sociedades indígenas, Chefia indígena, Etnocentrismo.Resumo
Este artigo estuda a obra de Pierre Clastres (1934-1977), filósofo e antropólogo francês cujos estudos etnológicos centraram-se em Antropologia Política, com vistas à investigação do poder nas ditas sociedades primitivas, e operaram uma alteração na determinação do objeto de estudo dessa ciência. O trabalho destina-se à exposição da construção de sua antropologia política geral, voltada que está a desmitificar as sociedades indígenas como sociedades sem Estado, para encará-las como sociedades contra o Estado, opostas à organização estatal que caracteriza a comunidade política europeia e grande parte das sociedades influenciadas (ou determinadas) por sua cosmovisão. O artigo divide-se em duas etapas: a primeira está voltada às sociedades contra o Estado, acerca das quais dissertou o filósofo-antropólogo, buscando trilhar o caminho que o levará a expor a necessidade de uma revolução copernicana nos estudos da origem do poder. A segunda parte é o retorno dos estudos etnográficos e etnológicos à Filosofia Política, trata dos inomináveis que somos, aqueles que abdicaram da liberdade para aderir ao modelo de opressão, que superaram a animalidade indesejável, mas se desnaturaram em servos de outros homens, seus iguais.Métricas
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