Capacidade tamponante e pH fecal de equinos sadios submetidos a teste clínico de nutrição enteral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6SUPL2p3793

Palavras-chave:

Acidose, Carboidratos, Cólica, Equinos, Intestino.

Resumo

O objetivo desse estudo foi avaliar o desempenho de uma formulação comercial para nutrição enteral em equinos quanto aos aspectos de pH fecal, capacidade tamponante (CT) nas fezes e exame físico. Para tal, utilizaram-se 8 equinos hígidos, distribuídos aleatoriamente em dois Quadrados Latinos 4 X 4 simultâneos, que permaneceram em jejum alimentar 12 horas antes de receberem via sonda nasogástrica doses crescentes de 0% (somente água), 50%, 75% e 100% da quantidade total diária recomendada do produto, com a diluição estabelecida de três partes de água para cada parte de produto. Foram colhidas amostras de fezes diretamente da ampola retal antes da administração do produto (T0), 3 (T3), 6 (T6), 12 (T12), 24 (T24), 36 (36) e 48 (T48) horas após. Entre 24 a 36 horas após a administração do produto, o pH fecal estava próximo a 6 (p = 0,01). No entanto, a variação da dose não teve efeito sobre o pH. A dose do produto e o tempo de coleta da amostra tiveram um impacto significativo (p = 0,00) na capacidade tamponante das fezes em pH 6. A queda mais dramática no pH ocorreu dentro de 24 a 36 horas da administração do produto, exceto em cavalos que receberam a dose de 0% (água). Em pH 5, a capacidade tamponante das fezes foi afetada pela dose, mas não pelo tempo de coleta da amostra. Consistência fecal mole, aumento da motilidade intestinal e gotículas de gordura nas amostras fecais foram observados na maioria dos cavalos. A avaliação do pH fecal e da capacidade de tamponante são testes indiretos. Ainda assim, os resultados obtidos com essas análises foram considerados úteis para a detecção de alterações intestinais, principalmente quando combinados com o exame físico. O produto teve impacto no pH fecal, capacidade tamponante das fezes e motilidade intestinal, portanto, recomenda-se que a formulação seja revisada.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Marina Juliani Baumhak, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo

Dra. em Medicina Veterinária, Residente do Programa de Medicina Interna de Eqüinos e Cirurgia de Grandes Animais, Departamento de Clínica Veterinária, Departamento de Cirurgia Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, FMVZ / USP, São Paulo, SP, Brasil.

Lilian Emy dos Santos Michima, Medicina Interna Veterinária

Dra. em Medicina Veterinária, Dra. em Medicina Interna Veterinária, São Paulo, SP, Brasil.

Beatriz Moreira Andrioli, Medicina Veterinária

Dra. em Medicina Veterinária, São Paulo, SP, Brasil.

Roberta Ariboni Brandi, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo

Ciência Animal Profissional, Dra. em Zootecnia, Professor Associado, Departamento de Zootecnia, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, FZEA / USP, Pirassununga, SP, Brasil.

Rebeca Alves Weigel, Medicina Interna Veterinária

Dra. em Medicina Veterinária, Dra.em Medicina Interna Veterinária, Curitiba, PR, Brasil.

Marcílio Nichi, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo

Dr. em Medicina Veterinária, PhD, Prof. Adjunto, Departamento de Reprodução Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, FMVZ / USP, São Paulo, SP, Brasil

Carla Bargi Belli, Universidade de São Paulo

Dra. em Medicina Veterinária, PhD, Professor Adjunto, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, FMVZ / USP, São Paulo, SP, Brasil.

Renata Farinelli de Siqueira, Universidade Federal de Santa Maria

Dra. em Medicina Veterinária, PhD, Profa. Adjunto, Departamento de Clínica de Grandes Animais, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, CCR / UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Referências

Berg, E. L., Fu, J., Porter, J. H., & Kerley, M. S. (2005). Fructooligosaccharide supplementation in the yearling horse: Effects on fecal pH, microbial content, and volatile fatty acid concentrations. Journal of Animal Science, 83(7), 1549-1553. doi: 10.2527/2005.8371549x

Brøkner, C., Austbø, D., Naesset, J. A., Knudsen, K. E. B., & Tauson, A. E. (2012). Equine pre-caecal and total tract digestibility of individual carbohydrate fractions and their effect on caecal pH response. Archives of Animal Nutrition, 66(6), 490-506. doi: 10.1080/1745039X.2012.740311

De Marco, M., Peiretti, P. G., Miraglia, N., & Bergero, D. (2014). Apparent digestibility of broken rice in horses using in vivo and in vitro methods. Animal, 8(2), 245-249. doi: 10.1017/S175173111300205X

Geor, R. J. (2000). Nutritional support of the sick adult horse. Proceedings of KER Equine Nutrition Conference and Feed Manufacturers, Versalhes, Kentucky, USA.

Glunk, E. C., Pratt-Phillips, S. E., & Siciliano, P. D. (2013). Effect of restricted pasture access on pasture dry matter intake rate, dietary energy intake and fecal pH in horses. Journal of Equine Veterinary Science, 33(6), 421-426. doi: 10.1016/j.jevs.2012.07.014

Hardy, J. (2003). Nutritional support and nursing care of adult horse in intensive care. Clinical Techniques in Equine Practice, 2(2), 193-198. doi: 10.1053/$1534-7516(03)00015-5

Julliand, V., De Fombelle, A., & Varloud, M. (2006). Starch digestion in horses: the impact of feed processing. Livestock Science, 100(1), 44-52. doi: 10.1016/j.livprodsci.2005.11.001

Julliand, V., & Grimm, P. (2017). The impact of diet on the hindgut microbiome. Journal of Equine Veterinary Science, 52(May 2017), 23-28. doi: 10.1016/j.jevs.2017.03.002

Mechanick, J. I., & Brett, E. M. (2002). Nutrition support of the chronically critically ill paciente. Critical Care Clinics, 18(3), 597-618. doi: 10.1016/s0749-0704(02)00006-4

Richards, N., Hinch, G., & Rowe, J. (2006). The effect of current grain feeding practices on hindgut starch fermentation and acidosis in the Australian racing Thoroughbred. Australian Veterinary Journal, 84(11), 402-407. doi: 10.1111/j.1751-0813.2006.00059.x

Santos, T. M., Almeida, F. Q., Godoi, F. N., Silva, V. P., França, A. B., Santiago, J. M., & Santos, C. S. (2009). Capacidade tamponante, pH e consistência das fezes em equinos submetidos à sobrecarga dietética com amido. Ciência Rural, 39(6), 1782-1788. doi: 10.1590/S0103-84782009005000123

Speirs, V. C. (1999). Exame clínico em equinos. Porto Alegre: Ed. Artmed.

SAS Institute Inc. (2004). SAS statistical package for Windows (v. 9.1.3).

Stratton-Phelps, M. (2008). Equine diet supplements: rational use in clinical practice. Proceedings of Digestive Supplements Effects on Gut Health, ACVIM Forum, San Antonio, Texas, USA.

Van den Berg, M., Hoskin, S. O., Rogers, C. V., & Grinberg, A. (2013). Fecal pH and microbial populations in Thoroughbred horses during transition from pasture to concentrate feeding. Journal of Equine Veterinary Science, 33(4), 215-222. doi: 10.1016/j.jevs.2012.06.004

Vervuert, I., Coenen, M., & Bothe, C. (2004). Effects of corn processing on the glycaemic and insulinaemic responses in horses. Jounal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 88(9), 348-355. doi: 10.1111/j. 1439-0396.2004.00491.x

Weyenberg, V. S., Sales, J., & Janssens, G. P. J. (2006). Passage rate of digesta through the equine gastrointestinal tract: a review. Livestock Science, 99(1), 3-12. doi: 10.1016/j.livprodsci.2005.04.008

Williamson, A., Rogers, C. W., & Firth, E. C. (2007). A survey of feeding, management and faecal pH of Thoroughbred racehorses in the North Island of New Zealand. New Zeland Veterinary Journal, 55(6), 337-341. doi: 10.1080/00480169.2007.36790

Zeyner, A., Geibler, C., & Dittrich, A. (2004). Effects of hay intake and feeding sequence on variables in faeces and faecal water (dry matter, pH value, organic acids, ammonia, buffering capacity) of horses. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 88(1), 7-19. doi: 10.1111/j.1439-0396.2004.0044 7.x

Downloads

Publicado

2021-10-08

Como Citar

Baumhak, M. J., Michima, L. E. dos S., Andrioli, B. M., Brandi, R. A., Weigel, R. A., Nichi, M., Belli, C. B., & Siqueira, R. F. de. (2021). Capacidade tamponante e pH fecal de equinos sadios submetidos a teste clínico de nutrição enteral. Semina: Ciências Agrárias, 42(6SUPL2), 3793–3802. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6SUPL2p3793

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)