Teste de condutividade elétrica na avaliação do potencial fisiológico de sementes de soja tratadas e armazenadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6p3135

Palavras-chave:

Controle de qualidade, Glycine max (L.) Merrill, Lixiviação de íons, Teste de vigor.

Resumo

O tratamento de sementes de soja contribui na manutenção da qualidade das sementes, entretanto, o efeito de formulações e produtos químicos comerciais sobre a eficácia do teste de condutividade elétrica, baseado na lixiviação de eletrólitos, é algo de contínuos questionamentos. Objetivou-se verificar a interferência do tratamento químico de sementes de duas cultivares de soja sobre a eficácia do teste de condutividade elétrica em avaliar o vigor das sementes recém tratadas e armazenadas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo sete tratamentos de sementes e dois períodos de avaliação (0 e 60 dias após o armazenamento). Os tratamentos de sementes utilizados foram: 1) fipronil + piraclostrobina + tiofanato metílico; 2) imidacloprido + tiodicarbe + carbendazim + thiram; 3) abamectina + tiametoxan + fludioxonil + mefenoxam + thiabendazole; 4) carbendazim + thiram; 5) fludioxonil + mefenoxam + thiabendazole; 6) carboxin + thiram e 7) tratamento controle (sem tratamento). As cultivares foram BRS 360 RR e BRS 284, analisadas separadamente. Realizaram-se os testes de germinação, envelhecimento acelerado, emergência em areia e condutividade elétrica. Não foram detectadas diferenças entre os tratamentos controle e químicos realizados nas sementes das duas cultivares de soja recém tratadas nos testes de germinação, envelhecimento acelerado e emergência em areia. Após o armazenamento, destaca-se o teste de germinação com a cultivar BRS 360 RR, em que a manutenção do potencial de germinação foi observada para as sementes tratadas com carbendazim + thiram e tratamento controle. Conclui-se que o tratamento químico de sementes de soja interfere no resultado do teste de condutividade elétrica. O teste de condutividade elétrica apresenta eficácia em segregar os lotes de sementes quanto ao nível de vigor. O teste de condutividade elétrica correlaciona-se com os demais testes de vigor utilizados para identificar a redução da qualidade fisiológica de sementes com o armazenamento.

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Biografia do Autor

Ana Paula Silva Couto, Universidade Estadual de Londrina

Doutoranda em Agronomia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Cristian Rafael Brzezinski, Sementes GDM

Gerente de Viveiro, Sementes GDM, Palmas, TO, Brasil.

Julia Abati, Universidade Estadual de Londrina

Dra em Agronomia, Departamento de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Ronan Carlos Colombo, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Prof. Dr., Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR, Linha Santa Bárbara, Francisco Beltrão, PR, Brasil.

Fernando Augusto Henning, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Pesquisador, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Soja, Londrina, PR, Brasil.

Inês Cristina de Batista Fonseca, Universidade Estadual de Londrina

Profa Dra, Departamento de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Claudemir Zucareli, Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr., Departamento de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, UEL, Londrina, PR, Brasil.

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Publicado

2021-08-12

Como Citar

Couto, A. P. S., Brzezinski, C. R., Abati, J., Colombo, R. C., Henning, F. A., Fonseca, I. C. de B., & Zucareli, C. (2021). Teste de condutividade elétrica na avaliação do potencial fisiológico de sementes de soja tratadas e armazenadas. Semina: Ciências Agrárias, 42(6), 3135–3148. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6p3135

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