Catenas de solo em sub-bacia piloto na região de Itajubá, Minas Gerais, Brasil, para planejamento ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n3Supl1p1511

Palavras-chave:

Caracterização ambiental, Mapa pedológico, Topossequências de solos.

Resumo

Estudos sistêmicos que possibilitem a caracterização ambiental de sub-bacias hidrográficas pilotos são essenciais para direcionar sua gestão, sendo fundamentais para um adequado planejamento ambiental. A sub-bacia José Pereira possui uma área aproximada de 40 km² e se insere no município de Itajubá, sul do Estado de Minas Gerais, Brasil. Esta área foi escolhida como sub-bacia piloto para este estudo, pois possui um importante remanescente florestal, a Reserva Biológica Serra dos Toledos, assim como parte da área urbana do município em processo de expansão, além de uma área rural com uso de práticas agropecuárias inadequadas e intensivas. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo estudar as catenas de solos desta sub-bacia, para servir como importante instrumento de planejamento desta unidade. Oito catenas de solos distribuídas em três compartimentos topomorfológicos foram estudadas. De acordo com o mapa de solos gerado, os Cambissolos Háplicos ocupam 26% da sub-bacia, estando sob relevo montanhoso; os Latossolos Vermelho e Vermelho Amarelo, 6% da área, predominando no relevo plano a ondulado; os Gleissolos Háplicos, com 7% da área, estando nas baixadas, em relevo plano e nos sopés das encostas; e as classes dos Argissolos Vermelho e Vermelho Amarelo foram as predominantes, distribuídas por 56% da sub-bacia, ocupando relevo ondulado e forte ondulado. Com base nos resultados conjuntos obtidos propôs-se um modelo de evolução local dos solos da sub-bacia: os solos mais jovens, Cambissolo Háplico e Gleissolo Háplico, ocupam as posições de topo convexo e a planície de inundação, respectivamente. Nos terços superior e inferior da encosta ocoree o predomínio de Argissolo Vermelho, o qual está relacionado à renovação constante de material do solo, impedindo que o estágio latossólico seja atingido. Além disso, parte significativa desses Argissolos apresenta horizonte Bw abaixo do horizonte Bt sob relevo acidentado. Ainda, no terço inferior da paisagem, pode-se notar a presença de Latossolos, até mesmo em áreas com declividade acentuada.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Olívia de Lima, Universidade Federal de Itajubá

M.e, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, UNIFEI / IRN, Itajubá, MG, Brasil.

Eliane Guimarães Pereira Melloni, Universidade Federal de Itajubá

PhD, Profa., Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI, Instituto de Recursos Naturais, IRN, Itajubá, MG, Brasil.

Rogério Melloni, Universidade Federal de Lavras

Porf. Dr., Universidade Federal de Lavras, UFLA, Departamento de Ciência do Solo, DCS, Lavras, MG, Brasil.

Marcelo Ribeiro Barison, Universidade Federal de Itajubá

Prof. Dr., Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL, Campus Poços de Caldas, Instituto de Ciência e Tecnologia, ICT, Poços de Caldas, MG, Brasil.

Nilton Curi, Universidade Federal de Lavras

Prof. Dr., Universidade Federal de Lavras, UFLA, Departamento de Ciência do Solo, DCS, Lavras, MG, Brasil.

Referências

Alvarez, V. V. H., Novais, R. F., Barros, N. F., Cantarutti, R. B., & Lopes, A. S. (1999). Interpretação dos resultados das análises de solos. In A. C. Ribeiro, P. T. G., Guimarães, & V. H. Alvarez (Eds.), Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais (5ª aproximação, pp. 25-32). Viçosa, MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais.

Anjos, L. H. C., Fernandes, M. R., Pereira, M. G., & Franzmeier, D. P. (1998). Landscape and pedogenesis of an Oxisol-Inceptisol-Ultisol sequence in Southeastern Brazil. Soil Science Society of America Journal, 62(6), 1651-1658. doi: 10.2136/sssaj1998.03615995006200060024x

Bertrand, G., & Bertrand, C. (2007). Uma geografia transversal e de travessias: o meio ambiente através do território e das temporalidades. Maringá: Massoni.

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1999). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais (5a aproximação). Viçosa, MG: CFSMG.

Costa, A. M., Curi, N., Menezes, M. D., Araújo, E. F., & Marques, J. J. (2009). Levantamento detalhado de solos da microbacia hidrográfica do Horto Florestal Terra Dura (RS) e considerações sobre escalas de mapeamento. Ciências e Agrotecnologia, 33(5), 1272-1279. doi: 10.1590/S1413-70542009000500011

Dalmolin, R. S. D., Klamt, E., Pedron, F. A., & Azevedo, A. C. (2004). Relação entre as características e o uso das informações de levantamentos de solos de diferentes escalas. Ciência Rural, 34(5), 1479-1486. doi: 10.1590/S0103-84782004000500023

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1997). Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2018). Sistema brasileiro de classificação de solos (5a ed.). Brasília: EMBRAPA.

Figueiredo, M. A., Varajão, A. F. D. C., Fabris, J. D., Loutfi, I. S., & Carvalho, A. P. (2004). Alteração superficial e pedogeomorfológica no sul do complexo Bação - Quadrilátero Ferrífero (MG). Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28(4), 713-729. doi: 10.1590/S0100-06832004000400012

Flauzino, B., Melloni, E. G. P., Pons, N. A. D., & Lima, O. (2016). Mapeamento da capacidade de uso da terra como contribuição ao planejamento de uso do solo em sub-bacia hidrográfica piloto no sul de Minas Gerais. Geociências, 35(2), 277-287.

Fundação Estadual de Meio Ambiente (2010). Mapa de solos do Estado de Minas Gerais: legenda expandida. Belo Horizonte: Universidade Federal de Viçosa; Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais; Universidade Federal de Lavras; Fundação Estadual do Meio Ambiente.

Giasson, E., Inda, A. V., Jr., & Nascimento, P. C. (2006). Estimativa do benefício econômico potencial de dois levantamentos de solos no Estado do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, 36(2), 478-486. doi: 10.15 90/S0103-84782006000200018

Guerra, A. J. T., & Cunha, S. B. (1995). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1971). Carta topográfica de Itajubá, SF23YB III-3. Escala 1:50.000. Belo Horizonte: IBGE.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1992). Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE.

Lepsch, I. F. (2010). Formação e conservação dos solos. (2a ed.). São Paulo: Oficina de Textos.

Marques Neto, R. (2017). Meridional Mantiqueira horst: a proposal of morphostructural compartmentalization for its portion in Minas Gerais. Revista Brasileira de Geomorfologia, 18(3), 561-577. doi: 10.20502/rbg.v18i3.1118

Martins, E. S., Carvalho, O. A., Jr., Souza, V. V., Couto, A. F., Jr., Oliveira, S. N., Gomes, R. A. T., & Reatto, A. (2007). Relação solo-relevo em vertentes assimétricas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ. Revista Brasileira de Geomorfologia, 8(1), 45-62. doi: 10.20502/rbg.v8i1.85

McLean, E. O. (1982). Soil pH and lime requeriment. In A. L. Page, R. H. Miller, & D. R. Keeney, Methods of soil analysis: chemical and microbiological properties (2nd ed., pp. 199-223). Madison: ASA.

Menezes, M. D., Curi, N., Marques, J. J., Mello, C. R., & Araújo, A. R. de. (2009). Levantamento pedológico e sistema de informações geográficas na avaliação do uso das terras em sub-bacia hidrográfica de Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, 33(6), 1544-1553. doi: 10.1590/S1413-70542 009000600013

Moniz, A. C., & Buol, S. W. (1982a). Formation of an Oxisol Ultisol transition in São Paulo, Brazil: I. Double water flow model of soil development. Soil Science of Journal American, 46(6), 1228-1233. doi: 10.2136/sssaj1982.03615995004600060022x

Moniz, A. C., & Buol, S. W. (1982b) Formation of an Oxisol Ultisol transition in São Paulo, Brazil: II Lateral dynamics of chemical weathering. Soil Science of Journal American, 46(6), 1234-1239. doi: 10. 2136/sssaj1982.03615995004600060023x

Moreira, R. (2019). A torre e o palimpsesto: Tricart e Ab’Saber olhados pelo olhar da totalidade homem-meio. Ciência Geográfica, 23(23), 7-16

Oliveira, J. B. (2008). Pedologia aplicada. Piracicaba: FEALQ.

Projeto Radam (1983). Projeto RADAM Volume 32. Folhas SF 23/24. Rio de Janeiro/Vitória. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia.

Resende, M., Curi, N., Rezende, S. B., Corrêa, G. F., & Ker, J. C. (2014). Pedologia: base para distinção de ambientes. (6a ed.). Lavras: Editora UFLA.

Santos, A. C., Pereira, M. G., Anjos, L. H. C., Bernini, T. A., Cooper, M., Nummer, A. R., & Francelino, M. R. (2010). Gênese e classificação de solos numa topossequência no ambiente de mar de morros do médio Vale do Paraíba do Sul, RJ. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34(4), 1297-1314. doi: 10.15 90/S0100-06832010000400027

Santos, R. D., Lemos, R. C., Santos, H. G., Ker, J. C., & Anjos, L. H. (2005). Manual de descrição e coleta de solos no campo (5a ed.). Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Seibert, J., Stendahl, J., & Sorensen, R. (2007). Topographical influences on soil properties in boreal forests. Geoderma, 141(1-2), 139-148. doi: https://doi.org/10.1016/j.geoderma.2007.05.013

Serviço Geológico do Brasil (2008). Mapa geológico de Itajubá - SF.23-Y-B-III. Escala 1:100.000.2008. Recuperado de http://geosgb.cprm.gov.br/

Silva, C. R. (2008). Geodiversidade do Brasil. Serviço geológico do Brasil. Rio de Janeiro: CPRM.

Souza, R. V. C. C., Ribeiro, M. R., Souza, V. S., Jr., Corrêa, M. M., Almeida, M. C., Campos, M. C. C.,... Schulze, S. M. B. B. (2010). Caracterização de solos em uma topoclimossequência no Maciço de Triunfo - Sertão de Pernambuco. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34(4), 1259-1270. doi: 10.1590/ S0100-06832010000400024

Tricart, J. (1977). Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE.

Trouw, R. A. J., Nunes, R. P. M., Castro, E. M. O., Trouw, C. C., & Matos, G. C. (2008). Nota explicativa das folhas Varginha (SF.23-V-D-VI) e Itajubá (SF.23-Y-B-III). Programa geologia do Brasil. Minas Gerais: CPRM.

Vettori, L. (1969). Métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo.

Downloads

Publicado

2021-04-22

Como Citar

Lima, O. de, Melloni, E. G. P., Melloni, R., Barison, M. R., & Curi, N. (2021). Catenas de solo em sub-bacia piloto na região de Itajubá, Minas Gerais, Brasil, para planejamento ambiental. Semina: Ciências Agrárias, 42(3Supl1), 1511–1528. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n3Supl1p1511

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)