Estudo clínico e diagnóstico molecular de Chlamydophila sp. em psitaciformes mantidos em cativeiro no Estado do Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n6p2603Palavras-chave:
Cativeiro, Clamídia, Psitacídeos, Semi-nested PCR.Resumo
Psitacídeos são aves distribuídas em todo o mundo e, juntamente com Columbiformes, representam os animais mais suscetíveis a uma infecção causada por Chlamydophila psittaci, uma bactéria intracelular, obrigatória, zoonótica que causa clamídia em aves domésticas e selvagens e psitacose em humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de C. psittaci em diferentes espécies de psitacídeos da fauna brasileira mantidos em criadouros conservacionistas no Estado do Pará, Brasil. Amostras de swabs de cloaca e orofaringe de 201 psitacídeos distribuídos em quatro criadouros nas mesorregiões Metropolitana de Belém (C1 e C2), Nordeste do Pará (C3) e Baixo Amazonas (C4) foram utilizados. As amostras foram submetidas ao teste molecular de semi-nested PCR. As análises estatísticas foram realizadas de acordo com o teste de proposição por R e teste do qui-quadrado (p<0,05). A presença de Chlamydophila sp. foi confirmada em todos os criadouros, com uma prevalência de 31,84% de aves infectadas, com predisposição não específica da espécie encontrada para a infecção entre as aves amostradas. Os resultados da semi-nested PCR mostraram que 13,93% das aves eliminaram o agente infeccioso pela cloaca, 11,44% pela orofaringe e 6,47% por ambas. Além disso, quando aplicado em cada local, este teste mostrou uma diferença estatisticamente significativa entre os criadouros C2 e C3 (p = 0,029), que apresentou o menor e maior número de casos diagnosticados, respectivamente. A maioria dos animais, ou 27,86%, foi considerada como portadora inaparente da infecção e apenas 3,98% das aves com diagnóstico positivo apresentaram algum sinal clínico sugestivo da doença.
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