Estudo clínico e histológico da mucosa oral autógena na ceratoplastia lamelar experimental
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2004v25n2p117Palavras-chave:
Cão, Cirurgia ocular, Ceratoplastia lamelar, Córnea, Enxerto, Mucosa bucal.Resumo
Oito cães sem raça definida, machos, com peso corpóreo médio de 12,4 kg, foram submetidos a procedimentos cirúrgicos de retirada de fragmento da mucosa oral com auxílio de trépano de 5 mm com posterior aplicação sobre lesão corneana de 4,5 mm de diâmetro, produzida em um dos olhos, aplicando-se sutura simples interrompida com fio de náilon 9-0. Os animais foram divididos em 4 grupos compostos por 2 animais, para estudo histológico aos 15, 30, 45, 60 dias de pós-operatório. Simultaneamente, realizou-se estudo clínico nos períodos de 0-2 dias, 3-7 dias, 8-15 dias, 16-30 dias e 31-60 dias de pós-operatório. Blefarospasmo e quemose foram mais intensos nos períodos iniciais e opacidade corneana e vascularização (da córnea e enxerto) nos períodos intermediários, ambos com tendência de regressão nos períodos tardios. A secreção predominante foi seromucosa, sendo mais incidente nas fases iniciais e intermediárias com ausência nos tardios. Clinicamente, a integração do enxerto foi verificada no 15º dia. O estudo microscópico revelou para os períodos iniciais e intermediários intensa fibroplasia e deposição de fibras colágenas em arranjo desorganizado e vascularização do enxerto de intensa a leve entre 15º e 30º dia. Infiltrado polimorfonuclear foi observado no 15º dia, em grau discreto. Infiltrado linfoplasmocitário foi predominantemente, em grau discreto a moderado, entre o 30º e 60º dia. No 60º dia, observou-se epitelização compacta com projeções para o estroma, presença moderada de fibrócitos, colágeno em disposição mais organizada e vascularização discreta a ausente. Diante dos resultados admite-se a técnica de ceratoplastia com o emprego da mucosa bucal como opção eficiente para fins tectônicos e reconstrutivos em cães.
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