Soroepidemiologia de Leishmania infantum em cães de uma área com ocorrência de casos no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Autores

  • Mariana Caetano Teixeira Centro Universitário Ritter dos Reis
  • Neusa Saltiel Stobbe Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Verônica Schmidt Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Valéria Marçal Felix de Lima Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Ana Luisa Tartarotti Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul
  • Raquel Rocha Ramos Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde
  • Flávio Antônio Pacheco de Araujo Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n6p4077

Palavras-chave:

Leishmaniose Visceral, Cães, Diagnóstico Sorológico, Porto Alegre.

Resumo

As leishmanioses são zoonoses de caráter incurável que apresentam diversas manifestações clínicas no homem e tem o cão como seu principal reservatório no ambiente urbano. A Leishmaniose visceral (LV) é a forma mais grave da parasitose e sua ocorrência tem aumentado no Brasil, apesar das ações dos órgãos de saúde pública. Até o do ano de 2002, o Estado do Rio Grande do Sul era área indene para as leishmanioses humana e canina. Em 2003 foi registrado o primeiro caso humano da forma tegumentar e em 2009, foram confirmados os primeiros casos autóctones humanos de LV e caninos de Leishmaniose visceral canina (LVC) no município de São Borja/RS e registrada, pela primeira vez, a ocorrência do inseto vetor no estado. Em 2010, foi notificado o primeiro caso confirmado de LVC e identificados cães sororreagentes em Porto Alegre/RS. Tendo em vista a importância desta zoonose e as dificuldades de um diagnóstico confiável em cães, o presente estudo objetivou identificar aspectos epidemiológicos da LVC em cães em uma região com registros de casos no município de Porto Alegre/RS. Coletaram-se 300 amostras de sangue de cães desta região as quais foram testas pelos métodos TR-DPP® e ELISA para diagnóstico de Leishmania chagasi. Um questionário epidemiológico foi aplicado durante entrevista com os tutores, contendo aspectos relativos à criação dos animais e fatores ambientais. Verificou-se que 83% (250/300) dos cães não tinham raça definida, 58% (175/300) eram fêmeas, 78% (238/300) dormiam ao ar livre e 61% (183/300) conviviam com outras espécies animais. Clinicamente, observou-se que 90% (270/300) dos animais apresentavam infestação por ectoparasitos, 70% (210/300) apresentavam alterações dermatológicas, 24% (72/300) emagrecimento e anorexia e 22% (65/300) alterações oculares. Os resultados dos testes sorológicos foram 100% concordantes uma vez que as mesmas três amostras (1%) apresentaram reação positiva e as demais 297 (99%) foram negativas em ambos os métodos diagnósticos. Concluiu-se que, apesar da baixa prevalência de cães soropositivos para L. chagasi, existem condições de transmissão de LVC, com risco de LV para a população humana no município de Porto Alegre.

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Biografia do Autor

Mariana Caetano Teixeira, Centro Universitário Ritter dos Reis

Profª Drª Assistente I, Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRitter, Brasil.

Neusa Saltiel Stobbe, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Adjunto, Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, RS, Brasil.

Verônica Schmidt, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Profª Drª Adjunto, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UFRGS, RS, Brasil.

Valéria Marçal Felix de Lima, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Prof. Dr. Adjunto, Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal, Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba, UNESP, Araçatuba, Brasil.

Ana Luisa Tartarotti, Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul

MédicaVeterinária, Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, CEVS, RS, Brasil.

Raquel Rocha Ramos, Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde

Bióloga, Seção de Parasitologia, Laboratório Central do Estado (IPB-LACEN), Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde- FEPPS, RS, Brasil.

Flávio Antônio Pacheco de Araujo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Dr. de Protozoologia, Departamento de Patologia Veterinária, UFRGS, RS, Brasil.

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Publicado

2016-12-14

Como Citar

Teixeira, M. C., Stobbe, N. S., Schmidt, V., Lima, V. M. F. de, Tartarotti, A. L., Ramos, R. R., & Araujo, F. A. P. de. (2016). Soroepidemiologia de Leishmania infantum em cães de uma área com ocorrência de casos no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Semina: Ciências Agrárias, 37(6), 4077–4084. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n6p4077

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