Estudo retrospectivo de casos caninos de leishmaniose atendidos na cidade de São Paulo, Brasil (1997-2007)
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2013v34n2p741Palavras-chave:
Leishmaniose, Cães, Epidemiologia, Aspectos clínicos.Resumo
A leishmaniose constitui-se em zoonose causada por protozoário pleomórfico do gênero Leishmania. Em face da magnitude de alastramentro da doença no Brasil, foi realizado um levantamento retrospectivo de casos de leishmaniose canina diagnosticados nos Serviços de Dermatologia e de Clínica Médica de cães e gatos do HOVET/USP. A amostragem compôs-se de 36 casos caninos naturalmente infectados por Leishmania sp, cujo diagnóstico fora estabelecido pela caracterização por pelos dados anamnésticos, de exames físico e dermatológico, complementados por exames hematológicos, bioquímicos e imagéticos, afora sorologia (Ensaio Imunoenzimático Indireto – ELISA e/ou Reação de Imunofluorescência Indireta – RIFI), histopatologia de pele e/ou pela evidenciação do protozoário em exames parasitológicos de biópsia aspirativa de linfonodos e/ou medula óssea e pela técnica de imuno-histoquímica. Não houve predisposição por um determinado sexo; a faixa etária (52,8%) mais prevalente foi aquela dos 13 a 48 meses de vida, com maior acometimento de cães de raça definida (66,7%), principalmente Poodles e Labradores (20,8% cada). Pôde-se concluir que todos os casos foram alóctones. Quanto aos municípios de origem os animais provieram de: Campinas, Campo Limpo Paulista, Holambra, Ilha Bela, São Roque, Sorocaba, Ubatuba e Uberaba (um caso / município). Os demais 28 cães do Estado de São Paulo originaram-se de municípios com transmissão: canina e humana (Araçatuba – três, Bauru – um), canina (Cotia – cinco, Embu – quatro) ou sob investigação (São Paulo – 11, Mogi das Cruzes – um). Já Portugal (um) e Minas Gerais (Belo Horizonte – dois) são locais caracterizados como de transmissão canina e humana. Puderam-se evidenciar deslocamentos breves ou longos a 14 municípios paulistas (Araçatuba, Birigui, Caraguatatuba, Cotia, Eldorado, Embu e Embu Guaçu, Guarujá, Ilha Bela, Itapecerica da Serra, Peruíbe, Presidente Prudente, São Roque e São Paulo) e a cinco Estados (Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina). De acordo com a classificação sintomatológica, 50% eram oligossintomáticos, 47,2% sintomáticos e 2,8% assintomáticos.
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