Representação e imperialismo em Edward Said

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2010v15n2p42

Palavras-chave:

Representação, Imperialismo, Pós-colonialismo, Cultura e Política

Resumo

Com base na suposição de que a cultura e as identidades envolvem um processo construído politicamente, discute-se a importância das concepções de representação e imperialismo na obra de Edward Said. O artigo analisa duas propostas gerais do autor. Primeiramente, a tese da centralidade da dimensão cultural nas relações políticas, o que acarreta a revisão de postulados que tomam a cultura ou como mero reflexo de um fenômeno tido por essencial ou como esfera isolada das práticas de poder. Em segundo lugar, examina-se como a concepção de imperialismo do autor serve para se notar formas de identificação que mantêm estruturas de autoridade e hegemonia que, não obstante, podem ser desafiadas por processos de resistência. Por fim, debate-se a validez do caráter aberto da teoria política de Said, que supõe tanto o poder das representações quanto uma ação de contestação política.

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Biografia do Autor

Bruno Sciberras de Carvalho, Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ

Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ.

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Publicado

2010-12-01

Como Citar

CARVALHO, B. S. de. Representação e imperialismo em Edward Said. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 15, n. 2, p. 42–60, 2010. DOI: 10.5433/2176-6665.2010v15n2p42. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/8236. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê