Introdução a uma Crítica da Modernidade como Conceito Sociológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2010v15n2p28

Palavras-chave:

Modernidade, História conceitual, Sociologia, Temporalidade, Max Weber

Resumo

O presente artigo empresta a metodologia da história conceitual assim como os achados substantivos do principal ensaio de história conceitual sobre o conceito de modernidade, de autoria de Hans Ulrich Gumbrecht, para articular uma crítica ao uso contemporâneo do conceito de “modernidade” por parte da sociologia, com ênfase para a sociologia brasileira. Mostro que dois significados fundamentais historicamente associados ao conceito se encontram replicados no material sociológico de maneira não reflexiva: o de moderno como oposto ao tradicional em um esquema temporal evolutivo linear, e o de modernidade no sentido de período transitório que se opõe ao eterno inamovível. A falta de reflexividade crítica acerca do conceito e a pletora de significados a ele atribuídos conduzem a um resultado contrário ao que se espera de um conceito “analítico”. Em vez de clareza, temos confusão e a importação implícita e universalização de grandes narrativas européias etnocêntricas, que a sociologia usa como medida para a avaliação de sociedades não-ocidentais.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

João Feres Junior, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutor em Ciência Política pela City University of New York - CUNY. Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.

Referências

BLUMENBERG, Hans. On a lineage of the idea of progress. Social Research, New York, v. 41, n. 1, p. 5-27, 1974.

BÔER, Pim den. Civilisation (beschaving). Amsterdam: Amsterdam University Press, 2001.

BRUNNER, Otto; CONZE, Werner; KOSELLECK, Reinhart. Geschichtliche grundbegriffe: historisches lexikon zur politisch-sozialen sprache in Deutschland. Stuttgart: Klett, 1972.

CARDOSO, Fernando Henrique; FALETTO, Enzo. Dependencia y desarrollo en américa latina; ensayo de interpretación sociológica. México: Siglo Veintiuno, 1969.
Deutschunterricht, Stuttgart, v. 23, n. 6, p. 58-67, 1971.

FERES JÚNIOR, João. A história do conceito de latin america nos Estados Unidos. Bauru, São Paulo: Edusc, 2005.

FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo: Dominus, 1965.

FRANK, Andre Gunder. Capitalism and underdevelopment in latin america: historical studies of Chile and Brazil. New York: Monthly Review Press, 1967.

FUKUYAMA, Francis. The end of history and the last man. New York: Avon Books, 1992.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Making Sense in Life and Literature, Theory and History of Literature. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1992.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Modern, modernität, moderne. In: BRUNER, Otto; CONZE, Werner; KOSELLEK, Reinhart. Geschichtliche grundbegriffe: historisches lexikon zur politisch-sozialen sprache in Deutschland, v. 4, Stuttgart: KlettCotta, 1978. p. 93-131.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. The philosophy of history. New York: Willey, 1944.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich; MILLER, Arnold V.; FINDLAY, J. N. Phenomenology of spirit. Oxford: Oxford University Press, 1977.

JAUSS, Hans Robert. Antiqui/Moderni (Querelle Des Anciens Et Des Modernes). In: RITTER, J.; GRÜNDER, K (ed.). Historisches Wörterbuch Der Philosophie, Basel: Schwabe. v. 1, 1971. p. 410-414.

JAUSS, Hans Robert. Literarische tradition und gegenwärtiges bewußtsein der modernität. wortgeschichtliche betrachtungen. In: STEFFEN, Hans. Aspekte der modernität, Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1965. p. 150-197.

KOSELLECK, Reinhart. Futures past: on the semantics of historical time. Cambridge: The Mit Press. 1985.

LEHMANN, Hartmut; RICHTER, Melvin (ed.). The meaning of historical terms and concepts: new studies on begriffgeschichte. Washington: German Historical Institute, 1996. Occasional Paper, v. 15.

LÖWITH, Karl. Meaning in history. Chicago: The University Of Chicago Press, 1949.

MARTINI, Fritz. Modern, die moderne. In: MERKER, P.; STAMMLER, W.; KOHLSCHMIDT, W. Reallexikon der deutschen literaturgeschichte. Berlin: De Gruyter. 1965.

MARX, Karl; AVINERI, Shlomo. Karl Marx on colonialism and modernization; his despatches [sic] and other writings on China, India, Mexico, the middle east and north Africa. Garden City, N.Y.: Doubleday, 1968.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich; BEER, Samuel Hutchison. The communist manifesto. Arlington Heights: H. Davidson, 1987.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich; LENIN, Vladimir Ilyich; CZOBEL, E. Critique of the gotha programme. New York: International Publishers, 1970.

MARX, Karl; O’MALLEY, Joseph J. Critique of Hegel’s ‘philosophy of right’. Cambridge: University Press, 1970.

MARX, Karl; SITTON, John F. Marx today : selected works and recent debates. New York: Palgrave Macmillan, 2010.

PALONEN, Kari. Das Webersche moment: zur kontingenz des politischen. Opladen: Westdeutscher Verlag, 1998.

PALONEN, Kari. Max Weber’s reconceptualization of freedom. Political Theory, Beverly Hills, v. 27, n. 4, p. 523-544, 1999.

PALONEN, Kari. Societies: evolutionary and comparative perspectives. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1966.

PALONEN, Kari. Was Max Weber a ‘nationalist’: a study in the rhetoric of conceptual change. Max Weber Studies, London, v. 1, n. 2, p. 196-213, 2001.

PARSONS, Talcott. The Social System. New York: Free Press, 1964.

SCHNEIDER, Jost. Ein beitrag zu dem problem der ‘modernität’. Der

TAYLOR, Charles. Sources of the self: the making of the modern identity. Cambridge: Harvard University Press, 1989.

WEBER, Max. Economy and Society; an Outline of Interpretive Sociology. New York,: Bedminster Press, 1968.

WEBER, Max; PARSONS, Talcott; TAWNEY, R. H. The protestant ethic and the spirit of capitalism. New York: Scribner’s, 1950.

Downloads

Publicado

2010-12-01

Como Citar

FERES JUNIOR, J. Introdução a uma Crítica da Modernidade como Conceito Sociológico. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 15, n. 2, p. 28–41, 2010. DOI: 10.5433/2176-6665.2010v15n2p28. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/8232. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê