A Periferia urbana e o reconhecimento social: uma análise a partir da escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2021v26n2p380

Palavras-chave:

Periferia, Reconhecimento social, Desigualdade, Educação

Resumo

O objetivo do presente artigo é analisar o papel da escola frente às experiências de negação do reconhecimento social vivenciadas por estudantes periféricos, bem como na superação dos desafios existentes na relação subalternizada deste grupo com o Estado, ancorando-se, notadamente, na teoria crítico-normativa de Axel Honneth. A base empírica da pesquisa consistiu na aplicação de questionários e rodas de conversa com estudantes periféricos de ensino médio de uma escola estadual pública. Observou-se que morar na periferia é um marcador de diferença nas cidades que favorece a associação com a pobreza e o crime e que a individualidade dos estudantes é maculada, na medida em que são impossibilitados de se perceberem dotados de capacidades consideradas relevantes para a vida social. Para promover o reconhecimento, a experiência periférica deve ser problematizada na escola, apostando-se que a “leitura de mundo” pode desfazer os estigmas e a marginalização.

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Biografia do Autor

Likem Edson Silva de Jesus, Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Doutorando em Estado e Sociedade pelo Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Sul da Bahia UFSB.

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Publicado

2021-08-31

Como Citar

JESUS, L. E. S. de. A Periferia urbana e o reconhecimento social: uma análise a partir da escola. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 26, n. 2, p. 380–398, 2021. DOI: 10.5433/2176-6665.2021v26n2p380. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/41855. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

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Artigos

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