Metrópole, tradição e mediação cultural: reflexões a partir da experiência dos grupos recriadores de Maracatu na cidade de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2014v19n2p185

Palavras-chave:

Mediação, Tradição, Cultura popular, Metrópole

Resumo

O objetivo do texto é mostrar a importância dos processos de mediação cultural que tornam possíveis os casos atuais de retomada de “tradições populares” nos contextos urbanos. Para tanto, são tomados como exemplo os grupos recriadores de maracatu na cidade de São Paulo e sua busca por tudo o que diz respeito à “tradição”. Ao recuperar, ainda que brevemente, alguns aspectos da história cultural do maracatu, percebe-se que esta prática passou por vários processos de mediação que o levaram da decadência até o sucesso mundial. O que se pretende elucidar, portanto, é que este fenômeno deve ser compreendido, não como uma tradição, resgatada, de um momento para o outro, mas como um fluxo cultural constante, cujos trânsitos se dão, em várias direções, entre o folclórico, o popular, o massivo e o erudito.

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Biografia do Autor

Maria Celeste Mira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC- SP

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC- SP.

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

MIRA, M. C. Metrópole, tradição e mediação cultural: reflexões a partir da experiência dos grupos recriadores de Maracatu na cidade de São Paulo. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 19, n. 2, p. 185–204, 2014. DOI: 10.5433/2176-6665.2014v19n2p185. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/20704. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

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Artigos