Reciprocidade, moralidades e o ethos guerreiro no Uri: práticas Kaingang na Universidade Estadual de Londrina

Autores

  • Ana Caroline Goulart Universidade Federal do Paraná - UFPR

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2014v19n2p111

Palavras-chave:

Ensino superior, Kaingang, Agência, Paraná

Resumo

A partir de 2002, as universidades estaduais no Paraná foram marcadas pela presença de alunos kaingang e guarani, através do ingresso pelo Vestibular Diferenciado Indígena, sancionado pela Lei 11.345/01, no governo de Jaime Lerner, propiciando experiências diversas para esses grupos étnicos, tanto em seu sentido individual, quanto coletivo. Muitos projetos e expectativas são construídos para a formação superior indígena, envolvendo diferentes agentes e situações. Enfatizo neste artigo os sentidos das relações entre alunos e lideranças kaingang e os agentes institucionais nesse novo contexto, olhando para essas relações como sendo pautadas pela reciprocidade que, por sua vez é produtora dos conflitos, conflitos que são interpretados como geradores de trocas e potencializadores de uma identidade produzida e reorganizada na universidade.

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Biografia do Autor

Ana Caroline Goulart, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Professora da Secretaria de Educação do Estado do Paraná - SEED- PR.

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

GOULART, A. C. Reciprocidade, moralidades e o ethos guerreiro no Uri: práticas Kaingang na Universidade Estadual de Londrina. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 19, n. 2, p. 111–128, 2014. DOI: 10.5433/2176-6665.2014v19n2p111. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/20700. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê