Das resistências ao ensino escolar de história da África: algumas considerações

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DOI:

https://doi.org/10.5433/2238-3018.2014v20n1p83

Palavras-chave:

História da África, Ocidentocentrismo, Ensino escolar, História e Cultura Afro-Brasileira

Resumo

O artigo discute certas atitudes de repúdio mais ou menos ostensivo à introdução de conteúdos relativos à história africana em todos os níveis de ensino no Brasil. Ele sugere que não se trata somente, como sustenta uma voz corrente, de falta de informações básicas neste país sobre a África. Tampouco de falta de empenho das autoridades que devem zelar pela efetivação das propostas de inovação curricular. As razões são mais amplas. Elas têm raizes profundas nas mentalidades coletivas, especialmente na forte vigência de crenças e valores ocidentocêntricos. Também tem a ver com o evolucionismo intrínseco às Teorias da História predominantemente ensinadas nos cursos universitários.

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Biografia do Autor

José Henrique Rollo Gonçalves, Universidade Estadual de Maringá

Doutorado em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor da Universidade Estadual de Maringá

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Publicado

2014-03-03

Como Citar

Gonçalves, J. H. R. (2014). Das resistências ao ensino escolar de história da África: algumas considerações. História & Ensino, 20(1), 83–100. https://doi.org/10.5433/2238-3018.2014v20n1p83

Edição

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Artigos