A degradação da casa e do corpo em confinamento no conto holocausto, de Caio Fernando Abreu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2019v23.e35724

Palavras-chave:

Caio Fernando Abreu, Espaço narrativo, Pedras de Calcutá, Ditadura civil militar brasileira

Resumo

Neste artigo analisamos o conto “Holocausto”, do escritor Caio Fernando Abreu, publicado no livro Pedras de Calcutá, em 1977, período conhecido no Brasil como “anos de chumbo” da ditadura militar. A proposta é observar, neste conto, a relação entre as categorias literárias “narrador” e “espaço”, tomando como base os conceitos deheterotopia (Foucault - 1967), e trauma (Ginzburg - 2000 e Seligmann-Silva- 2008). A experiência de confinamento se desenvolve a partir da crescente degradação da casa e do corpo, constituindo um uso estrutural do espaço na narrativa, aspecto também explorado na análise.

Biografia do Autor

Gabriela de Souza Arruda, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Mestre em literatura e cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Letras pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

Ana Cristina Marinho, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Professora de Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB

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Publicado

2019-09-13

Como Citar

Arruda, G. de S., & Marinho, A. C. (2019). A degradação da casa e do corpo em confinamento no conto holocausto, de Caio Fernando Abreu. Estação Literária, 23, 49–62. https://doi.org/10.5433/el.2019v23.e35724

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático