O espectro da besta no homem em Meu tio o Iauaretê, de Guimarães Rosa

Autores

  • Geisy Nunes Adriano Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2016v17.e34517

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, Humanidade e animalidade, Alteridade

Resumo

O animal habitou o primeiro círculo relacional do homem em sua relação com o mundo, tanto em forma de carne e couro, como sob o manto da magia. Povoa, também, o imaginário primitivo, tal como o contemporâneo, consistindo em uma de suas primeiras metáforas, ademais é tema recorrente na história das representações. Nesse contexto, o prisma literário disseca e expõe o espectro da besta entranhado no homem. Valendo-se, a literatura, de um raciocínio analógico sob essa relação, a presente pesquisa propõe a análise das representações de animais na obra “Meu Tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa, a partir do diálogo com produções literárias e filosóficas, tendo como referencial teórico os estudos de Agamben (2002), Bataille (1993), Deleuze; Guattari (2012), Derrida (2002), Maciel (2008; 2011), entre outros.

Biografia do Autor

Geisy Nunes Adriano, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

Mestranda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

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Publicado

2016-06-05

Como Citar

Adriano, G. N. (2016). O espectro da besta no homem em Meu tio o Iauaretê, de Guimarães Rosa. Estação Literária, 17, 148–161. https://doi.org/10.5433/el.2016v17.e34517

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático