Desempenho de idosos com e sem declínio cognitivo leve na versão reduzida do Teste WCST-64

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n3suplp149

Palavras-chave:

idosos, cognição, desempenho, testes neuropsicológicos

Resumo

Declínio Cognitivo Leve (DCL) é uma condição clínica que apresenta perdas cognitivas acima do esperado para idade ou escolaridade, não preenchendo critérios diagnósticos para quadros demenciais. Este artigo comparou o desempenho de 56 idosos no Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, versão reduzida (WCST-64) em uma amostra de idosos com e sem DCL (n=28 por grupo), emparelhados por idade e escolaridade (média de idade =68,93; DP=5,06; escolaridade média= 13,21; DP=5,06). Os instrumentos utilizados foram questionário sociodemográfico, bateria de testes neurocognitivos e de capacidade funcional e o WCST-64. Os dados foram analisados utilizando análises descritivas e inferenciais. O grupo com DCL obteve pior resultado apenas no escore número de erros do WCST-64 (p=0,029). Os resultados sugerem que o WCST-64 apresenta potencial para diferenciar o desempenho de idosos com e sem DCL, o que possibilita a utilização desse instrumento como ferramenta de rastreio e de auxílio no processo diagnóstico dessa população.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Cristiane Silva Esteves, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)

Doutora em Gerontologia Biomédica pela PUCRS. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Campus Alvorada) 

Camila Rosa de Oliveira, Instituto Meridional IMED - Passo Fundo

Doutora em Gerontologia Biomédica pela PUCRS e Pós-Doutora em Psicologia pela PUCRS. Professora do Instituto Meridional IMED- Passo Fundo

Valéria Gonzatti, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Mestrado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Psicóloga colaboradora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Manuela Polidoro Lima, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutora em Psicologia Clínica pelo Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre (RS).Psicóloga do Hospital da Liga Norte Riograndense contra o Câncer, de Natal, e professora do Instituto INSA Prepara - CESAC em Natal, RN.

Carmen Moret Tatay, Universidad Católica de Valência San Vicente Mártir

Doutora em Matemáticas aplicadas na ciência cognitiva pela Universitat Politécnica de València. Professora de ciência cognitiva e metodologia em Valencia (Espanha) da Universidad Católica de Valencia, San Vicente Mártir.

Irani Iracema de Lima Argimon, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutorado em Psicologia (PUCRS). Professora Titular do Pós-Graduação do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.

Tatiana Quarti Irigaray, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutora  em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora Adjunta dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde da PUCRS. 

Referências

American Psychological Association (APA) (2014). Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. Porto Alegre, RS: Artmed.

Argimon, I. I. L. (2006). Aspectos cognitivos em idosos. Avaliação Psicológica, 5(2), 243-245.

Argimon, I. I. L., Bicca, M., Timm, L. A., & Vivan, A. (2006). Funções executivas e a avaliação de flexibilidade de pensamento em idosos. Revista Brasileira de Ciência e Envelhecimento Humano, 3(2), 35-42. doi:10.5335/rbceh.2012.84

Argimon, I. I. L., & Stein, L. M. (2005). Habilidades cognitivas em indivíduos muito idosos: Um estudo longitudinal. Caderno de Saúde Pública, 21(1), 64-72. doi:10.1590/S0102-311X2005000100008

Baldin, N., Munhoz, E. M. B. (2011). Snowball (bola de neve): Uma técnica metodológica para pesquisa em educação ambiental comunitária. Anais do X Congresso Nacional de Educação. Curitiba, PR: PUCPR.

Ballesteros, S., Mayas, J., & Reales, J. M. (2013). Cognitive function in normal aging and in older adults with mild cognitive impairment. Psicothema, 25(1), 18-24. doi:10.7334/psicothema2012.181

Banhato, E. F. C., & Nascimento, E. (2007). Função executiva em idosos: Um estudo utilizando subtestes da Escala WAIS-III. PsicoUSF, 12(1), 65-73.

Braver, T. S., & West, R. (2008). Working memory, executive control, and aging. In F. I. M. Craik, T. A. Salthouse (Eds.), The Handbook of Aging and Cognition. New York, NY: Psychology Press.

Carlson, M. C., Xue, Q. L., Zhou, J., & Fried, L. P. (2009). Executive decline and dysfunction precedes decline in memory: The women’s health and aging study II. The Journals of Gerontology, 1, 110-117. doi:10.1093/gerona/gln008

Charchat-Fichman, H., Caramelli, P., Sameshima, K., & Nitrini, R. (2005). Declínio da capacidade cognitiva durante o envelhecimento. Revista Brasileira de Psiquiatria, 27(1), 79-82. doi:10.1590/S1516-44462005000100017

Chaves, M. L., & Izquierdo, I. (1992). Differential diagnosis between dementia and depression: A study of efficiency increment. Acta Neurologica Scandinavica, 85, 378-382. doi:10.1111/j.1600-0404.1992.tb06032.x

Chen, T. F., Chen, Y. F., Cheng, T. W., Hua, M. S., Liu, H. M., & Chiu, M. J. (2009). Executive dysfunction and periventricular diffusion tensor changes in amnesic mild cognitive impairment and early Alzheimer's disease. Hum Brain Mapp, 30(11), 3826-3836. doi:10.1002/hbm.20810.

Chen, P., Ratcliff, G., & Belle. S. H. (2001). Cognitive tests that best discriminate between presymptomatic AD and those who remain nondemented. Neurology, 57(1), 163-164. doi:10.1212/WNL.55.12.1847

Cunha, J. A. (2000). Escalas Wechsler. In J. A. Cunha (Ed.), Psicodiagnóstico-V (pp. 129-602). Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

Delano-Wood, L., Abeles, N., Sacco, J. M., Wierenga, C. E., Horne, N. R., & Bozoki, A. (2008). Regional white matter pathology in mild cognitive impairment: Differential influence of lesion type on neuropsychological functioning. Stroke, 39, 794-799. doi:10.1161/STROKEAHA.107.502534

Diamond, A. (2013). Executive functions. Annual Review of Psychology, 64, 135-168. doi:10.1146/annurev-psych-113011-143750

Gauthier, S., Reisberg, B., Zaudig, M., Petersen, R.C., Ritchie, K., Broich, K., … Winblad, B. (2006). Mild cognitive impairment. Lancet, 15(1), 1262-1269. doi:10.1016/S0140-6736(06)68542-5

Gomes, A. L. Z., & Othero, M. B. (2016). Cuidados paliativos. Estudos Avançados, 30(88), 155-166. doi:10.1590/S0103-40142016.30880011

Green, J. (2000). Neuropsychological evaluation of the older adult: A clinician's guidebook. San Diego, CA: Academic.

Griffith, H. H., Belue, K., Sicola, A., Krzywanski, S., Zamrini, E., Harrell, L., Marson, D. C. (2003). Impaired financial abilities in mild cognitive impairment. Neurology, 60(3), 449-457. doi:10.1212/WNL.60.3.449

Hamdan, A. C., & Bueno, O. F. A. (2005). Relações entre controle executivo e memória episódica verbal no comprometimento cognitivo leve e na demência tipo Alzheimer. Estudos de Psicologia (Natal), 10(1), 63-71. doi:10.1590/S1413-294X2005000100008
Heaton, R. K., & Par, S. (2000). WCST-64: Computer version 2 – Research edition (WCST-64: CV2). PAR.

Kaland, N., Smith, L., & Mortensen, E. L. (2008). Brief report: Cognitive flexibility and focused attention in children and adolescents with Asperger Syndrome or high-functioning autism as measured on the computerized version of the Wisconsin Card Sorting Test. Journal of Autism and Developmental Disorders, 38(6), 1161-1165. doi:10.1007/s10803-007-0474-1

Knopman, D. S., Boeve, B. F., & Petersen, R. C. (2003). Essentials of the proper diagnoses of Mild Cognitive Impairment, Dementia, and major subtypes of Dementia. Mayo Clinic Proceedings, 78, 1290-1308. doi:10.4065/78.10.

Kochhann, R., Varela, J., Lisboa, C. S. M, & Chaves, M. L. (2010). The Mini Mental State Examination Review of cutoff points adjusted for schooling in a large Southern Brazilian sample. Dementia & Neuropsychol., 4(1), 35-41. doi:10.1590/S1980-57642010DN40100006

Kongs, S. K., Thompson, L. L., Iverson, G. L., & Heaton, R. K. (2000). WCST-64: Wisconsin Card Sorting Test-64 card version, professional manual. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources.

Kreuz, G., & Franco, M. H. P. (2017). Reflexões acerca do envelhecimento, problemáticas, e cuidados com as pessoas idosas. Revista Kairós: Gerontologia, 20(2), 117-133. doi:10.23925/2176-901X.2017v20i2p117-133

Leon, A., Hahn-Ketter, A., Carrion, C., & Pliskin, N. A. (2014). The effect of education and diagnosis on the Wisconsin Card Sorting Test performance of a sample of monolingual Spanish-speaking Hispanics. Archives of Clinical Neuropsychology, 29(6), 519. doi:10.1093/arclin/acu038.44

Lino, V. T. S., Pereira, S. R. M., Camacho, L. A. B., Ribeiro Filho, S. T., & Buksman, S. (2008). Adaptação transcultural da Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (Escala de Katz). Cadernos de Saúde Pública, 24(1), 103-112. doi:10.1590/S0102-311X2008000100010

Lopes, R. M. F, Bastos, A., & Argimon, I. I. L. (2017). Treino das funções executivas em idosos: Uma revisão sistemática da literatura. Cuadernos de Neuropsicologia, 11(1), 11-29. doi:10.7714/CNPS/11.1.201

Lopes, R. M. F, Ziemniczak, V., Nascimento, R. F. L., & Argimon, I. I. L. (2015). Funções executivas: A regência de uma orquestra. In I. I. L. Argimon, C. S. Esteves, & G. W. Wendt (Eds.), Ciclo Vital: Perspectivas contemporâneas em avaliação e intervenção (pp. 71-81). Porto Alegre: EDIPUCRS.

Malloy-Diniz, L. F., Lasmar, V. A., Gazinelli L. S., Fuentes, D., & Salgado, J. V. (2007). The Rey Auditory-Verbal Learning Test: Applicability for the Brazilian elderly population. Revista Brasileira de Psiquiatria, 29(4), 324-329. doi:10.1590/S1516-44462006005000053

Mcguinness, B., Barrett, S. L., Craig, D., Lawson, J., & Passmore, A. P. (2010). Executive functioning in Alzheimer’s disease and vascular dementia. Internacional Journal of Geriatric Psychiatric, 25, 562-568. doi:10.1002/gps.2375.

Nascimento, E. (2000). Escala de Inteligência Wechsler para Adultos, terceira edição – WAIS-III. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.

Papalia, D. E., & Olds, S. W. (2013). Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre, RS: AMGH.

Petersen, R. C., Smith, G. E., Waring, S. C., Ivnik, R. J., Tangalos, E. G., & Kokmen, E. (1999). Mild cognitive impairment: Clinical characterization and outcome. JAMA Neurology, 56(3), 303-308. doi:10.1001/archneur.56.3.303

Petersen, R. C., Stevens, J. C., Ganguli, M., Tangalos, E. G., Cummings, J. L., & Dekosky, S. T. (2001). Practice parameter: Early detection of dementia: Mild cognitive impairment (an evidence-based review). Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology, 56, 1133-1142. doi:10.1212/WNL.56.9.1133

Petersen, R. C., Caracciolo, B., Brayne, C., Gauthier, S., Jelic, V., & Fratiglioni, L. (2014). Mild cognitive impairment: A concept in evolution. Journal of Internal Medicine, 275(3), 214-228. doi:10.1111/joim.12190.

Penrod, J., Preston, D. B., Cain, R., & Starks, M. T. (2003). A discussion of chain referral as a method of sampling hard-to-reach populations. Journal of Transcultural nursing, 4(2), 100-107. doi:10.1177/1043659602250614

Rey, A. (1958). L'Examen Clinique en Psychologie. Paris: Press Universitaire de France.

Ribeiro, E. E. (2008). Tanatologia, vida e finitude. Rio de Janeiro: UERJ, UnATI.

Ribeiro, P. C. C., Oliveira, B. H. D., Cupertino, A. P. F. B., Neri, A. L., & Yassuda, M. S. (2010). Desempenho de idosos na Bateria Cognitiva CERAD: Relações com variáveis sociodemográficas e saúde percebida. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23(1), 102-109. doi:10.1590/S0102-79722010000100013

Royall, D. R., & Chiodo, L. K. (2004). Executive control and the validity of survey data. International Journal of Geriatric Psychiatry, 19(7), 696-708. doi: 10.1002/gps.1127

Satler, C., Guimarães, L., & Tomaz, C. (2017). Planning ability impairments in probable Alzheimer's disease patients: Evidence from the Tower of London test. Dementia & Neuropsychologia, 11(2), 137-144. doi:10.1590/1980-57642016dn11-020006.

Silva, J. M. R. (2017). Funcionamento executivo: Estudo comparativo entre controlos saudáveis, défice cognitivo ligeiro e demência de Alzheimer. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal.

Slongo, L. A., Albrecht, C. F., Lavouras, D. F., Esteves, P. S., & Barcelos, R. H. (2009). A moda para a consumidora da terceira idade. Anais do Encontro Anual da ANPAD, 33, 2009, São Paulo, SP: Associação Nacional dos Cursos de Pós-Graduação em Administração.

Strauss, E., Sherman, E. M. S., & Spreen, O. (2006). A Compendium of Neuropsychological Tests: Administration, norms and commentary. New York, NY: Oxford University Press.

Sullivan, J. R., Riccio, C. A., & Castillo, C. R. (2009). Concurrent validity of the Tower Tasks as measures of executive function in adults: A meta-analysis. Applied Neuropsychology, 16(1), 62-75. doi:10.1080/09084280802644 243.

Veras, R. (2009). Envelhecimento populacional contemporâneo: Demandas, desafios e inovações. Revista de Saúde Pública, 43(3), 548-554. doi:10.1590/S0034-89102009005000025.

Wechsler, D. (1997). WAIS-III: Administration and scoring manual. San Antonio: Psychological Corporation.

Winblad, B., Palmer, K., Kivipelto, M., Jelic, V., Fratiglioni, L., Wahlund, L. O., … Petersen, R. C. (2004). Mild cognitive impairment – beyond controversies, towards a consensus: Report of the International Working Group on Mild Cognitive Impairment. Journal of Internal Medicine, 256(3), 240-246. doi:10.1111/j.1365-2796.2004.01380.x

Downloads

Publicado

2018-10-07

Como Citar

Esteves, C. S., Oliveira, C. R. de, Gonzatti, V., Lima, M. P., Tatay, C. M., Argimon, I. I. de L., & Irigaray, T. Q. (2018). Desempenho de idosos com e sem declínio cognitivo leve na versão reduzida do Teste WCST-64. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 9(3supl), 149–164. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n3suplp149

Edição

Seção

Artigos Originais