O estatuto de regra fundamental da associação livre: sobre as bases teóricas da técnica da psicanálise

Autores

  • Maria Rosa Ferrucci Monção Secretaria de Assistência Social no Município de Paiçandu
  • Helio Honda Universidade Estadual de Maringá https://orcid.org/0000-0003-2007-3218

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n2p41

Palavras-chave:

associação livre, psicanálise, metapsicologia, Freud

Resumo

Em 1912, Freud afirmou que na psicanálise pesquisa e tratamento coincidem. Em 1923, definiu-a de tal modo que evidenciou que pesquisa, tratamento e teoria, nesta ciência, estariam integrados, sendo que o deslocamento de um desses aspectos possivelmente a descaracterizaria. Todavia, é possível notar a existência de leituras psicanalíticas extremas, que enfatizam apenas um deles, dando destaque ora para a teoria, ora para a técnica, como mostram alguns autores. Com vistas a contribuir para as discussões sobre formação e prática psicanalíticas e com o resgate da visão integradora de Freud, busca-se evidenciar as bases teóricas que fundamentam a técnica da associação livre, regra fundamental da psicanálise, a fim de esclarecer as justificativas que lhe conferem tal estatuto. Para tanto, são explicitadas duas importantes teses e descrições metapsicológicas de Freud presentes em A Interpretação dos Sonhos (1900), dentre as quais destaca-se a noção de representações-meta.

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Biografia do Autor

Maria Rosa Ferrucci Monção, Secretaria de Assistência Social no Município de Paiçandu

Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá. Psicóloga efetiva na Secretaria de Assistência Social no Município de Paiçandu

Helio Honda, Universidade Estadual de Maringá

Doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado em Psicanálise e Psicopatologia pela Université Diderot - Paris 7. Professor associado da Universidade Estadual de Maringá

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Publicado

2019-10-24

Como Citar

Monção, M. R. F., & Honda, H. (2019). O estatuto de regra fundamental da associação livre: sobre as bases teóricas da técnica da psicanálise. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 10(2), 41–58. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n2p41

Edição

Seção

Artigos Originais