Freud, racionalidade médica e a constituição do objeto psicopatológico na psicanálise: um estudo epistemológico

Autores

  • Kelly Moreira de Albuquerque Universidade de Fortaleza

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2015v6n1p54

Palavras-chave:

psicopatologia, psicanálise, epistemologia, clínica

Resumo

Objetivamos investigar o contexto científico da época de Freud, mais especificamente, a racionalidade própria à medicina de seu tempo, quando de suas elaborações teóricas acerca das categorias do normal e patológico. Acredita-se que a elucidação dos modelos da racionalidade médica sobre normalidade e patologia contemporâneos a Freud permite uma compreensão de como ele, Freud, subverteu os aludidos modelos, transgredindo seus cânones teórico-metodológicos fundamentais, para, enfim, ter acesso ao inédito de seu objeto, o inconsciente. Para tanto, iniciaremos pela discussão foucaultiana sobre a descontinuidade entre as racionalidades das medicinas clássica e moderna. Em seguida, caracterizaremos o modelo anátomoclínico preponderante na medicina moderna, mostrando seus efeitos nas construções teóricas em psicopatologia e, numa posição subversiva, na refração freudiana. Freud pensou a doença como fenômeno totalizante, numa perspectiva dinâmica. Foi contra a ontologização da doença que ele se insurgiu. Numa posição antiobjetivista e antirreducionista, ele propôs uma concepção homogênea das perturbações anímicas, redefinindo-as enquanto formas de inserção na linguagem.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Kelly Moreira de Albuquerque, Universidade de Fortaleza

Doutoranda em psicologia na Universidade de Fortaleza (UNIFOR).  Professora de Psicologia na Fanor-Devry Brasil

Referências

Assoun, P-L. (1983). Introdução à epistemologia freudiana. Rio de Janeiro: Imago.

Canguilhem, G.(2010). O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1966).

Estellita-Lins, C. E. (2007). Saúde e doença na psicanálise: sobre Georges Canguilhem e Donald W. Winnicott In: B. Bezerra Jr., F. Ortega. Winnicott e seus interlocutores (pp. 340-360). Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Foucault, M. (2008). O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1964).

Freud, S. (2014). Conferências Introdutórias à Psicanálise. Obras Completas, volume 13. São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1916-17).

Freud, S. (2011). Resumo da psicanálise. Obras Completas, volume 16. São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1924).

PINHEIRO, C V de Q. (2006). Saberes e práticas médicas e a constituição da identidade pessoal. Physis, Rio de Janeiro, 16(1), 45-58. doi: 10.1590/S0103-73312006000100004

PRATA, M R. (1999). O normal e o patológico em Freud. Physis: Rio de Janeiro, 9(1), 37-81.

Simanke, R. T. (2002). Metapsicologia lacaniana: os anos de formação. São Paulo: Discurso Editorial; Curitiba: Editora UFPR.

Downloads

Publicado

2015-06-19

Como Citar

Albuquerque, K. M. de. (2015). Freud, racionalidade médica e a constituição do objeto psicopatológico na psicanálise: um estudo epistemológico. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 6(1), 54–64. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2015v6n1p54

Edição

Seção

Artigos Originais