A trans-memória das imagens, sentir o tempo e inquietar-se: o caso Sonderkommando

Autores

  • Cristina Susigan Universidade Presbiteriana Mackenzie

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2018v12n22p115

Palavras-chave:

Trans-Memória das Imagens, Imagem Sobrevivente, Sonderkommando

Resumo

Se a memória se constituiu, desde o seu início, como um terreno privilegiado da história, ela não é menos importante para outras áreas do pensamento, como as artes. Se a história a utilizou e a integrou como um dos seus conceitos fundamentais, transformando-a num conceito operatório do pensamento, as artes permitem descrever a “vida póstuma” das formas da cultura e das manifestações artísticas. Relembro, Walter Benjamin e o seu conceito de “Rememoração”, como o próprio conceito de Aby Warburg, nomeadamente o de “Imagem Sobrevivente”, e aqui aparece uma outra componente, que se desdobra a partir daquela: a relação da imagem com a própria história e também a da memória que sobrevive nas imagens. Este artigo tem o intuito de analisar as quatro fotografias que foram realizadas pelos prisioneiros do campo de Auschwitz-Birkenau em risco de vida, os Sonderkommandos, mostrando que as imagens são a hipótese de reconstrução do testemunho.

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Biografia do Autor

Cristina Susigan, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Publicado

2018-12-23

Como Citar

Susigan, C. (2018). A trans-memória das imagens, sentir o tempo e inquietar-se: o caso Sonderkommando. Domínios Da Imagem, 12(22), 115–126. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2018v12n22p115

Edição

Seção

Artigos gerais