https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/issue/feedBoitatá2024-03-22T17:09:02-03:00Frederico Garcia Fernandesboitatá@uel.brOpen Journal Systems<p>A Revista <strong>Boitatá</strong> (ISSN 1980-4504) é uma publicação de fluxo contínuo vinculada a Universidade Estadual de Londrina (UEL), de acesso livre, do GT de Literatura Oral e Popular da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística (ANPOLL). Ela tem por objetivo principal disseminar trabalhos inéditos decorrentes de produções científicas de pesquisadores nacionais e estrangeiros que investigam as poéticas orais e a literatura popular. A partir de 2023 a revista passou a adotar a licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR" target="_blank" rel="noopener">CC BY</a>.</p>https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/50124Expediente2024-03-22T17:09:02-03:002024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/49245Os "Nós" da Escrita Feminina2023-10-30T07:17:24-03:00Cristina Mielczarski dos Santoscrismielczarski@yahoo.com.br<p><strong>Resumo: </strong>O objeto de reflexão neste espaço é a escrita de mulheres negras em diários e cartas, gêneros que se entrelaçam com narrativas autobiográficas. O corpus registrado indiretamente dialoga entre si: Gloria Anzaldúa com <em>Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo</em> (2000); Teresa Cárdenas com <em>Cartas para a minha mãe</em> (2016); Françoise Ega com <em>Carta a uma negra</em> (2021); Djamila Ribeiro com <em>Carta para minha avó</em> (2021) e Maya Angelou com <em>Carta para minha filha</em> (2019). O gênero diário, outra modalidade de narrativa íntima, é representado por Carolina Maria de Jesus com <em>Quarto de despejo: diário de uma favelada</em> (1960) e <em>Diário de Bitita</em> (1982). As vozes dessas mulheres ecoam no papel através dos textos -as cartas que se tornam diários; os diários que se transfiguram em autobiografias; os artigos que combinam cartas, diários, poemas; as cartas fictícias que compõem um romance; constituem, finalmente, o “nós” dos gêneros literários que juntos formam os “nós” das coletividades envolvidas.</p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Escrita feminina; cartas; diários; “escrevivência”.</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Cristina Mielczarski dos Santoshttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/47973A Identidade indígena2023-10-30T09:35:39-03:00Ana Paula Freitas dos Santosana.flordolacio@gmail.com<p>O presente artigo é uma análise da obra da escritora indígena Eliane Potiguara, <em>Metade cara, metade máscara</em> (2019) à luz das teorias pós-coloniais e a identidade indígena. A abordagem privilegia a representação da mulher indígena na literatura de Potiguara, a voz coletiva dos povos indígenas brasileiros, o gênero, a raça e a luta pelo território dos habitantes originários do Brasil. As letras e vozes contracoloniais das mulheres indígenas são um manifesto antirracista permanente desde a memória oral das anciãs até as escritas que chegam às salas de aula, educando para o respeito à <em>Mãe Terra</em> e seus <em>corpos-territórios</em> dissidentes. Com a instrumentação teórica de <em>Peles negras, máscaras brancas</em> (2008) de Frantz Fanon, analiso as identidades cindidas das “peles vermelhas, máscaras brancas” resultantes do racismo antiindígena dos neocolonizadores; e as pedagogias decoloniais que vislumbram vários mundos e várias formas de conhecimento como o Feminismo Comunitário de Lorena Cabnal (2018) que reúne mulheres latino-americanas, habitantes de <em>Abya Yala</em>: mulheres indígenas, negras, mestiças, identidades violentadas desde o século XVI pelo patriarcado, branco, cristão e capitalista. A Literatura Indígena é uma área de conhecimento que conscientiza todos nós sobre a urgência em defender nossa natureza e todos os povos que lutam pela sua preservação</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Ana Paula Freitas dos Santoshttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/47325Fronteiras Epistêmicas, Fronteiras Espaciais e a Decolonialidade em "Tybyra: uma tragédia brasileira"2023-08-23T09:10:31-03:00Renata Klipelrenataklipel@gmail.com<p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;">Este artigo se propõe a refletir sobre a concepção de fronteira no sentido concreto do termo, como linha que demarca cartograficamente territórios, mas também no seu sentido abstrato, isto é, levando em consideração aspectos culturais e sociais que impõem limites epistêmicos dentro de um mesmo território. Colocaremos em debate a crença na existência de uma única língua nacional, pela qual se produz uma literatura que contribui para o estabelecimento de uma cultura nacional, resultando em uma comunidade homogênea, ou uma nação. Em contraponto a esta ideia, Walter Mignolo, no capítulo V de seu livro<em> Histórias locais projetos globais</em>,(2003), enfatiza os efeitos do caráter transnacional das línguas, evidenciando igualmente como se deu a construção da ideologia nacionalista sobre a língua e a literatura. A partir deste texto e de conceitos da teoria decolonial, buscaremos analisar a peça de teatro escrita por Juão Nyn, <em>Tybyra, uma </em><em>tragédia </em><em>indígena brasileira</em>, como exemplo de efetiva quebra de fronteiras pela língua, uma vez que, além de serem introduzidas palavras em guarani na obra, há a demarcação indígena na língua portuguesa pela troca da letra “i” pelo “y”, letra sagrada em tupi-guarani.</span></span></p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Renata Klipelhttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/48068Cultura e Educação no Delta do Rio Parnaíba2023-09-10T17:06:06-03:00JOSÉ MARCELO COSTA DOS SANTOScelloilha5@gmail.com<p>O presente artigo trata da ação cultural do griô Zé Santana em Ilha Grande-PI, no Delta do Rio Parnaíba. O objetivo é analisar as contribuições da ação cultural de Zé Santana na comunidade ribeirinha de Ilha Grande-PI. Especificamente, almejamos: caracterizar a ação cultural de Zé Santana, enfatizando sua constituição como um educador cultural; relacionar o fazer desse mestre griô com uma possível prática educativa; mostrar a relevância da produção artístico-literária do referido mestre popular para a educação, história e memória cultural do povo ilhagrandense. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida à luz da metodologia de Análise de Conteúdo, tendo como técnica a entrevista semiestruturada aplicada com cinco moradores da referida região. A base teórica se fundamenta em Bardin (2016), Brandão (2007), Santos (1994), Werneck (2003), dentre outros. O estudo mostrou que as ações dentro da comunidade fizeram de Zé Santana uma espécie de educador cultural, pois seu fazer possibilitou diferentes formas de aprendizado e de construção de conhecimentos sobre a vida e a cultura no espaço da cidade em questão.</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 JOSÉ MARCELO COSTA DOS SANTOShttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/48333O Boto da Narrativa e a Narrativa do Boto2023-10-30T09:34:58-03:00Claudia Vanessa Bergaminiclaudia.bergamini@ufac.br<p>Proponho, neste artigo, a análise de textos da produção do poeta popular paraense Antonio Juraci Siqueira, o Boto. Justifico essa escolha por se tratar de um disseminador da cultura amazônica, já que em suas produções há ecos linguísticos, culturais, lendários e populares da Amazônia paraense; assim, busco dar aos textos do autor um lugar de voz, um espaço em que possa haver uma legitimação acadêmica para esses valores de produção popular, oriundos de uma tradição, pois em cada região do Brasil há escritores, em verso e prosa, inseridos no meio do povo, em cujas composições residem lendas, mitos e fatos reais que chegam em linguagem simplória, carregada de significação. Por meio dessa linguagem, são construídas histórias apoiadas em uma concepção de mundo específica e na tradição popular, e são, pois, essas características abordadas neste estudo.</p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: narrativas populares; cultura amazônica; tradição popular.</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Claudia Vanessa Bergaminihttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/47353A Canoa-Livro dos Narradores Desana na Obra "Antes o Mundo não Existia"2023-08-15T22:48:29-03:00Marcos Lampert Varnierimarcoslvarnieri@gmail.com<p>A obra <em>Antes o mundo não existia</em> (2019 [1980]) apresenta a complexidade narrativa das histórias do povo Desana, localizado na região do Alto Rio Negro, na Amazônia. O texto foi composto por Umusi Pãrõkumu e Tõrãmʉ̃ Kẽhíri que traduziram do repertório oral desana para o português diversas histórias fundantes de sua cultura. Destacam-se, ao modo da épica e da literatura oral, os contos de criação do mundo e dos diversos seres, humanos e não humanos. Uma leitura cuidadosa desse texto exige o diálogo com teorias antropológicas, em especial, com o perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro (2016), bem como a apreciação da oralidade (NAYAR, 2020), do mito (ELIADE, 2011; RIBEIRO, 1994), do animismo aplicado à literatura (GARUBA, 2012; ROONEY, 2006) e da literatura indígena contemporânea no Brasil (GRAÚNA, 2013; SÁ, 2012; ALMEIDA, QUEIROZ, 2004).</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Marcos Lampert Varnierihttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/49735Autoras Indígenas e as Escrituras do Corpo da Terra2024-01-23T18:52:28-03:00José Carlos Felixjfelix@uneb.brCarla Lucilene Uhlmanncarlinhauhlmann25@gmail.com<p>O presente artigo propõe uma reflexão de como o campo das poéticas orais, seja em seu debate teórico e epistemológico quanto em suas formas de expressão e produção sociocultural, contribui para uma reflexão acerca da construção identitária e cultural dos povos originários do Brasil, particularmente nos modos que ampliam os meios e materialidades inscritas nas formas de acessar, experienciar, produzir e circular as experiências do mundo sensível. Neste sentido, tomamos como mote a forçada apropriação da língua portuguesa nas expressões orais e escritas impostas aos povos nativos do território brasileiro e sua conversão instrumento de reivindicação dos seus direitos incorporada nas vozes ancestrais para pensar as fabulações produzidas pelos povos originários por meio da imagem conceito da escrita impressa transformada novas “armas” combativas. Para isso, valemo-nos brevemente da produção poética de Denízia Kawany Fulkaxó, ou Denízia Cruz, como assina em seus livros, com vistas a assinalar uma entre tantas possibilidades de reflexão crítica acerca das maneiras pelas quais os escritos dos povos originários estabelecem o diálogo com os não indígenas, provocando aproximações e transformações criativas tanto na língua quanto na cultura apropriada.</p> <p> </p> <p> </p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 José Carlos Felix, Carlahttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/47329Do Silêncio se Fez a Terra2023-07-03T22:32:36-03:00Monise Campos Saldanhasaldanhanilson.ns@gmail.com<p>Sacode a Sapopemba, toca a pena e o maracá, o petyngua lança a fumaça a neblinar todo o espaço. No canto, um homem sentado entoa rezas em língua antiga. É a cura que vem da floresta, manipulada por quem conversa na língua original com os elementais da natureza. Fenômeno denominado de xamanismo, mas no Brasil, popularmente conhecido como pajelança. Assim, nasce este artigo cujo intento é refletir sobre mito e xamanismo em cultura indígena. Parte integrante da disciplina de doutoramento Escritas Ameríndias, mergulho profundo na cultura mãe de todos os brasileiros. Intermediada pela revisão bibliográfica, passearemos entre Popygua (2017); Kambeba (2020); Lima (2017); Diakara (2020); Kêhíri; Tõrãmü (1995), Langdon (1996) entre outros que nos permitem entender os tempos primordiais e os saberes curadores da mata. Percorreremos, assim, as sinuosidades ancestrais de um eu que nos habita. Herança adormecida, memória coletiva em movimento que nos forma e informa. Mas, que pela colonialidade do saber fora realocada no lugar do esquecimento, silenciada, minimizada, como parte do eu nativo que a modernidade não quer reconhecer.</p>2024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Monise Campos Saldanhahttps://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/50028Apresentação2024-03-11T11:17:16-03:002024-03-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 ana paula silva