A oralidade em Ponciá Vicêncio (2003) uma pulsão da memória afrodescendente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2013v8.e31550

Palavras-chave:

Oralidade, Memória, Afrodescendência, Romance

Resumo

O presente artigo visa apresentar a importância da oralidade no romance Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo. No romance a oralidade se faz presente pela voz de Ponciá a personagem principal, que busca incansavelmente se reencontrar com sua família, com sua identidade perdida e assim, ver cumprida a promessa de Vô Vicêncio. Mas, para que a promessa se cumpra será necessário que Ponciá em uma tomada de consciência renegue toda e qualquer escrita que não lhe agregue sentidos e valores inerentes à sua identidade, para tanto Ponciá terá que entender que a escrita só adquire sentido, quando representar as vivências de quem a escreve, deste modo, a oralidade se fará diante das memórias recolhidas da griot Nêngua Kainda que impulsionará Ponciá a se reencontrar com a história dos seus, mas principalmente se reencontrar com sua memória afrodescendente na qual reafirmará sua identidade, e assim poderá ver cumprida a promessa de Vô Vicêncio.

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Biografia do Autor

Manoela Fernanda Silva de Matos, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Mestranda em Letras- Estudos Literários na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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Publicado

2013-06-29

Como Citar

Matos, M. F. S. de. (2013). A oralidade em Ponciá Vicêncio (2003) uma pulsão da memória afrodescendente. Boitatá, 8(15), 106–117. https://doi.org/10.5433/boitata.2013v8.e31550

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Seção Livre