Repentista ou repetista?
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31286Palavras-chave:
Cantoria de repente, Oralidade, Escrita, Ouvinte, Cantador de repente.Resumo
A cantoria de repente é uma atividade poético-musical essencialmente improvisada. Como manifestação oral contemporânea, tanto recebe influência da escrita, quanto frequentemente lança mão desse recurso para fins de aperfeiçoamento e memorização com vistas à performance. O ouvinte, coautor do texto poético, é um elemento essencial para o conjunto performático e também o principal agente de controle dos conteúdos exibidos. O texto elaborado previamente por alguns cantadores de repente, assim como a sua repetição, embora performatizado como se fosse de improviso, repercute negativamente quando essa prática é descoberta pelo ouvinte. Os dispositivos de gravação e as ferramentas de difusão figuram como os principais suportes de controle adotados e forçam os poetas populares que adotam essa estratégia de apresentação a repensarem a sua prática profissional. Este trabalho pretende investigar o que de fato é improviso e o que não é na performance dos cantadores de repente; como os ouvintes atuam no processo de coautoria, mas também de controle da atuação desses artistas; e de que modo os aparatos tecnológicos auxiliam ouvintes e repentistas nas suas atuações.
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