Repentista ou repetista?

Autores

  • Edmilson Ferreira dos Santos Universidade Federal da Paraíba
  • Beliza Áurea de Arruda Mello Universidade Federal da Paraíba https://orcid.org/0000-0002-6298-9075

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31286

Palavras-chave:

Cantoria de repente, Oralidade, Escrita, Ouvinte, Cantador de repente.

Resumo

A cantoria de repente é uma atividade poético-musical essencialmente improvisada. Como manifestação oral contemporânea, tanto recebe influência da escrita, quanto frequentemente lança mão desse recurso para fins de aperfeiçoamento e memorização com vistas à performance. O ouvinte, coautor do texto poético, é um elemento essencial para o conjunto performático e também o principal agente de controle dos conteúdos exibidos. O texto elaborado previamente por alguns cantadores de repente, assim como a sua repetição, embora performatizado como se fosse de improviso, repercute negativamente quando essa prática é descoberta pelo ouvinte. Os dispositivos de gravação e as ferramentas de difusão figuram como os principais suportes de controle adotados e forçam os poetas populares que adotam essa estratégia de apresentação a repensarem a sua prática profissional. Este trabalho pretende investigar o que de fato é improviso e o que não é na performance dos cantadores de repente; como os ouvintes atuam no processo de coautoria, mas também de controle da atuação desses artistas; e de que modo os aparatos tecnológicos auxiliam ouvintes e repentistas nas suas atuações.

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Biografia do Autor

Edmilson Ferreira dos Santos, Universidade Federal da Paraíba

Licenciado em letras pela Universidade Federal de Pernambuco, mestrando em linguística e práticas sociais pela Universidade Federal da Paraíba

Beliza Áurea de Arruda Mello, Universidade Federal da Paraíba

Professora na Universidade Federal da Paraíba, Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba.

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Publicado

2016-10-11

Como Citar

Santos, E. F. dos, & Mello, B. Áurea de A. (2016). Repentista ou repetista?. Boitatá, 11(22), 179–191. https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31286

Edição

Seção

Seção Livre