A voz do subalterno na performance do catira
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31257Palavras-chave:
Catira, Performance, Folclore, Manifestação artística, Caipira, DançaResumo
O propósito deste artigo é tentar identificar a voz do cantador rural nas performances do catira. Evidentemente, essa dança que existe há séculos pode ser considerada uma forma do caipira expressar suas indignações, sua revolta, sua alegria e seus amores. Porém, não há espaço para essas reivindicações nos grandes centros urbanos, e seus apontamentos acabam não tendo muita relevância. Se fizermos o questionamento de Gayatri Spivak “pode o subalterno falar?” a princípio, e considerando essa caipira um subalterno, podemos dizer que nas performances do catira ele fala, sim, mas não podemos afirmar se ele é ouvido. Quando falamos de “ser ouvido” aqui não se trata apenas da questão auditiva, mas de ser relevado, da sua voz ecoar fora do campo e suas cantigas serem consideradas pelo menos como música, e não apenas uma manifestação cultural ingênua.
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