A voz do subalterno na performance do catira

Autores

  • Adenilson Moura Vasconcelos Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31257

Palavras-chave:

Catira, Performance, Folclore, Manifestação artística, Caipira, Dança

Resumo

O propósito deste artigo é tentar identificar a voz do cantador rural nas performances do catira. Evidentemente, essa dança que existe há séculos pode ser considerada uma forma do caipira expressar suas indignações, sua revolta, sua alegria e seus amores. Porém, não há espaço para essas reivindicações nos grandes centros urbanos, e seus apontamentos acabam não tendo muita relevância. Se fizermos o questionamento de Gayatri Spivak “pode o subalterno falar?” a princípio, e considerando essa caipira um subalterno, podemos dizer que nas performances do catira ele fala, sim, mas não podemos afirmar se ele é ouvido. Quando falamos de “ser ouvido” aqui não se trata apenas da questão auditiva, mas de ser relevado, da sua voz ecoar fora do campo e suas cantigas serem consideradas pelo menos como música, e não apenas uma manifestação cultural ingênua.

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Biografia do Autor

Adenilson Moura Vasconcelos, Universidade de Brasília

Mestrando em literatura pelo programa de pós graduação em literatura, da Universidade de Brasília.

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Publicado

2016-12-11

Como Citar

Vasconcelos, A. M. (2016). A voz do subalterno na performance do catira. Boitatá, 11(21), 116–127. https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31257

Edição

Seção

Seção Livre