O (não)lugar do indígena na "Literatura Brasileira": por onde começar a inclusão?

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DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2011v6.e31197

Palavras-chave:

Indígena, Literatura Brasileira, Identidade, Resistência, Inclusão

Resumo

Repensar a literatura brasileira, inserindo a produção do índio no rol de textos canonizados, implica não aceitar que, na verdade, o que se tem no Brasil é nada mais que uma literatura lusófona. Ao enaltecer a literatura indígena não se pretende dar um valor apenas para compensar um sentimento de dívida, mas de dar visibilidade a algo que existe há muito tempo, inclusive antes da chegada da escrita ao território do que hoje é chamado Brasil. O exercício que se há de fazer é para a valorização da literatura indígena, seja ela oral ou escrita, em língua autóctone ou em língua portuguesa, como objetos estéticos e culturais singulares, percebendo o que essa literatura tem de específica e de universal ao mesmo tempo. Também os indígenas concordam que se a escrita for imprescindível ela deve ser um recurso, contanto que eles obtenham um espaço: “o índio fala, o índio pensa. Então, vamos passar na escrita, pra que a sociedade entenda melhor o povo indígena”.

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Biografia do Autor

Roselene Berbigeier Feil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Doutoranda em Literaturas Portuguesa e Luso-africanas pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2011-10-09

Como Citar

Feil, R. B. (2011). O (não)lugar do indígena na "Literatura Brasileira": por onde começar a inclusão?. Boitatá, 6(12), 122–137. https://doi.org/10.5433/boitata.2011v6.e31197

Edição

Seção

Dossiê