A estética da crueldade nas fronteiras de Venenos de Deus, remédios do Diabo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2009v4.e31064

Palavras-chave:

Miscigenações, Crueldade, Resistência

Resumo

O presente trabalho pretende investigar as veredas da estética da crueldade construídas no romance Venenos de Deus, remédios do Diabo, de Mia Couto, a partir da hibridização, desterriorização e dos percursos das identidades diaspóricas criadas e fragmentadas nos discursos existentes na Vila Cacimba, cenário que documenta a história de Bartolomeu Sozinho, sua esposa Dona Munda, o médico Sidónio Rosa e a mulher que este ama e busca reencontrar em Vila Cacimba, Deolinda. Nesse cenário é que os textos acerca da língua enquanto colonização, da suposta epidemia enquanto multietnicidade, da diáspora, das miscigenações vistas com muita resistência, e certas inversões de significados tidos como maniqueísmos e tabus, como sugere o próprio título Venenos de Deus, remédios do Diabo, desvelam estéticas da crueldade nos cruzamentos de fronteiras e nas fronteiras que se cruzam em discursos identitários.

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Biografia do Autor

Jean Paul d´Antony Costa Silva, Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana

Referências

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Publicado

2009-10-02

Como Citar

Silva, J. P. d´Antony C. (2009). A estética da crueldade nas fronteiras de Venenos de Deus, remédios do Diabo. Boitatá, 4(8), 89–102. https://doi.org/10.5433/boitata.2009v4.e31064

Edição

Seção

Dossiê