Poesia & música: gênese, diálogo e reencontros

Autores

  • Cláudia Sabbag Ozawa Galindo Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2009v4.e31062

Palavras-chave:

Poesia, Música, Oralidade

Resumo

Este artigo visa percorrer os caminhos trilhados pela poesia e pela música, em seus intermitentes contatos, na valorização contínua da oralidade. O termo grego “mousiké” englobava uma unidade integrada de melodia e verso e representava, segundo A República, de Platão, o principal canal de formação dos homens, bem como de manifestação de uma cultura predominantemente oral. Era desta forma, pelo discurso oral, em performance, que se concretizava uma voz coletiva. Assim é que a oralidade se manteve praticamente onipresente durante muito tempo, também na Idade Média. Característica das canções medievais, a oralidade estava presente no próprio gérmen das poesias, que nasciam para serem cantadas. Mas a escrita, gradativamente, enraizou-se nas civilizações, como necessário e natural produto da oralidade. No entanto, a palavra falada subsistia e já no Renascimento vários textos foram musicados, mas somente muito adiante, no século XX, uma forte tendência de fazer interagir novamente poesia e música se impõe decisiva. A poesia volta a ser cantada, através dos efeitos que as cantigas medievais estenderam a vários setores da música popular brasileira. São os meios de comunicação de massa os suportes dessa nova poesia cantada e os festivais de música popular o cenário de tais empreitadas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Cláudia Sabbag Ozawa Galindo, Universidade Estadual de Londrina

Doutorado em Programa de Pós-graduação em Letras pela Universidade Estadual de Londrina

Referências

MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 26. ed. São Paulo: Cultrix, 1998.

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1968.

OLIVEIRA, Corrêa da; MACHADO, Luís Saavedra. Textos portugueses medievais. Coimbra: Coimbra Editora Ltda, 1969.

ONG, Walter. Oralidade e Cultura Escrita. Campinas: Papirus, 1998.

PERRONE,Charles. Letras e Letras da MPB. Rio de Janeiro: Elo, 1988.

PLATÃO. A República. Trad. Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

RIQUER, Martin de. El Trovador y su mundo. [S.l.: s.e., s.d.]

RÓBLES, Federico Sainz de. Poetas líricos griegos. Madrid: Espasa- Calpe S. A., 1963.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Música Popular e Moderna Poesia Brasileira. Petrópolis: Vozes, 1986.

SANT’ANNA, Affonso Romano de.Chico Buarque: a música contra o silêncio. In: Chico Buarque do Brasil. FERNANDES, Rinaldo de. (org). Rio de Janeiro: Garamond, 2004. p.161-166.

SILVA, Anazildo Vasconcelos da. A paraliteratura. In: SILVA, Anazildo Vasconcelos da. Teoria Literária. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1999.

SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa- Era medieval. 7. ed.São Paulo: Difel, 1969.

TATIT, Luiz. O Cancionista. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.

TATIT, Luiz. O século da canção. Cotia: Ateliê Editorial, 2004.

THOMAS, Gerald. Chico Buarque é para mim... In: FERNANDES, Rinaldo de (org). Chico Buarque do Brasil.. Rio de Janeiro: Garamond, 2004. p. 55-56.

ZUMTHOR, Paul. A Letra e a Voz. Trad. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

ZUMTHOR, Paul. Escritura e Nomadismo. Trad. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.

Downloads

Publicado

2009-10-02

Como Citar

Galindo, C. S. O. (2009). Poesia & música: gênese, diálogo e reencontros. Boitatá, 4(8), 41–75. https://doi.org/10.5433/boitata.2009v4.e31062

Edição

Seção

Dossiê

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.