Historicismo: notas sobre um paradigma

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2012v5n9p391

Palavras-chave:

Historicismo, Historiografia, Historiografia científica

Resumo

Este artigo tem por objetivo desenvolver algumas considerações sobre o Historicismo e sua possibilidade de ser examinado como um dos paradigmas que concorrem para o estabelecimento de uma história científica no século XIX. O primeiro ponto tratado é relativo às origens do paradigma historicista na transição do século XVIII para o século XIX. Na sequência, aproximamo-nos da apropriação conservadora do paradigma historicista no novo contexto no qual a burguesia européia está assentada no Poder, combinando-se com a consolidação dos modernos estados-nações. A especificação das características deste paradigma constituem o principal ponto de análise.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

José D’Assunção Barros, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e professor colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Referências

FONTES HISTORIOGRÁFICAS
ABBT, Thomas. Geschichte des menschlichen Geschlecht [História da Raça Humana]. Halle: 1776.

BEARD, Charles. That noble Dream. The American History Review. n. 41, p.74-87, 1935.

BERNHEIM, Ernst. Introducción al estudio de la Historia. Barcelona: Labor, 1937 [original: 1889].

BOSSUET, Jacques Bénigne. Discurso sobre a História Universal [original: 1681].

BRAUDEL, Fernando. História e Ciências Sociais: a Longa Duração. Annales ESC, n. 4, 1958. p.725-753 (republicado em Escritos sobre a História. São Paulo: Perspectiva, 1978. p.41-78) [original do artigo: 1958].

BÜSCH, J. G. Encyclopädie der historischen, philosophischen und mathematischen Wissenschaften [Enciclopédia das Ciências Históricas, Filosóficas e Matemáticas]. Hamburgo: 1775.

CHLADENIUS, Johann Martin. Allgemeine Geschichtswissenschaft [Ciência Histórica Universal]. Leipzig: Böhlau, 1752.

CHLADENIUS, Johann Martin. Einleitung zur richtigen Auslegung vernunftigerReden und Schiften. [Introdução para a correta interpretação de discursos e escritos racionais] Leipzig: 1741.

DILTHEY, Wilhelm. Introduction to the Human Sciences. Princeton: Princeton University Press, 1991. (1º volume da Introdução ao estudo das Ciências do Espírito, 1883). Disponível em: http://www.marxists.org/reference/subject/philosophy/works/ge/dilthey1.htm. [original: 1883].

DROYSEN, J. Gustav. Historik: Vorlesungen über Enzyklopädie und Methodologie der Geschichte. (org. Peter Leyh). Stuttgart: Fromann-Holzboog, 1977 [português: Manual de Teoria da História. Petrópolis: Vozes, 2009. [original: 1868].

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. v.I e II [orig.: 1960].

GATTERER, J. C. Abhandlung vom Standort und Gesichtspunct des Geschichtsschreibers oder ter teutsche Livius [Ensaio sobre a localização geográfica e o ponto de vista do historiador]. Allgemeine historische Bibliothek. Halle, 1768, tit.V.

GERVINUS, Georg Gottfried. Fundamentos de Teoria da História. Petrópolis: Vozes, 2010.

GERVINUS, Georg Gottfried. Grundzüg der Historik (As Grandes Linhas da História). Schriften zur Literatur. Berlim: Erler, 1962. p.49-103 [original: 1837].

HALPHEN, Louis. Introduction à l’Histoire. Paris: PUF, 1946. HARTOG, F. Les Historiens Grecques. In: BURGUIÈRE, A (org). Dictionnaire des Sciences Historiques. Paris: PUF, 1986.

HERDER, Johan Gottfried Von. Mais uma Filosofia da História [Também uma Filosofia da História para a Formação da Humanidade]. Lisboa: Antígona, 1995. [original: 1774].

HUMBOLDT, Wilhelm Von. Escritos de filosofía de la historia. Madrid: Tecnos, 1997.

HUME, David. The History of England, from the Invasion of Julius Caesar to the Revolution in 1688. London: 1818. [original: 1754-1762].

HUME, David. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. São Paulo: UNESP, 2009. [original: 1739].

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Nova Cultural, 1987. [original: 1781].

MABILLON, Jean. De Re Diplomática. Paris: Charles Robustel, 1681-1709.

MEINECKE, Friedrich. El historicismo y su génesis. Mexico: FCE, 1982. [original: 1936].

MOMMSEN, Theodor. O ofício do historiador, (1874). In: MARTINS, Estevão de Rezende (org.). A História Pensada. São Paulo: Contexto, 2010.

NIETZSCHE, Friedrich. Sobre a utilidade e desvantagens da História para a Vida, 1873 [incluído em Escritos sobre a História. São Paulo: Loyola, 2005]. [original: 1873].

PERTHES, Friedrich. Friedrich Perthes Leben. Gotha, 1872. [original: 1815].

RANKE, Leopold Von. Die römischen Päpste in den letzten vier Jahrhunderten [História dos Papas, nos quatro últimos séculos]. London: Colonial Press, 1901. [original: Berlim: 1836].

RANKE, Leopold Von. Friedrich der Große [Frederico o Grande]. Leipzig, 1878.

RANKE, Leopold Von. History of the Latin and Teutonic Nations from 1494 to 1514. [História dos Povos Romanos e Teutônicos]. London: Kessinger Publishing, 2004. [original: 1824].

RANKE, Leopold Von. Pueblos y estados en la historia moderna. México: Fondo de Cultura Económica, 1979.

RICKERT, Heinrich. Ciencia cultural y ciencia natural. Madrid: Calpe, 1922. [original: 1899]

SCHLÖZER, A. L. Von. Vorrede zu Abbé Mably, Von der Art, die Geschichte zu schreiben. [Prefácio ao abade Mably, a propósito da escrita da história] Estrasburgo: Dalzmann, 1784.

SEMLER, Hohann Salomo. Versuch einer freiern theologischen Lehrart [Tentativa de um método mais liberal para o ensino teológico]. Halle: C. H. Hemmerde, 1777.

SIMMEL, G. Die probleme der Gechichtsphilosophie. Eine erkentnistheoretische Studie. Munich: Verlag von Dunker und Humboldt, 1920.

SYBEL, Heinrich von. Über den Stand der neueren deutschen Geschichtsschreibung (Sobre o Estado da Moderna Historiografia Alemã, 1856). In: Kleine historische Schriften. Munich, 1863.

TROELTSCH, Ernst. Der Historismus und seine Probeme. Tubingen: J.C.B. Mohr, 1922.

VICO. Giambattista. Scienza Nuova. Opere. Milão: 1953. p. 365-905. [Ciência Nova. Rio de Janeiro: Record, 1999] [original: 1725].

WINDELBAND. História e Ciência Natural. [Geschichte und Naturwissenschaft, Freiburg, 1894.


REFERÊNCIAS
AMARAL, Maria N. de Camargo P. Período Clássico da Hermenêutica Filosófica. São Paulo: EDUSP, 1994.

ARÓSTEGUI, Julio. A Pesquisa Histórica: teoria e método. Bauru: EDUSC, 2006. [original: 1995].

BELLOTTO, H. L. Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado/ Imprensa Oficial do Estado, 2002.

BENTIVOGLIO, Julio. Cultura Política e Historiografia Alemã no século XIX: A Escola Histórica Prussiana e a Historische Zeitschr. Revista de Teoria da História, Goiás, Ano 1, n.3, p.67-79, jun. 2010.

BENTIVOGLIO, Julio. História e Hermenêutica: a compreensão como um fundamento do método histórico – percursos em Droysen, Dilthey, Langlois e Seignobos. Opsis, v.7, n. 9, p.47-66, jul-dez. 2007.

BENTIVOGLIO, Julio. Leopold Von Ranke. In: MALERBA, Jurandir (Org.). Lições de História. Rio de Janeiro: Porto Alegre, EdPuc, 2010b.

BLANKE, Horst Walter (Org). Transformation des Historismus. Wissenschaftsorganisation und Bildungspolitik vor dem Ersten Weltkrieg. Interpretationen und Dokumente. Waltrop: Spenner 1994.

BLANKE, Horst Walter e RÜSEN, Jörn (Org.). Von der Aufklärung zum Historismus. Strukturwandel des historischen Denkens. Wien: Schöningh, 1984.

BLANKE, Horst Walter. Historismus als Wissenschaftsparadigma. Einheit und Mannigfaltigkeit. In: FOHRMANN, Jürgen; VOSSKAMP, Wilhelm (Org.). Wissenschaft und Nation. München: Fink, 1991. p.217-231.

CALDAS, Pedro Spínola Pereira. As dimensões do Historicismo: um estudo dos casos alemães. Opsis, v.7, n. 9, p.47-66, jul./dez. 2007.

CALDAS, Pedro Spínola Pereira. Que significa pensar historicamente: uma interpretação da teoria da história de Johann Gustav Droysen. Rio de Janeiro: PUC, 2004.

DOCKHORN, Klaus: Der deutsche Historismus in England. Ein Beitrag zur englischen Geistesgeschichte des 19. Jahrhunderts. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1950.

FALCON, Francisco J. Calazans. Historicismo: a atualidade de uma questão aparentemente inatual. Tempo. Rio de Janeiro, v. 4, p. 5-26, 1997.

FONTANA, Josep. A História dos Homens. Bauru: EDUSC, 2004. [original: 2000].

GOOOCH, G. P. History and historians in the nineteenth century. Boston: Beacon Press, 1968.

GRONDIN, J. Introdução à hermenêutica filosófica. São Leopoldo: Unisinos, 1991.

HAMILTON, Paul: Historicism. London: Routledge 1996.

HARDTWIG, Wolfgang. Die Verwissenschaftlichung der Geschichtsschreibung zwischen Aufklärung und Historismus. In: KOSELLECK, LUTZ; RÜSEN (Org.). Formen der Geschichtsschrcibung. München, 1982. p.147-181.

HUGHES, J. La filosofía de la investigación social. México: Fondo de Cultura Económica, 1987.

IGGERS, Georg G. The German Conception of history. Middletown: Wesleyan University Press, 1968.

IGGERS, Georg. Historicism: The History and Meaning of the Term, Journal of the History of Ideas, v. 56, n.1, p. 129-152, jan. 1995.

JAEGER, Friedrich e RÜSEN, Jörn. Geschichte des Historismus: eine Einführung. Munich: Beck, 1992.

JAMESON, Fredric. Marxism and Historicism. New Literary History – a Journal of Theory and Interpretation, v. 11, p.41-73, 1979.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. [original: 1979].

LE GOFF, Jacques. «Documento / Monumento». In: ROMANO, Ruggiero (Org.). Enciclopédia Einaudi: História e Memória. Porto: Imprensa Nacional, 1984. p.95-106.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1990.

LOWY, Michael. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Muncchäusen. São Paulo: Cortez, 1994.

MARQUES, Juliana Bastos. O Conceito de Temporalidade e sua aplicação na historiografia antiga. Revista de História – USP, n. 58, p.44-66, 1. sem., 2008.

MARTINS, Estevão de Rezende (Org.). A História Pensada. São Paulo: Contexto, 2010.

MARTINS, Estevão de Rezende. Historicismo: o útil e o desagradável. In: VARELLA, Flávia et al. A Dinâmica do Historicismo. Belo Horizonte: Argumentum, 2008.

MATA, Sérgio da. Leopold von Ranke (1795-1886). In: MARTINS, Estevão de Rezende (Org.). A História Pensada. São Paulo: Contexto, 2010.

MOMMSEN, Wolfgang J. Le transformazioni dell’idea di nazione nella scienza storica tedesca del XIX e XX secolo. In: GERLONI, B. De (Org.). Problemi e metodi dellastoriografia tedesca. Torino: Einaudi, 1996.

MUHLACK, Ulrich. Geschichtswissenschaft im Humanismus und in der Aufklärung: die Vorgeschichte des Historismus. München: Beck, 1991.

OEXLE, Otto Gerhard. Historismus. Überlegungen zur Geschichte des Phänomens und dês Begriffs. In: Braunschweigsche Wissenschaftliche Gesellschaft. Jahrbuch 1986. p.119-155.

PARKER, Christopher. The English historical tradition since 1850. Edinburgh: John Donald, 1990.

REILL, Peter Hans. The German Enlightenment and the Rise of Historicism. Los. Angeles: University of California Press, 1975

REIS, José Carlos. Whilhelm Dilthey e a autonomia das ciências histórico-sociais. Londrina: EdUEL, 2003.

RUSEN, Jörn. Narratividade e Objetividade. Textos de História. Brasília, v.4, n.1, p.75-102, 1996.

SCHOLTZ, Gunter. Historismus/Historizismus. In: RITTER, Joachim; GRÜNDER, Karlfried. Historisches Wörterbuch der Philosophie Bd. 3. Basel: Schwabe, 1974. p.1137-1147.

SCHULZ, Walter. Philosophie in der veränderten Weltt. Stuttgart: Klett-Cotta, 1977.

SEARLE, J. Mentes, cerebros y ciencia. Madrid: Cátedra, 1990.

SOUTHARD, Robert. The Prussian School of History. Lexington: University Press of Kentucky, 1995.

TESTA, Edmárcio. Hermenêutica Filosófica e História. Passo Fundo: EdiUPF, 2004.

VARELLA, Flávia (Org.). A Dinâmica do Historicismo: revisitando a historiografia moderna. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2008.

WINCH, Peter. La Idea de uma ciência social. Buenos Aires: Amorrortu, 1972.

WITTKAU, Annette. Historismus: Zur Geschichte des Begriffs und dês Problems. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1992.

Publicado

20-08-2012

Como Citar

BARROS, J. D. Historicismo: notas sobre um paradigma. Antíteses, [S. l.], v. 5, n. 9, p. 391–419, 2012. DOI: 10.5433/1984-3356.2012v5n9p391. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/8154. Acesso em: 18 abr. 2024.