Precarização do trabalho, vulnerabilidade e desfiliação social em Foz do Iguaçu: uma análise do período entre 1970 a 2010

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2021v14n28p288

Palavras-chave:

Formação econômica, Território de fronteira, Questão social, Precarização do trabalho, Vulnerabilidade de massa

Resumo

Com este trabalho, busca-se discutir as principais transformações socioeconômicas, políticas e demográficas decorrentes do processo de desenvolvimento e formação social e econômica do município de Foz do Iguaçu, a fim de compreender como se constituiu o quadro social marcado pela pobreza, pela vulnerabilidade de massa e pela desfiliação social no qual vivem importantes segmentos da sua população trabalhadora. Observa-se quetanto a política econômica internacional, que diante da crise vivenciada pelo capitalismo nos anos 1960 e 1970, buscava novos eixos de realização do capital, quanto o modelo de desenvolvimento capitalista subordinado e dependente adotado pelos governos da América Latina condicionaram o processo de desenvolvimento de Foz do Iguaçu e da região. Do mesmo modo, constata-se que as particularidades e as singularidades que caracterizam Foz do Iguaçu e o território da Tríplice Fronteira foram decisivas nesse processo, contribuindo não apenas para que ocorresse o enfraquecimento do modo de organização e de efetivação das relações de produção baseadas nos estatutos da sociedade salarial, mas também para que o mesmo se concretizasse em Foz do Iguaçu e região, muito antes do que em outras regiões brasileiras, produzindo empobrecimento, insegurança e destituição social para aqueles que vivem do trabalho.

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Biografia do Autor

Denise Rissato, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

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Publicado

02-02-2022

Como Citar

RISSATO, D. Precarização do trabalho, vulnerabilidade e desfiliação social em Foz do Iguaçu: uma análise do período entre 1970 a 2010. Antíteses, [S. l.], v. 14, n. 28, p. 288–311, 2022. DOI: 10.5433/1984-3356.2021v14n28p288. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/42343. Acesso em: 20 abr. 2024.