O medievalismo lúdico dos jogos de tabuleiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2020v13n26p181

Palavras-chave:

Idade Média, Medievalismo, Jogos, Jogos de tabuleiro, Eurogames.

Resumo

A Idade Média tem mobilizado o interesse de diferentes gerações no mundo contemporâneo, estando amplamente presente na literatura, no cinema, nas séries de TV, nas histórias em quadrinhos e nos jogos, sejam eles jogos eletrônicos ou analógicos. Nesse sentido, o artigo analisa o medievalismo – entendido como a recepção da Idade Média no período pós-medieval – nos jogos de tabuleiro modernos. A seleção dos jogos foi realizada em dois sites relacionados à temática, um internacional e outro nacional, e abarcou um conjunto de vinte (20) jogos de tipo eurogames. Através dos jogos analisados é possível reconhecer alguns indícios que remetem a representação da Idade Média nos jogos de tabuleiro, os quais formam um léxico visual que evoca a Idade Média presente no imaginário contemporâneo.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ABIKIER, Séverine; BESSON, Anne; PLET-NICOLAS, Florence (dir.). Le Moyen Âge en jeux. Pessac: Presses Universitaires de Bordeaux, 2009.

ALMEIDA, Néri d Barros; DELLA TORRE, Robson (org.). O Mediterrâneo medieval reconsiderado. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2019.

AMALVI, Christian. Idade Média. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (dir.). Dicionário temático do Ocidente medieval. Bauru/SP: Edusc, 2006, v. I, p. 537-551.

BASTOS, Mario Jorge da Motta. Estabelecidos e outsiders na medievalística
contemporânea. Revista Ágora, Vitória, n. 26, 2017, p. 107-121.

BESSON, Florian; KIKUCHI, Catherine; TROADEC, Cécile. Les Moyen Âge de Game of Thrones. Cahiers de Recherches Médiévales et Humahistes, n. 28, 2014.

BETHENCOURT, Francisco. Racismos: das Cruzadas ao século XX. São Paulo: Cia das Letras, 2018.

BIRRO, Renan. Jogos eletrônicos e medievalismo: reflexões e críticas na educação brasileira. In: BIRRO, R. et al. Aprendendo história: ensino & medievo. União da Vitória: Edições Especiais sobre Ontens, 2019.

BORIT, Cornel; BORIT, Melania; OLSEN, Petter. Representations of colonialism in three popular modern board games: Puerto Rico, Struggle of empires and Archipelago. Open Library of Humanities, v. 4(1), n. 17, p. 1-40, 2018.

BRAND, Inka; BRAND, Markus. Village – livro de regras. s/l. Eggertspiele, 2007.

CARPEGNA FALCONIERI, Tommaso di. Médiéval et militant. Penser le contemporain à travers le Moyen Âge. Paris: Publications de la Sorbonne, 2015.

CRAMER, Michael. Reenactment. In: EMERY, Elizabeth; UTZ, Richard (ed.).
Medievalism: key critical terms. Cambridge: D. S. Brewer, 2014 [ebook].

ECO, Umberto. Sobre os espelhos e outros ensaios. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

ELLIOT, Andrew. Medievalism, politics and massa media: appropriating the Middle Ages in twenty-first century. Cambridge: D. S. Brewer, 2017.

EMERY, Elizabeth; UTZ, Richard. Making medievalism: a critical overview. In: EMERY, Elizabeth; UTZ, Richard (ed.). Medievalism: key critical terms. Cambridge: D. S. Brewer, 2014 [ebook].

FAIDUTTI, Bruno. Postcolonial Catan. Analog Game Studies, v. 2, p. 3-34, 2017.

FERRÉ, Vincent (dir.). Médiévalisme: modernité du Moyen Âge. Itinéraires,
Littérature, textes, cultures [en ligne], 2010-3, 2010.

GUITON, Raphaël, LULLIEN, Jean-Baptiste, RAOULT, Nicolas. Zombicide: black plague. Livro de regras e missões. s/l. Galápagos Jogos, 2015.

HAYDOCK, Nickolas. Movie medievalism. The imaginary Middle Ages. North
Carolina: McFarland & Company, 2010.

JIMÉNEZ ALCÁZAR, Juan Francisco. De la Edad Media de los imperios a la guerra total: medievo y videojuegos. Madri: Compobell, 2016. Colección Historia y Videojuegos, n. 3.

JUUL, Jesper. The game, the player, the world: looking for a heart of gameness. In: COPIER, Marinka; RAESSENS, Joost (ed.). Level Up: Digital Games Research Conference Proceedings. Utrecht: Utrecht University, 2003.

KAUFMAN, Amy S. Medieval unmoored. Studies in Medievalism, v. XIX, 2010.

KLINE, Daniel. Participatory medievalism, role-playing, and digital gaming. In: D’ARCENS, Louise (ed.). The Cambridge Companion to Medievalism. Cambridge: Cambridge University Press, 2016 [ebook].

LANGER, Johnni. Os vikings e o estereótipo do bárbaro no ensino de história. História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 85-98, out. 2002.

LANGER, Johnni; SANTOS, Sérgio Ferreira dos. Fúria odínica. A criação da
imagem oitocentista sobre os vikings. Varia Historia, Belo Horizonte, n. 25, p.
214-230, jul. 2001.

MACEDO, José Rivair. Introdução. Cinema e Idade Média: perspectivas de
abordagem. In: MACEDO, J. R.; MONGELLI, L. M. (org.). A Idade Média no cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. p. 13-48.

MASTEY, David. Slave play, or the imperial logic of board game narrative.
Caribbean Quarterly, v. 65, n. 3, p. 367-387, 2019.

MATTHEWS, David. Medievalism: a critical history. Cambridge: D. S. Brewer, 2015 [ebook].

MILLER, Timothy S. Bidding with Beowulf, dicing with Chaucer, and playing poker with King Arthur: neomedievalism in Modern board-gaming culture. Studies in Medievalism, v. XXIX, p. 149-175, 2019.

MUCENIECKS, André S. Notas sobre o termo viking: usos, abusos, etnia e
profissão. Revista Alethéia, v. 2, n. 2, ago./dez. 2010.

NASCIMENTO, D. B. P. Idade Média: contexto, celtas, mulher, Carmina Burana e ressurgências atuais. Niterói: Parthenon Centro de Artes e Cultura, 2015.

PALOMAR MILLÁN, Germán. Los juegos de mesa. Creación y producción. Granada: Universidad de Granada, 2012.

PHILLIPS, Shem. Invasores do Mar do Norte - manual. s/l. Meeple BR Jogos, 2015.

POBUDA, Tanya. Assessing gender and racial representation in the board
game industry. Analog Games Studies, v. 5, 2018. Disponível em: http://
analoggamestudies.org/2018/12/assessing-gender-and-racial-representationin-top-rated-boardgamegeek-games/ último acesso em 13/05/2020.

PORTO JÚNIOR, J. B. S. As expressões do medievalismo no século XXI. In: Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio. Rio de Janeiro, 2018.

ROBINSON, Will. Orientalism and abstraction in eurogames. Analog Games
Studies, v. 1, p. 55-63, 2016.

ROCHEBOUET, Anne; SALOMON, Anne. Les réminiscences médiévales dans la fantasy. Un mirage des sources?. Cahiers de Recherches Médiévalistes et Humanistes, n. 16, 2008.

ROSENBERG, Uwe. Um banquete a Odin – livro de regras. s/l. Mandala Games, 2016.

SILVA, Danielle Gallindo; ALBUQUERQUE, Maurício da Cunha. Para uma recepção do medievo: a temática viking no heavy metal. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 230-261, 2016.

TORNER, Evan; TRAMMELL, Aaron; WALDRON, Emma L. Reiventing analog game studies: introductory manifesto. Analog Game Studies, v. 1, 2016.

TRAXEL, Oliver. Medieval and pseudo-medieval elements in computer roleplaying games: use and interactivity, Studies in Medievalism, v. XVI, p. 125-142, 2008.

VACCARINO, Donald. Dominion - manual. s/l. Rio Grande Games. 2008.
VIVEIROS, Guillaume. Passé ludique et déviations historiques. Sens et fonction du Moyen Âge dans les jeux de rôle. Ottawa: Université d’Ottawa, Maîtrise en histoire, 2017.

WADA, E. K.; MORETON, F. A.; NASCIMENTO, T. F.; MOREIRA, A. G. O
medievalismo em eventos no Brasil. Revista Turismo & Desenvolvimento, n. 21/22, 2014.

WHITEHILL, Bruce. American games: a historical perspective. Board Games
Studies, p. 116-141, 1992.

WILSON, Devin. The eurogame as heterotopia. Analog Game Studies, v. II, p. 43-49, 2017.

WOODS, Stewart. Eurogames. The design, culture and play of modern European board games. North Carolina: McFarland & Company, 2012.

Downloads

Publicado

09-12-2020

Como Citar

LIMA, D. M. X. de. O medievalismo lúdico dos jogos de tabuleiro. Antíteses, [S. l.], v. 13, n. 26, p. 181–216, 2020. DOI: 10.5433/1984-3356.2020v13n26p181. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/40168. Acesso em: 28 mar. 2024.