A política de conciliação nos folhetins: Joaquim Manuel de Macedo e A carteira do meu tio (1855)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2017v10n20p801

Palavras-chave:

Joaquim Manuel de Macedo, A carteira do meu tio, Literatura de viagem, Sátira política, Política de conciliação, Imprensa

Resumo

Em 1855, Joaquim Manuel de Macedo ofereceu ao público-leitor brasileiro um livro de viagem, cuja preocupação não era somente promover o divertimento de seus leitores, mas, principalmente, apresentar um quadro da situação política no país e da atuação dos homens públicos naquele contexto. A carteira do meu tio, portanto, com seu tom satírico, expunha a visão de Macedo sobre alguns temas importantes à época: a política de conciliação conduzida por Marquês de Paraná, o sistema representativo brasileiro e o comportamento da classe política no Brasil. Tendo em vista o impacto dessa obra na década de 1850 e seu esquecimento com o passar dos anos, este artigo analisa o relato do sobrinho-viajante, cujo teor parece ser ainda tão atual.

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Biografia do Autor

Carollina Carvalho R. de Lima, Universidade Anhanguera

Doutora em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas. Docente da Universidade Anhanguera Educacional. Docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofania Afro-Brasileira.

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Publicado

01-12-2017

Como Citar

LIMA, C. C. R. de. A política de conciliação nos folhetins: Joaquim Manuel de Macedo e A carteira do meu tio (1855). Antíteses, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 801–828, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2017v10n20p801. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/29667. Acesso em: 19 abr. 2024.