´Sou quem sou, e não sou nada, sou uma história já contada´: Sujeitos cênicos - expressão erótica na obra audiovisual de Ney Matogrosso no contexto de autoritarismo (1975-1982)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2015v8n16p303

Palavras-chave:

Performance, Ney Matogrosso, Autoritarismo, MPB, Ditadura

Resumo

Verifica-se no presente artigo as investigações acerca das transgressões performáticas de Ney Matogrosso, no contexto da ditadura civil militar brasileira. Desta feita, percebe-se a exibição de sujeitos (tipos/arquétipos) marginais, nos procedimentos performáticos (fonograma, capa, encarte, espetáculo) que configuraram o sentido das obras do artista, durante as décadas 1970 e 1980. Em suas obras, Ney Matogrosso, inverteu a ideia regida pela cultura afluente, em procedimentos compostos por materiais audiovisuais dispostos e difundidos em uma indústria cultural, o que garantiu historicamente a materialidade da produção do intérprete na Música Popular Brasileira. Em consequência disso, temos o acesso ao registro da performance. Neste estudo, preconiza-se a historicidade da estética da subversão posta nas obras de Ney Matogrosso, como uma atitude política frente ao regime de autoritarismo produtor de interdições do potencial erótico.

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Biografia do Autor

Robson Pereira da Silva, Universidade Federal de Goiás - UFG

Graduado em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso. Mestrando em Historia pela Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

18-01-2016

Como Citar

SILVA, R. P. da. ´Sou quem sou, e não sou nada, sou uma história já contada´: Sujeitos cênicos - expressão erótica na obra audiovisual de Ney Matogrosso no contexto de autoritarismo (1975-1982). Antíteses, [S. l.], v. 8, n. 16, p. 303–326, 2016. DOI: 10.5433/1984-3356.2015v8n16p303. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/21078. Acesso em: 20 abr. 2024.