Uma ponte sobre o atlântico: os exilados e as relações entre as polícias políticas brasileira e portuguesa (1950-1970)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n13p210

Palavras-chave:

Vigilância política, Repressão, Ditaduras, História de Portugal, História do Brasil

Resumo

Este trabalho se ocupa das relações estabelecidas entre as polícias políticas brasileira e portuguesa entre as décadas de 1950 e 1970. Tal pesquisa foi realizada a partir de bibliografia, de entrevistas e mediante consulta do material obtido junto à antiga documentação dos órgãos de repressão dos dois países, no caso, da DOPS – Delegacia de Ordem Política e Social dos Estados de RS, PR, SP, RJ, PE e PB e, no caso português, do Arquivo da PIDE/DGS – Polícia Internacional de Defesa do Estado/ Direcção-Geral de Segurança. Em especial, esta documentação traz a lume a vigilância das atividades exercidas pelos seus respectivos exilados, o que, por sua vez, igualmente levou a uma série de prisões. Trata-se de uma documentação inédita e que revela os contatos entre a repressão destes dois países, em diferentes contextos políticos no Brasil e em Portugal. Os documentos aqui analisados além de revelarem as atividades de vigilância, também denotam as próprias atividades políticas e culturais dos investigados. Portanto, além de esclarecerem os contatos entre os serviços de inteligência dos dois países, também nos trazem os contatos entre ativistas brasileiros e portugueses e, em muitos casos, suas ações no exílio.

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Biografia do Autor

Alexandre Felipe Fiuza, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Pós-Doutor em História Contemporânea pela Universidade Autônoma de Madri - Espanha. Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

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Publicado

12-07-2014

Como Citar

FIUZA, A. F. Uma ponte sobre o atlântico: os exilados e as relações entre as polícias políticas brasileira e portuguesa (1950-1970). Antíteses, [S. l.], v. 7, n. 13, p. 210–227, 2014. DOI: 10.5433/1984-3356.2014v7n13p210. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/16205. Acesso em: 28 mar. 2024.