A ROÇA E O TRABALHO COLETIVO NA PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS MATÁ E SILÊNCIO EM ÓBIDOS, PARÁ, BRASIL

Autores

  • Leide Joice Pontes Portela Universidade Federal de Rondônia
  • Priscila Ribeiro dos Santos Universidade Federal de Rondônia
  • Josué da Costa Silva Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.5433/got.2021.v7.44837

Palavras-chave:

Quilombos, roça, farinha, território, mandioca, puxirum

Resumo

Os quilombos Matá e Silêncio, localizados no município de Óbidos, Pará, partilham de uma economia de subsistência baseada no roçado e na produção da farinha de mandioca, tornando os dois quilombos semelhantes e próximos. Sendo a farinha de mandioca o pilar de sustentação do quilombo Matá e Silêncio, a mandioca permeia a sobrevivência, a sociabilidade, fortifica os laços afetivos dentro e fora dos núcleos familiares, restabelece as identidades e o sentimento de pertença tanto em relação ao território quilombola, quanto as práticas de trabalho coletivo. A partir das entrevistas fincadas na história oral realizadas nos dois quilombos, este artigo objetiva na compreensão do sentimento de pertença com a roça e com processo de produção da farinha de mandioca a partir do trabalho coletivo chamado de ‘puxirum’ nas referidas comunidades quilombolas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Leide Joice Pontes Portela, Universidade Federal de Rondônia

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia.

Priscila Ribeiro dos Santos, Universidade Federal de Rondônia

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia.

Josué da Costa Silva, Universidade Federal de Rondônia

Professor Dr. º titular no Departamento de Geografia na Universidade Federal de Rondônia.

Referências

ACEVEDO, Rosa. CASTRO, Edna. Negros de Trombetas: guardiães de matas e rios. − 2. ed − Belém: Cejup/UFPA-NAEA, 1998.

ALMEIDA, Alfredo Wagner. Os quilombos e as novas etnias. In: Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Orgs: O’DWYER, Eliane. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002

ALMEIDA, Mayra. et al. “Eu acho que a terra é fundamental, né? Porque o quilombola, o indígena, sem a terra ele não é nada”: Território e identidade na comunidade quilombola Ipiranga – PB. In: A Geografia dos povos tradicionais: marcos legais e construções sociais. Orgs: RODRIGUES, M.F, MARQUES, A.M. Editora: UFPB, João Pessoa, 2018.

BONNEMAISON, Joel. Viagem em torno do território. In: CORRÊA, Roberto Lobato; 2002.

BOSI, Éclea. O tempo vivo da memória: Ensaios da psicologia social. – São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988

FUNES, Eurípedes Antônio. Bom Jardim, Murumurutuba, Murumuru, Tiningú, Ituquí, Saracura, Arapemã, Terras de Afro-amazônidas ‒ “Nós já somos a reserva, somos os filhos deles”. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo/UFC, 1999, p. 4.

GOMES, Flávio. Migrações, populações indígenas e etnogênese na América Portuguesa (Amazônia Colonial, s. XVIII), 2011.

_____________. Mocambos e Quilombos: Uma história do campesinato negro no Brasil. – 1ª ed. – São Paulo: Claro enigma (Coleção Agenda Brasileira), 2015.

LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnografia, Vol. IV (2), pp. 333-354, 2000.

MALCHER, Albenize Farias. O olhar geográfico: a formação e territorialização de comunidades quilombolas no município de São Miguel do Guamá, Pará. Tese (Doutorado em Geografia) Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.

MEIHY, José Carlos Sebe; HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. _ 2. ed., 8ª reimpressão. – São Paulo, Contexto, 2020.

PENTEADO, Otávio. Estudo de caso da Titulação Terra Quilombola Cabeceiras: sem medo de amanhã não poder estar aqui. Movimento regional Portal Tierra, Comissão Pró-índio de São Paulo, 2014.

RODRIGUES, Maria. et al. Diretos e dilemas eles têm: território, territorialidades e territorialização dos quilombos no Brasil. IN: A geografia dos povos tradicionais: marcos legais e construções sociais, org.: RODRIGUES, M, MARQUES, A. – João Pessoa: Editora UFPB, 2018.

SANTOS, Priscila Ribeiro dos. A formação territorial e as lutas e resistências da Comunidade Quilombola Matá, Área das Cabeceiras, Óbidos/Pa. Monografia (Graduação em Geografia) ¬¬– Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2019.

SILVA, Márcia Alves. Por uma geografia das emoções. GEOgraphia – Ano. 18 – Nº 38, 2016.

TUAN, Yi-Fu. Geografia humanística. In: CHRISTOFOLETTI, A. (org.) Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, p.103-141, 1982.

Downloads

Publicado

27-12-2021

Como Citar

Pontes Portela, L. J., Ribeiro dos Santos, P., & da Costa Silva, J. (2021). A ROÇA E O TRABALHO COLETIVO NA PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS MATÁ E SILÊNCIO EM ÓBIDOS, PARÁ, BRASIL. Geographia Opportuno Tempore, 7(1), 72–84. https://doi.org/10.5433/got.2021.v7.44837

Edição

Seção

Artigos