O Serviço Voluntário em Hospitais do Terceiro Setor em Londrina: Da sua configuração à construção de novos referenciais de gestão
Rosa Yoko
Okabayashi*
Selma
Frossard Costa** |
*. Assistente
Social do Hospital Universitário de Londrina. Mestre |
RESUMO: O presente texto tem origem na dissertação de mestrado defendida pela autora, na UEL, em 2007. Aborda como questão central, a configuração e a gestão do voluntariado nas instituições hospitalares do Terceiro Setor no Município de Londrina, Estado do Paraná. Objetiva contribuir na construção de referenciais para a sua gestão. O universo de pesquisa foi constituído pelos hospitais Santa Casa, do Câncer e Evangélico, todos de Londrina. A pesquisa é qualitativa e analisada a partir de dois eixos: 1) A sua configuração; 2) A Gestão do Voluntariado. São eixos interligados e levam às conclusões: a “atividade voluntária” vem se transformando em “serviço voluntário” nas instituições hospitalares; o voluntariado acumula diferentes atribuições dentro do hospital e o assistente social firma-se como referência profissional; o voluntariado é marcado fortemente pelas características da esfera privada, porém com possibilidades para a ação política. PALAVRAS CHAVE: voluntariado; gestão; ação política. ABSTRACT: It
approaches as the core issue, the configuration and management of volunteers at
the hospital institutions in KEY WORDS: volunteer; management; political action. 1 A CONFIGURAÇÃO DO SERVIÇO VOLUNTÁRIO NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
DO TERCEIRO SETOR DE LONDRINA.
A
análise da configuração está voltada às três esferas de atuação do voluntariado dentro dos hospitais
pesquisados: (a) manutenção financeira do hospital, (b) gestão administrativa
–diretoria – do hospital e (c) prestação de serviços aos pacientes e/ou aos
hospitais.
Entende-se
como atuação do voluntariado na esfera da manutenção financeira dos hospitais,
aquela que ocorre através da doação de recursos financeiros próprios ou outros
recursos provenientes de eventos promovidos para a captação, como a venda de
artesanatos, cartões de datas comemorativas, bazares, chás, jantares e bingos.
Entre
os hospitais pesquisados, dois contam com voluntários que contribuem
efetivamente em sua manutenção financeira, desde a sua fundação. O terceiro,
não possui fontes fixas de contribuições voluntárias, conta apenas com uma
comissão interna formada por funcionários, responsável por diversos tipos de
eventos, desde aqueles com caráter científico até para a captação de recursos
financeiros (chás, jantares, dentre outros). Os integrantes dessa comissão não
podem ser considerados voluntários para efeito dessa pesquisa, mesmo que seus
integrantes trabalhem eventualmente fora do horário de expediente, pois a
legislação não permite dois vínculos, um trabalhista e outro voluntário, na
mesma instituição.
Em
relação aos dois primeiros hospitais, são homens e mulheres, na maioria
cadastrados nos hospitais ou na entidade mantenedora, que realizam doações
próprias, em valores fixos e mensais, ou buscam sistematicamente a captação de
recursos na comunidade.
Os
três hospitais recebem ainda, ajuda de instituições filantrópicas específicas
que doam recursos financeiros ou auxiliam na compra de determinados materiais,
descartáveis e permanentes, e equipamentos ao funcionamento institucional. Eis
alguns exemplos: aparelho micoondas, geladeira, sistema de ar condicionado,
sistema de segurança por vídeo, poltronas para as mães ou acompanhantes,
aparelho de televisão, central de telefonia com discagem direta a ramal,
material para confecção de armários, roupas hospitalares.
A
somatória dos voluntários contribuintes financeiramente aos hospitais,
incluindo aqueles vinculados às instituições filantrópicas de apoio, perfaz um
total aproximado de 650 pessoas. Segundo seus gestores, a maioria desses
voluntários é casada, têm renda própria, através do trabalho ou de beneficio
previdenciário (aposentadoria). Os entrevistados não têm precisão quanto à
situação financeira, mas a maioria foi identificada como pessoas com poucos
recursos, com uma escolaridade média equivalente ao 1o. grau,
contrastando com uma minoria formada por empresários da classe média alta, que
também contribuem financeiramente para uma das instituições.
Para
justificar o porquê dessa maioria formada de “pobres”, conforme classificado
por um dos entrevistados, afirma: “eles
acabam precisando e sentindo na pele a necessidade, por isso são mais sensíveis
às carências sociais”. Essa constatação corrobora as afirmações de Santiago (apud
PEREIRA, 2000) e Teodósio (2004). Falam que o trabalho voluntário não é
praticado pelas pessoas desprovidas de preocupação econômica e a divulgação da
mídia em torno das celebridades, que se tornaram voluntárias, gera uma
pseudo-impressão dos grupos economicamente favorecidos serem mais solidários.
Na verdade, afirma este último, “parece haver uma relação inversa entre posse
de recursos e disposição à ação voluntária” (TEODÓSIO, 2004, p.4). O gestor deve ter o cuidado de não ”relegar aos destituídos,
a própria solução de seus problemas” (TEODÓSIO, 2004, p.4), pois o voluntariado
emerge muito mais em conseqüência de um
processo de reforma do Estado, subordinando o social ao econômico, do que como
fruto de uma sociedade civil forte e organizada, que atende as suas próprias carências.
A
“condição de pobreza” do voluntariado pode interferir na potencialidade e
comprometer o seu agir político: A pobreza força o homem livre a agir
como escravo. A riqueza privada, portanto, tornou-se condição para admissão à
vida publica não pelo fato do seu dono estar empenhado em acumulá-la, mas ao
contrário, porque garantia com razoável certeza que ele não teria que prover
para si mesmo os meios do uso e do consumo, e estava livre para exercer a
atividade política (ARENDT, 1993, p. 74). Outro aspecto relevante é a
“pressão” exercida pelas demandas oriundas dos pacientes e demandas da
instituição. As tensões geradas pela pobreza não devem ser encaradas como
“naturais” para o voluntariado, como se lhe coubesse a responsabilidade pela
sua solução. A forma como se encara o papel do
voluntariado pode usurpar-lhe a sua expressão de liberdade. ARENDT, a respeito da liberdade,
fala: [...] a liberdade situa-se
exclusivamente na esfera política; que a necessidade é primordialmente um
fenômeno pré-politico, característico do lar privado; e que a força e a
violência são justificadas nesta última esfera por serem os únicos meios de
vencer a necessidade – por exemplo, subjugando escravos – e alcançar a
liberdade. Uma vez que todos os seres humanos são sujeitos à necessidade, têm o
direito de empregar a violência contra os outros; a violência é um ato
pré-politico de libertar-se da necessidade da vida para conquistar a liberdade
no mundo (ARENDT, 1993, p.40). Nessa concepção de liberdade, encontrada na antiga polis grega, só era possível realizá-la
na esfera política, na qual a ação e o discurso, ao mesmo tempo
em que permitiam aos homens “serem iguais”, faziam-nos também, seres
“distintos”. Ao contrário, a opressão, a violência e a imposição de ordens eram
características da esfera privada. Na época, era
preferível ser um homem livre e pobre, que enfrentasse diariamente a
insegurança de um mercado de trabalho, a ser um escravo doméstico e gozando de
uma vida tranqüila. Era preferível um trabalho árduo e penoso, mas livre, à
servidão dos escravos. Ser livre significava ao mesmo tempo não estar sujeito às
necessidades da vida nem ao comando de outro e também não comandar. Não
significava domínio, como também não significava submissão. (ARENDT, 1993, p.
41). Essa forma de vivenciar a liberdade não condiz com a
realidade do voluntariado brasileiro, que precisa do trabalho para suprir as suas próprias
necessidades, porém a liberdade faz parte da condição humana. E é possível
potencializá-la ao invés de diminuí-la, a depender da filosofia adotada pelo
seu gestor. Ao potencializá-la poderá lançar o voluntariado na esfera pública,
aquela em que se privilegia a visão e a audição por diversos ângulos e todos
podem ser vistos e ouvidos (ARENDT, 1993). É na esfera pública, que é possível
interferir, com palavras e persuasão, nas áreas de interesses comuns.
Na
gestão administrativa dos três hospitais, aquela na qual os voluntários têm
direito à voz e voto nas deliberações relacionadas aos interesses da
instituição, os voluntários apresentam um perfil bem diferenciado. Em número
reduzido, são apenas oito profissionais, sendo
sete do sexo masculino. São todos graduados,
quatro médicos, dois administradores de empresa
e uma contadora. Foram classificados pelos entrevistados como possuidores de
renda alta e todos têm atividade remunerada (ou renda própria) fora dessas
instituições. São pessoas voluntárias, no sentido de doarem espontaneamente o
seu tempo e os seus conhecimentos nas áreas especificas. Mas também atendem a
requisitos “obrigatórios”, ou seja, os cargos “devem” ser preenchidos por
voluntários, pela natureza filantrópica das instituições. Essa relação revela
uma face “voluntária” das pessoas e outra “obrigatória” por parte das
instituições, que não podem prescindir de voluntários.
Essa
obrigatoriedade, às vezes, traz contradições conforme colocação de um dos
gestores entrevistados, “como os voluntários não ganham,
não são remunerados, se fossem ganhar, o hospital não seria filantrópico.
Existem dificuldades para vir e participar todos os dias...dificuldades para se interessarem a participar...”
Os
voluntários disponibilizam a doação de um tempo e de um trabalho, mas em função
de uma exigência legal. Se determinada pessoa não for voluntária para o
preenchimento do cargo, outra será. Não é uma opção facultativa. Os voluntários
da gestão administrativa são mais facilmente confundidos com os ocupantes de
cargos remunerados.
Na
esfera da prestação de serviços, vislumbra-se a atuação dos voluntários junto
aos pacientes e junto às próprias instituições. A prestação de serviços aos
pacientes está relacionada ao desenvolvimento, pelos voluntários, de atividades
recreativas, ocupacionais, de apoio espiritual, emocional. São pessoas dedicadas aos cuidados com o paciente, seja
ouvindo, conversando, oferecendo um copo de água, realizando um passeio
interno, detectando e atendendo carências materiais. Inclui-se ainda nesta
perspectiva, a ação assistencial através da doação de recursos diversos (cestas
básicas, medicamentos, roupas) aos pacientes. A prestação de serviços aos
hospitais, é aquela, cujos beneficiários maiores são as próprias instituições,
seja através da doação de trabalho propriamente dito ou de serviços como: “o
hospital manda 200 lençóis para as voluntárias
fazerem a bainha. Elas fazem e devolvem. Ou manda 100 pijamas cortados e
elas costuram as peças, montando os pijamas para uso interno dos pacientes”.
Portanto,
a prestação de serviços tem uma relação direta com os pacientes ou com a
instituição, sem interferir, necessariamente, na gestão administrativa ou
financeira.
Identificou-se
cerca de cem voluntários atuantes na esfera da prestação de serviços; a grande
maioria formada por mulheres na faixa etária de 40 a 60 anos, casadas, com
escolaridade média até o segundo grau. Uma parcela desses voluntários é formada
por pessoas com trabalho remunerado e a outra, por donas de casa, classificadas
pelos seus gestores como de “classe média baixa”.
Nas
três esferas mencionadas, chama a atenção como
as relações de gênero[1] também
perpassam pelo voluntariado. A presença masculina marca a esfera da gestão
administrativa, a esfera das decisões. A feminina está na esfera dos cuidados
com o paciente e na captação de recursos. Na esfera da manutenção financeira
dos hospitais através de doações com recursos financeiros próprios, aparecem de
uma forma mesclada, homens e mulheres.
Interessante
observar que na esfera da manutenção financeira dos hospitais, quando o assunto
é captação, está mais ligado às mulheres. Envolve entrar em contato, divulgar,
argüir, realizar trabalho de sensibilização e convencimento, promover campanhas
e eventos. Já, quando o assunto é doação de recursos próprios, que envolve
“menor esforço” no sentido de procedimentos a executar, envolve tanto homens
como mulheres.
Esses
dados retratam uma sociedade de tradição patriarcal e capitalista, na qual
atribuiram-se historicamente, às mulheres, características como a
sensibilidade, a humanização, a capacidade de discutir relações, a
responsabilidade pela assistência e pela unidade familiar. Sobre o assunto, Carrasco (2003) fala de duas
esferas, uma pública e outra privada, com pouca inter-relação entre ambas e
baseadas em princípios antagônicos. A pública, pertencente aos homens, focada
no “social, político e econômico-mercantil e regida pelos critérios de êxito,
poder, direito de liberdade e propriedade universais” (CARRASCO, 2003, p.16). E
a privada, também conhecida como doméstica, dominada pela presença feminina,
baseada em laços afetivos e sentimentos, relacionada
com as “necessidades subjetivas (sempre esquecidas) das pessoas” (CARRASCO, 2003, p.16).
As
mulheres ocuparam tradicionalmente a esfera doméstica e disponibilizaram os
homens, pais, esposos e filhos, a dedicarem-se ao máximo, a um tempo
mercantilizado, o qual pode ser transformado em dinheiro, prestígio e poder. E
a esfera das relações privadas, espaço eminentemente feminino, ou seja, dos
cuidados, afetos, relações domésticas, que sustentam a unidade familiar, não
foram sequer reconhecidos como um tempo empregado para o desenvolvimento
humano. É como se tudo fizesse parte da “aptidão” das mulheres: As pessoas esquecem que as
meninas precisam treinar para apreender tudo isso e agem como se toda mulher
nascesse com essas aptidões, como se fosse dádiva da natureza. Se é dádiva, não
precisa ser reconhecida, nem devidamente remunerada. Porém se os homens fossem
treinados para realizar essas tarefas, seria necessário um grande investimento
(FARIA; NOBRE, 1997, p.14).
Essa
relação de gênero, presente na família, nas instituições e no Estado, também
influencia o voluntariado e, sobretudo, no espaço em que ocupa no mundo contemporâneo.
O
voluntariado de hospitais, formado em sua maioria por mulheres, situa-se muitas
vezes, no compartilhar de intimidades (Sennet apud SILVA, 2004) com o paciente,
mais na necessidade de ajudar a si próprio do que ao outro. É um espaço no qual
depara-se com o humano cheio de fragilidades, sofrimento, dependência e que às
vezes se somam à condição de miserabilidade em todos os sentidos (emocional,
físico, financeiro, familiar), gerando
sentimentos de impotência perante a própria vida. A ausência de saúde, a
instalação da doença, representa uma dor incomparável, a mais sofrível das
dores: Se ... perguntares por que
(alguém) deseja a saúde, ele responderá prontamente: porque a doença é
dolorosa. Se insistires em saber mais e pedires uma razão pela qual ele odeia a
dor, ele não te poderá apresentar nenhuma. (A dor) é um fim último, sem
qualquer subordinação a outro objeto (ARENDT, 1993, p.322).
Identifica-se
nesse espaço, um desencantamento e vazio de esperanças, frutificando uma ação
voluntária que busca mais um reforço terapêutico a si próprio, ao voluntário,
do que propriamente uma luta por determinada causa social.
As
trocas estabelecidas nesse tipo de relação podem ser caracterizadas como de uma
benemerência “neoindividualista”, na qual agrega-se “à vontade de ajudar ao
outro, o desejo de ajudar a si mesmo” (Silva, 2004, p.22). O gestor social deve
estar atento ao risco de não limitar a prática voluntária à mera identificação
de sentimentos como a solidão, o vazio de esperanças, o compartilhar de
intimidades.
O
voluntariado há que ser reconhecido e valorizado não apenas como alguém que se
identifica com o sofrimento humano, mas como alguém consciente de que A
dor e os sentimentos intensos movimentam-se e tomam outro sentido na
experiência de ação, na vida ativa. Passam a ser comunicáveis. Passam a estar
no mundo, criam identidade para quem até então era alheio, anônimo, improvável (SILVA, 2004, p.18).
A
ação voluntária quando desvinculada da perspectiva neoindividualista pode
potencializar a formação de uma esfera política. O compartilhamento de
intimidades pode assumir identidade pública e materializar-se na forma de uma
compreensão de causas e efeitos, de mobilização de outras pessoas, de maneira
que resulte na melhoria da condição humana do paciente.
De
acordo com Silva (2004), o voluntariado representa uma ruptura com o
isolamento. Ao buscar “o outro”, ele realoca o seu tempo, não mais empregado
para a manutenção de suas necessidades metabólicas (labor) e para o trabalho.
Sai do isolamento , interage com outras pessoas na “expectativa de um novo
tornar a ser” (SILVA, 2004, p. 25).
Nesse
“novo tornar a ser”, entra a ação, característica fundamental do voluntariado, que efetivamente, pode transformar-se em
“atividade política por excelência”
(ARENDT, 1993, p.17), o que elevaria
a sua condição para aquela esfera pública arendtiana, ou seja, para
um “mundo comum”, no qual haveria a visibilidade por todos.
Esse
“mundo comum” nas instituições hospitalares, entretanto, é influenciado por
vários fatores que podem dificultar ou facilitar a ação política do
voluntariado. Tais fatores podem estar vinculados a uma exigência estatutária,
que “obriga a participação”, a grupos de apoio, com ou sem base religiosa e a
interesses particulares, ou ainda, ao entrelaçamento de todos eles. Uma questão
interessante, foi a religiosa, muito arraigada na ação voluntária no segmento
hospitalar. Essa motivação religiosa como base da ação voluntária talvez possa
ser atribuída às origens dos próprios hospitais, todas associadas às
instituições religiosas ou a grupo de pessoas reconhecidas pela sua
religiosidade.
Às
vezes, a religiosidade é critério explícito e excludente para ser aceito pelo
grupo atuante junto aos pacientes do hospital. Em outras palavras, se a pessoa
fizer parte do grupo, de determinada religião, a sua credencial está
praticamente garantida para a entrada no hospital. Caso não faça parte do grupo,
o candidato deve “apresentar um projeto,
que será analisado pela área de Recursos Humanos. Ele é chamado para entrevista
e se aprovado, faz-se o termo de adesão.” O gestor entrevistado esclarece
que isso “não impossibilita a formação de
outros grupos”. Embora não se negue novas possibilidades, a via de ingresso
mais rápida é a religiosa. Em outra instituição, a religião não é critério
básico para ser voluntário, porém ainda se percebe que os voluntários em sua
maioria, têm a questão religiosa como a motivação principal: ”os voluntários não fazem parte de uma Ong,
mas de uma religião...não de uma única, mas de várias. Uns são espíritas,
outros evangélicos, católicos...” . O gestor deixa claro que a religião é
uma forte determinante da motivação do voluntariado nos hospitais.
O
que mobiliza o voluntariado não é especifica e necessariamente a causa social,
que poderia ser um doente de câncer, um renal crônico, um portador de HIV
positivo.... mas a sua relação com Deus:
“Deus
está na centralidade. O que os voluntários consideram importante não é ajudar o
Hospital, é ajudar o paciente e a Deus. Elas estão fazendo também para o
próximo, mas estão trabalhando acima de tudo, para Deus.”
Essa
“ligação com Deus”, segundo um dos gestores, já trouxe muitos problemas em épocas
anteriores, “as pessoas faziam orações
para exorcizar os demônios ou acreditavam que a cura vinha tão somente através
de Deus, o que acabava interferindo nas condutas médicas...” .
A
questão religiosa é tratada por Arendt (1993, p. 63), pela via da “caridade”
edificada e proposta por Santo Agostinho, Encontrar um vínculo entre
os homens, suficientemente forte para substituir o mundo, foi a principal
tarefa política da antiga filosofia cristã; e foi Agostinho quem propôs
edificar sobre a caridade não apenas a “irmandade cristã”, mas todas as
relações humanas.
Trata-se
de um princípio mantenedor da união das pessoas em uma esfera destituída de
interesses mundanos. Os membros dessa comunidade formariam um “corpus”,
que teria como modelo, a relação entre irmãos da mesma família, reconhecida
como uma relação apolítica e, mesmo, antipolítica.
Porém, segundo a autora, [...] diferentemente do bem
comum tal como o cristianismo o concebia – a salvação da alma como interesse
comum a todos – o mundo comum é aquilo que adentramos ao nascer e que deixamos
para trás quando morremos. Transcende a duração de nossa vida tanto no passado
quanto no futuro: preexistia a nossa chegada e sobreviverá à nossa breve
permanência (ARENDT, 1993, p.65).
A
ótica cristã, segundo a mesma autora, parte da premissa de que cada um deve
cuidar de seus afazeres e negócios e não, dos negócios comuns públicos.
Essa maneira de ver o mundo também influencia o voluntariado, que tem muitas
raízes na cristandade. A ação, atividade política por excelência, embora
seja atividade fundamental da condição
humana, é reservada para poucos, como por exemplo, para aqueles participantes
de uma gestão administrativa hospitalar, espaço das deliberações. Uma grande
parcela de voluntários ainda mantém a referência na extra-terrenidade, no
caráter apolítico e não-público.
Paixão
(2004, p. 91) fala da falta de espaço para as reflexões que poderiam levar à
ação voluntária política: [...] temos a suspeita de
que falta um espaço para a reflexão do que é diaconia e que esta ação tem um pé
no evangelho e, o outro, no mundo, pois as pessoas são corpo e alma ao mesmo
tempo – tem necessidades espirituais e materiais simultaneamente.Ambas as
partes merecem cuidado. Tendo essa compreensão de ação, a Igreja/sua diaconia, desenvolveria,
de fato, uma ação voluntária política.
A
autora faz uma análise a partir de uma pesquisa realizada com um grupo de
mulheres luteranas, que presta ações assistenciais há 25 anos, [...] os objetivos se limitam a ajudar. Mas
não se evidencia um discurso articulado entre elas. Não há um planejamento,
exceto no sentido de organizar quem faz o acolchoado, tricô, crochê...o ajudar
é apenas uma ação material. Mesmo quando apontam para a dimensão de um mundo
melhor isso não se traduz em ação política (PAIXÃO, 2004, p.92).
Uma
das conclusões da autora é que as ações desse grupo estão voltadas aos seus
aspectos internos, as suas semelhanças: O ‘ser grupo’ se constitui
pelas semelhanças de sentimentos, crenças e pelos aspectos da satisfação, do
bem-estar que a ajuda material para o outro/a lhes traz...atitudes assim são
excludentes, pois não permitem um aprendizado através da relação com o outro
sujeito. Fica-se na solidariedade mecânica que beneficia apenas quem é igual e
semelhante. Dessa forma, a ação que realizam não está a serviço de uma mudança
que possibilite através da alteridade, a promoção de sujeitos autônomos
(PAIXÃO, 2004, p.101).
Num
mundo em que se deposita no trabalho, a glorificação teórica suprema e, na
troca de produtos (ARENDT, 1993), a principal atividade política, o
voluntariado representa uma inversão da lógica desses valores. O trabalho
voltado para o mercado não ocupa a centralidade de sua existência. O
voluntariado precisa de outros valores para sustentar a sua ação. Por isso, a
justificativa religiosa talvez seja a mais forte e a mais convincente para o
auto-fortalecimento dos voluntários, já que, tradicionalmente, as conquistas
coletivas em espaços públicos, que poderiam gerar o empoderamento, não têm
feito parte de sua história.
O
voluntariado ainda não assumiu a sua pluralidade (Arendt, 1993) na condição de
ser humano, isto é, “viver como ser distinto e singular entre iguais” (ARENDT,
1993, p.191). A igualdade está na condição de ser humano, mas “a diferença” ainda não foi conquistada, a qual seria obtida por meio do discurso e da
ação. Para isso, ainda é necessário muito cuidado, pois é um ser cheio de
carências, que precisa ser fortalecido, para que se sinta revigorado, “sair de
si” e enxergar o “outro”. A emancipação das pessoas só se alcança quando ele
próprio, no caso, o voluntário, sentir-se emancipado, liberto, capaz de ir além
das perspectivas neo-individualistas.
Em
um dos hospitais pesquisados, o assistente social relata que há cerca de vinte
anos, os voluntários realizavam visitas aos pacientes internados, atuando como
uma extensão da igreja, através de orações. Com o tempo, perdeu-se essa prática
e só em 2004, o voluntariado retornou para “atendimento dos pacientes” no leito
hospitalar, desta feita, sob a coordenação do assistente social. Este afirma
que antigamente os voluntários iam para o hospital e permaneciam o tempo
desejado e a todo momento, solicitavam a intervenção dos funcionários para
atender as queixas do paciente ou as
próprias . Essa situação irritava os funcionários, que viam na figura do
voluntário, mais uma pessoa para atrapalhar em vez de ajudar. E os credos
religiosos eram motivos de conflitos com os pacientes e indiretamente com a
equipe profissional, por incentivar a cura de doenças através de outros meios.
Em
outro hospital, há cerca de cinco anos, grandes conflitos de relacionamento
envolveram a instituição hospitalar e os voluntários. Estes faziam parte de uma
entidade filantrópica de apoio ao hospital e prestavam serviços assistenciais
aos pacientes, especialmente internados.
Na época, houve intensa divulgação pela mídia e a Promotoria Pública foi
acionada para intermediar as relações. Questionamentos realizados pelos
voluntários no tocante a condutas técnicas e administrativas das equipes
profissionais do hospital pareciam o “estopim” dos conflitos. A prestação de
serviço por esses voluntários, naquele hospital, foi suspensa por
aproximadamente um ano. Aos poucos, mediante diálogo e consenso entre as
partes, os voluntários, alguns substituídos e outros antigos, foram retornando
à antiga função dentro do hospital.
Percebe-se
que o assistente social surge como o profissional que referencia o serviço
voluntário dentro desses hospitais, mesmo sendo, muito mais em decorrência de
uma avalanche de demandas institucionais do que como resultado de uma
antecipação profissional face às mesmas. Um dos entrevistados declara “a direção
me solicitou para assumir o voluntariado e eu concordei”. É oportuno enfatizar que os assistenciais
responsáveis pela gestão do voluntariado são os dois que trabalham nos
hospitais com voluntários atuando na esfera da prestação de serviços diretos junto
aos pacientes. O terceiro, o dentista, possui uma função representativa junto
ao hospital e executa atividades burocráticas.
Na
medida em que o voluntariado dentro dos hospitais foi se ampliando em termos de
quantidade e atribuições, diversificaram-se também, as demandas surgidas com a
sua presença . A respeito do assunto, um dos assistentes sociais fala “eles
começaram a questionar as condutas técnicas, principalmente médicas e de
enfermagem”. Vários outros problemas surgiram, como o de oferecer alimentos
a pacientes em dieta ou alimentos não permitidos pela equipe técnica do
hospital, conflitos com funcionários que se sentiam inseguros mediante a falta
de clareza em relação ao papel do voluntariado, visitas realizadas aos
pacientes, por voluntários em horários inoportunos, dentre outros. A idéia
predominante era de que o voluntário “tudo podia”, mas aos poucos, ela foi-se
materializando em forma de problemas. E estes, exigiam soluções institucionais.
A falta de clareza em relação às suas atribuições e consequentemente dos seus
limites, levava o voluntariado a ações conflitantes com os interesses dos
hospitais e, com isso, acabavam prejudicando os próprios pacientes.
Em
um dos hospitais, se a diretoria era a referência maior para as questões
pontuais do voluntariado, houve a precisão de disponibilizar um profissional
para atender as suas necessidades. Em outro, há mais de vinte anos, o
assistente social é a referência do serviço voluntário, mas nos últimos seis
anos, declara ter sido muito mais exigido em termos de demandas relacionadas ao
assunto.
O
reordenamento do voluntariado dentro dos dois hospitais desponta-se como uma
necessidade institucional para dar respostas aos problemas apontados. A
reorganização de atividades em forma de “serviços”, segundo conceito já citado,
passa a exigir uma nova forma de gestão. Na prática, isso se expressa de várias
maneiras: através de um voluntariado rapidamente identificável, de forma a
distingui-lo dos demais funcionários da instituição: usa crachá próprio e jaleco
padronizado de voluntário; recebe orientações sobre a rotina hospitalar, como a
lavagem das mãos antes e depois de qualquer contato com o paciente, a não
ofertar alimentos ou medicamentos, respeito aos procedimentos da equipe de
saúde, informações sobre o estado geral dos pacientes.
Os
voluntários também possuem um acompanhamento profissional, setores delimitados
para a sua atuação, datas e horários definidos para entradas e saídas. Apólices
de seguro são pagas para alguns voluntários para a cobertura de riscos de
acidentes acontecidos em horários de sua atuação. Reuniões com os voluntários
são realizadas periodicamente e quando não, o assistente social tem a
consciência de que mais tempo deveria ser dedicado para a gestão do serviço.
Observa-se que essa reorganização acrescentou muito mais demandas ao
profissional, que já vinha com uma sobrecarga de trabalho, sem, no entanto,
diminuir o volume de trabalho anterior ou
contratar novos profissionais.
De
acordo com Dohme (2005), “A crença desgastada de que o voluntário executará
‘milagres’, sem a menor necessidade de supervisão e nunca exigindo nada em
troca, é falsa e a maior causa de insucesso”. Concorda-se com essa afirmação e
na prática ela se corrobora nas palavras de uma das assistentes sociais gestoras:
“se houvesse um projeto, um planejamento adequado, problemas como os
ocorridos (já citados)
envolvendo
voluntários, pacientes, administração do hospital e promotoria pública,
poderiam ter sido evitados”.
Segundo
os assistentes sociais entrevistados na qualidade de gestores do voluntariado,
a grande contribuição dada por eles, está relacionada ao papel do voluntariado,
hoje mais claro, mais definido. Antes “eles vinham e podiam fazer qualquer
coisa, não tinha uma coordenação” , relata um deles. Hoje o voluntariado é
reconhecido e respeitado pelos funcionários e pela instituição.
Os
momentos propiciados pelo gestor ao voluntariado, seja através de contatos,
reuniões, supervisões ou outros instrumentos adotados ou denominados de formas
diferentes, podem levar ao que Bavaresco chama de “conhecimento sobre o objeto
em questão” (2004, p.36). E esse conhecimento, “[...] partindo da realidade
empírica e a ela retornando, traz o contributo da melhoria de vida, realizando
assim, a transmutação da utopia em sonho e do sonho, em realidade”.
A
autora associa a ação voluntária à necessidade do ser humano em participar
ativamente de seu grupo social, buscar a concretização de objetivos comuns e
que para isso, encontra na linguagem, uma das expressões mais vigorosas. Essa afirmação
é verdadeira, na medida em que o homem é um animal “social” antes de ser animal
“político” (ARENDT, 1993, p.41).
E nesse espaço de participação, “[...]
encontramos o verdadeiro significado da política como mediadora dos desejos
individuais para obter, por meio de senso comum, a coesão para a passagem do
individual ao coletivo” (BAVARESCO, 2004, p.36). Segundo a mesma, esse tipo de
ação geraria autonomia, que por sua vez, levaria ao empoderamento dos seus
agentes. Prossegue afirmando que o conhecimento gerado sobre um determinado
objeto, dá aos agentes da ação voluntária, autonomia e liberdade,
pré-requisitos necessários para as tomadas de decisões resultantes em melhorias
para a coletividade.
Com
base nesse princípio, o gestor do serviço voluntário deve não só estimular a
geração do conhecimento sobre o seu objeto, como também viabilizar esse espaço
dentro da instituição. Um espaço para reflexões, aprendizagem e planejamento
das ações. O voluntariado e o seu gestor precisam priorizar esse tipo de encontro,
caso contrário, correm o risco de serem “engolidos” pelas demandas
institucionais e esgotarem a ação voluntária na prestação mecânica de serviços.
A
ação emancipadora deve ser estimulada
“[...] carregada de um vigor, uma força tal que seja capaz de gerar uma
‘liga’ entre os seres humanos na obtenção dos objetivos, de forma eficiente e
eficaz, que revertam em benefícios ao próprio grupo” (BAVARESCO, 2004, p.38). A
definição do oposto de seu conceito, ajuda a clarear e reforçar o significado
da ação emancipadora. Assim, a ação alienadora é definida como aquela em que
“[...] o exercício do poder nela contida conduza à submissão do outro e se
converta em um autobenefício, não ensejando a possibilidade de uma análise
crítica dos objetivos presentes” (BAVARESCO, 2004, p.38).
Para
enfatizar a importância da linguagem, Arendt (1993, p.11) declara: “Sempre que
a relevância do discurso entra em jogo, a questão torna-se política por
definição, pois é o discurso que faz do homem um ser político”. E é essa capacidade
que faz do homem um sujeito singular, distinto dos demais seres animados. E
como refere Paixão (2004), a ação política é uma questão de aprendizagem , “Se
é questão de aprendizagem, precisa ser ensinada” (PAIXÃO, 2004, p.110). Ela
pode ser ensaiada, exercitada e ensinada nos espaços coletivos propiciados pelo
seu gestor.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS As ações de voluntariado vêm crescendo conforme a
pesquisa realizada nos hospitais de Londrina, onde se observa a transformação
da atividade voluntária, a pontual e esporádica, em serviço voluntário,
prestado com uma freqüência determinada, sob regras internas e na vigência de
uma lei. O acúmulo de suas funções nesse processo está
expresso em suas ações contínuas: orações, auxílios materiais aos pacientes,
atividades recreativas, captação de recursos para as instituições hospitalares.
O voluntário “polivalente” em suas habilidades é o mais requisitado e
valorizado. Essa presença acentuada nos hospitais a partir de
2000, deu mais visibilidade ao voluntariado, não apenas pelas suas ações, mas
também pelos problemas gerados. O assistente social firmou-se como referência
profissional, habilitado para a gestão do serviço voluntário
intra-institucional, passando a ser cada vez mais requisitado para “resolver”
os problemas surgidos na relação entre voluntários, com os pacientes, com a
equipe de saúde e com a própria instituição. O assistente social é chamado para
dar um reordenamento ao voluntariado. A reidentificação feita através do
cadastramento de voluntários ou grupos de voluntários, a redefinição de
atribuições, fixação de regras e limites, orientações diversas, a aplicação da
lei do voluntariado, são algumas dessas mudanças. Existem indicativos nas falas dos gestores e na
legislação pertinente aos hospitais filantrópicos, apontando firmemente para o
crescimento dessa “onda voluntária” , embora não se possa afirmar que ela seja
gradual e contínua. As demandas institucionais têm requisitado o
assistente social como o profissional de referência para a gestão de voluntariado,
mas poderia ser um psicólogo, um enfermeiro, um administrador, pois o
voluntariado no contexto atual, é também uma estratégia de recursos financeiros
para o funcionamento hospitalar. O assistente social, no entanto, profissional
historicamente vinculado à prestação de serviços de assistência social, é o
gestor capacitado a decifrar a realidade, rever conceitos, avaliar e
implementar ações inovadoras na área. Terá condições para discernir os
interesses mercantilistas, neoindividualistas daqueles potencializadores da
ação política. Iamamoto (2001, p.48) fala: “possibilidades novas de
trabalho se apresentam e necessitam ser apropriadas e desenvolvidas; se os
assistentes sociais não fizerem, outros farão, absorvendo progressivamente
espaços ocupacionais até então a eles reservados”. Para isso, é necessário priorizar na agenda
profissional, um espaço para “o conhecimento do objeto” , citado por Bavaresco
(2004) em outro contexto, mas aplicável na realidade do voluntariado. Espaço no
qual se possa exercitar a argüição, a sociabilização, a reconstrução de uma
identidade, tendo como parâmetros, novos referenciais teóricos. Se o homem não
se conhece, é como se não existisse. É necessário conhecer-se e dar-se a
conhecer. Embora o voluntariado hospitalar conserve características
da esfera privada, é possível dar os primeiros passos em direção à esfera
pública. O voluntariado identifica-se com a natalidade (Silva, 2004), pois em
algum momento decorrido, ele deslocou-se, saiu do seu isolamento. Mesmo saindo
em busca de objetivos terapêuticos, foi um passo a frente. Há a possibilidade
de ser reconstituído em sua individualidade e potencializado a sua ação na
esfera dos interesses comuns. Bibliografia ARENDT, Hannah. A Condição Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
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no Brasil: para além de boas intenções. Revista
Integração (eletrônica), CETS/FGVSP, Maio, 2004. [1] O estudo das relações de gênero, centrado nas relações sociais entre homens e mulheres, teve início na década de 1980, com o objetivo de não apenas focalizar as mulheres como objetos de estudo, mas também, os processos de formação da feminilidade e da masculinidade... as pessoas pensam e agem, construindo práticas sociais diferenciadas conforme o sexo... famílias, instituições e Estado são constituintes e constituídos de gêneros, na medida em que determinam e, ao mesmo tempo, são permeáveis pelas relações de sexo e de poder, estando sempre presente uma relação de hierarquização, colocando as mulheres em posição de inferioridade aos homens.(MOTTER; OKABAYASHI, 2005) |