Na antiguidade grega, aprendemos a sofrer nas tragédias e nas elegias, por enfrentarmos os nossos erros essenciais e por lamentarmos as nossas perdas. Na comédia "Much Ado about Nothing", a personagem Benedick afirma "everyone can master a grief but he that has it" - todos sabemos como sofrer, exceto aquele que sofre. Na contemporaneidade, apesar das guerras e dos genocídios, parecia que a morte havia sido domada ou apagada da vida diária, pelos procedimentos sanitários e pelo encapsulamento do episódio final nos porões refrigerados dos hospitais. A grandeza da população urbana, em seus movimentos frenéticos, anulou a figura do herói, pois somos quase todos desconhecidos no mundo das centenas de milhares ou dos milhões de habitantes. Foi preciso uma pandemia para enfrentarmos novamente a noção de uma finitude palpável, imediata, aterrorizante. A arte, momentaneamente em compasso de espera, é para muitos o refúgio ou o divertimento, no sentido de Pascal, o afastar-se da dor. Mas é nela que vamos encontrar as emoções, não aquelas profusas, conscientes e imediatas, como anotou T. S. Eliot, mas os sentimentos capazes de nos tornar humanos novamente.
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Sumário
Expediente e Apresentação
Comissão Editorial
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2
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Ricardo Augusto de Lima, Willian André
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5-11
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Artigos
Roseane Oliveira de Araújo Félix, João Batista Cardoso
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12-23
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Rafael Magno de Paula Costa
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24-35
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Nelson Eliezer Ferreira Júnior
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36-47
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Carolina de Aquino Gomes, Ana Marcia Alves Siqueira
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48-59
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Everton Barbosa Correia
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60-70
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Alamir Aquino Corrêa
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71-80
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Vanessa Massoni da Rocha
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81-92
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Alexandre Henrique Silveira, Bernardo Nascimento de Amorim
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93-102
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George Lima, Marisa Martins Gama-Khalil
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103-114
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Daniela Maria Segabinazi, Jaine Sousa Barbosa
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115-130
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Carmina Monteiro Ribeiro, Milena Ribeiro Martins
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131-142
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