Edições anteriores

  • A paisagem e suas construções literárias
    v. 43 n. 2 (2023)

    Há algumas décadas, desde pelo menos os anos 70 do século passado, a paisagem tem ganhado força de discussão em várias áreas do conhecimento, num processo de reavaliação do conceito e de seu alcance. As abordagens contemporâneas da paisagem coincidem em um ponto central, o do distanciamento de  sua compreensão  simplesmente como sinônimo de natureza ou de um dado espaço material captado pela visão. Partindo de uma perspectiva fenomenológica, as reflexões atuais em torno da paisagem apontam para o seu aspecto cultural, na medida em que colocam o sujeito como condição de sua existência. Nessa formulação, a paisagem revela-se como um complexo indissociável entre um lugar, uma percepção e uma imagem, capaz de expressar um pensamento e um conhecimento atrelados a uma perspectiva relacional, a por em xeque o paradigma dualista do conhecimento que tem se sustentado no mundo moderno ocidental, que se quer neutro, geométrico, mecânico e quantitativo, como bem afirma  Augustin Berque em El pensamiento paisajero (2009). Na sua forma movente e intercambiante, trajetiva, apartada de dualismos, a paisagem constitui-se “como uma manifestação exemplar da multiplicidade dos fenômenos humanos e sociais” (Collot 2013: 15), um “espaço vivido”, da experiência, portanto, que a literatura tem explorado das mais variadas formas no decorrer do tempo.

  • Literatura e Tecnocultura
    v. 43 n. 1 (2023)

    Os artigos reunidos neste volume oferecem ao leitor uma perspectivação das formas como o horizonte tecnocultural contemporâneo vinca profundamente as práticas de criação literária. Nesse sentido, um problema recorrente consiste na busca de modos de apreensão conceitual de fenômenos que esgarçam as linhas imaginárias que até então circunscreviam as formas literárias.

  • Outras modernidades: releituras literárias (1922-2022)
    v. 42 n. 2 (2022)

    Que Modernismo? Quando? A Semana de Arte Moderna completou 100 anos em fevereiro de 2022 e motivos não faltam para continuarmos a conversa acerca da primeira geração do Modernismo Brasileiro, bem como sobre seus contínuos impactos na vida acadêmica e além. A importação de linguagens e de estéticas estrangeiras ganhou outros ares quando estas foram deglutidas pela cultura local. A questão da identidade nacional e cultural ganhou novas modelagens na contemporaneidade. Entre tantos campos de estudo, pesquisas em arquivos literários, ligadas à literatura como campo expandido, têm proposto novas formas de diálogos entre criações nacionais e estrangeiras, trazendo instigantes perspectivas em relação ao trabalho na área da Literatura Comparada.
    Das vanguardas europeias ao Modernismo Brasileiro: ou se entendeu que nós, brasileiros(as), somos antropofágicos(as), ou não se entendeu muita coisa. Alia-se ao conceito de Antropofagia, proposto por Oswald de Andrade, a noção de “traição da memória”, pensada por Mário de Andrade: esquecimentos em relação à arte, à cultura e à literatura hegemônicas impulsionariam o processo de (re)invenção brasileira visando uma expressão singular no “concerto das nações”. Manifestos, revistas, ensaios, correspondências e expansões da arte em geral foram remodelando as gerações de um movimento que parece pedir uma permanente atualização via novas e provocativas leituras, assim como reflexões sobre os apagamentos que as correntes artísticas sempre causam.
    Propusemos, nesta edição da Terra Roxa e Outras Terras, rever o que significa voltar ao Modernismo de 22, que buscava majoritariamente a tomada de consciência da realidade e da cultura brasileiras, ao tempo em que se propunha discutir criticamente – 100 anos após a Independência, e apenas 34 anos após a abolição da escravatura – os problemas sociopolíticos nacionais. A enorme caixa de pandora dos desajustes brasileiros foi aberta com a ajuda da Semana de Arte Moderna de 1922. No presente, surge a pergunta: como ser antropófago(a) em tempos de patologias nacionalistas? No Brasil haveria outra medida senão reimaginar o futuro regressando, uma vez mais, ao passado, oferecendo-lhe sobrevivências transformadoras, avaliando suas heranças, questionando seus limites, pensando, no presente, conforme assinala Oswald de Andrade no Manifesto Antropófago, “contra as escleroses urbanas”? Algumas pesquisas atuais relativas à cultura afro-brasileira e indígena, aos estudos de gênero e à criação de regiões distantes dos centros de maior prestígio econômico e cultural, por exemplo, têm dado novas cores a reavaliações do modernismo, o que ocorre tanto nesta quanto em outras edições de revistas e jornais acadêmicos.

  • Zooliteratura, vulnerabilidade e resistência animal: políticas de insurreição
    v. 42 n. 1 (2022)

    Os textos contidos neste número discutem a vulnerabilidade ontológica e enfatizam a patogenia das relações entre animais humanos e outros viventes animais, ao mesmo tempo em que apontam para caminhos de resistência contra a violação dos corpos. A vulnerabilidade patogênica, ou seja, aquela que nasce das relações de opressão e exploração, é revelada nos corpos torturados, assujeitados e assassinados, como se vê na poesia de Drummond (Guida e Melo) e na leitura do romance de Ana Paula Maia (Barros). Este último texto abre espaço para uma reflexão acerca das lutas anti-capitalista e anti-especista e dialoga, portanto, com a análise de O sofá estampado (Bortoletto e Libanori), em que a opressão figura na pobreza social e na miséria da vida para além do humano. A intersecção entre diferentes formas de violência aparece, também, nas análises de Sobre os ossos dos mortos (Rodrigues e González) e Contos Gauchescos (Copstein), que reforçam a relação entre modos de opressão como o especismo, o capacitismo e o sexismo. Por fim, o questionamento do sujeito nos textos de Arce, Alkmin, Gonçalves, Melo, Costa e Guimarães revê o lugar da animalidade e possibilita um entendimento da vulnerabilidade ontológica como aquela que propicia o encontro entre corpos marcados pela força da insurreição.

  • Diálogos entre literatura e pintura: tradição e transgressão (dez. 2021)
    v. 41

    Nesta edição, desfrutamos das várias relações entre literatura e pintura já sugeridas por Horácio em sua Arte poética (20 a.C.) na expressão ut pictura poesis, “como a pintura, é a poesia”. O que aqui encontramos não é a reafirmação da discussão realizada, no século XVIII, por Lessing, Schelling, Hegel, entre outros pensadores, sobre a superioridade da poesia como síntese suprema, a reunir em si a imaginação criativa das artes plásticas e a emoção que fluía da música e nem a vingança das artes plásticas em relação à arte literária. A pluralidade de possibilidades aqui apresentadas ora ultrapassa, ora borra os limites propostos por certas abordagens que tendem a delimitar as relações entre literatura e pintura.

  • Singularidades e pluralidades do masculino na literatura brasileira (jun. 2021)
    v. 40

    Com origens, interesses e trajetórias acadêmicas diversas, os pesquisadores aqui reunidos empreendem uma releitura de material relevante que integra a produção literária brasileira. O século XIX e o Romantismo em verso e prosa são possíveis objetos, muito ricos quanto à observação e ao exame detalhado das masculinidades. As produções modernistas e aquelas que as antecederam podem também receber leituras atentas e pormenorizadas, uma vez que já expõem representações de homens e experiências masculinas sob perspectivas mais críticas. No conjunto dos interesses dos pesquisadores, destacam-se ainda as expressões da literatura brasileira contemporânea. Estas correspondem a um apelo constituído por um grupo de textos que colocam em evidência os impasses, as crises e os conflitos protagonizados pelos homens hoje. É natural que os estudiosos se sensibilizem com as realizações dos autores e que se sintam desafiados ao exercício de enfrentá-las por intermédio de correlações com contribuições teóricas e propostas interpretativas da cena igualmente contemporânea.

  • Perdas e ausências na literatura contemporânea (dez. 2020)
    v. 39

    Na antiguidade grega, aprendemos a sofrer nas tragédias e nas elegias, por enfrentarmos os nossos erros essenciais e por lamentarmos as nossas perdas. Na comédia "Much Ado about Nothing", a personagem Benedick afirma "everyone can master a grief but he that has it" - todos sabemos como sofrer, exceto aquele que sofre. Na contemporaneidade, apesar das guerras e dos genocídios, parecia que a morte havia sido domada ou apagada da vida diária, pelos procedimentos sanitários e pelo encapsulamento do episódio final nos porões refrigerados dos hospitais. A grandeza da população urbana, em seus movimentos frenéticos, anulou a figura do herói, pois somos quase todos desconhecidos no mundo das centenas de milhares ou dos milhões de habitantes. Foi preciso uma pandemia para enfrentarmos novamente a noção de uma finitude palpável, imediata, aterrorizante. A arte, momentaneamente em compasso de espera, é para muitos o refúgio ou o divertimento, no sentido de Pascal, o afastar-se da dor. Mas é nela que vamos encontrar as emoções, não aquelas profusas, conscientes e imediatas, como anotou T. S. Eliot, mas os sentimentos capazes de nos tornar humanos novamente.
  • Experimentalismos na literatura moderna: experimentos e experiências (jun. 2020)
    v. 38

    As discussões sobre experimentalismos resultaram em tipologias nas artes, nas quais sobressaía ora o valor do novo em comparação ao antigo, ora em tipologias no sentido contrário, quando a arte experimental foi diversas vezes taxada como aristocrática. Diferentemente, convém pensar o próprio lugar do experimento/experiência, do erro/tentativa na literatura por outras vias. Agamben, nesse sentido, diante do impasse entre uma experiência pré-moderna e os experimentos (pós)modernos, abre novos pontos de fuga ao questionar sobre uma infância, um experimentum linguae que, por sua vez, apenas se dá na autorreferencialidade da linguagem, portanto em uma outra maneira de articular a questão dos seus limites, que aponta para o seu vazio. A discussão clássica de simulacro enquanto deriva desregrada do mimético, e repensada por Deleuze ou Baudrillard, não deixa de levantar questões para se repensar os experimentalismos da modernidade.
  • Cânone e escola: as diferenças e as revisões (jun. 2019)
    v. 37

    As primeiras décadas do século XXI têm sido palco de inúmeros debates balizados por polarizações como democracia ou autoritarismo, proteção de fronteiras ou acolhimento a refugiados, preconceito ou respeito às diferenças. Após um final de século XX marcado por conquistas no campo social, assistimos, com perplexidade, a retrocessos nos campos cultural, especialmente no tocante à liberdade de criação artística e expressão, e político, ambos espaços de ação tanto da literatura quanto da educação. A constituição de um cânone literário é sempre uma arena política em que grupos disputam o poder de decisão do que é bom ou ruim em literatura, o que deve ou não ser lido. E essa disputa de poder passa pelo universo escolar. Por isso temos convicção de que o tema cânone e escola é uma possibilidade de debatermos sobre o papel da escola na formação do leitor em um movimento de emancipação e humanização. Para tanto, há a necessidade contínua de políticas públicas que sejam favoráveis ao entendimento da expressão humana como possibilidade de criação e (re)construção.

  • Estudos sobre Poesia Portuguesa desde Fernando Pessoa (dez. 2018)
    v. 36

    O objetivo da chamada para este volume foi provocar leituras que valorizassem os caminhos concorrentes da poesia portuguesa moderna e contemporânea, questionando, relativizando, atualizando seus paradigmas de leitura, ou que também apresentassem uma proposta de revisão do cânone moderno e modernista. O número reúne dez artigos de autores de várias regiões do Brasil, atestando o diálogo acadêmico entre pesquisadores de diversas universidades brasileiras envolvidos com os estudos de poesia. É evidente a diversidade de poetas portugueses que comparecem ao longo dos ensaios, tais como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner, Nuno Júdice, Herberto Helder, Filipa Leal, Al Berto, entre outros. Sendo assim, as diferentes proposições articuladas neste volume refletem também a pluralidade de leituras que vêm se constituindo em torno da poesia portuguesa moderna e contemporânea e parecem apontar para caminhos que ora enveredam por um viés mais filosófico, ora pelos dispositivos de circulação e recepção literárias.

  • Feminismos e feminilidades na literatura brasileira (jun. 2018)
    v. 35

    Falar em feminismos e feminilidades na Literatura Brasileira significa abarcar as múltiplas dimensões que envolvem o tema e também polemizar sobre os discursos produzidos tanto por homens quanto por mulheres na representação desses feminismos e feminilidades. Afinal, desde as formulações iniciais de Simone de Beauvoir sobre os processos que levam uma mulher a se entender como tal e como o Outro do homem, até chegar aos pressupostos da performatividade de gênero propostos por Judith Butler, ainda que os aspectos da feminilidade tenham sido largamente explorados nas últimas décadas no sentido de desnaturalizar certa ideia de feminino circulante na sociedade, as representações de mulheres na literatura, e nas artes em geral, ainda se ressente das investiduras patriarcais do gênero, as quais sobredeterminam o lugar social das mulheres. Pode-se dizer que os estudos críticos da literatura em perspectiva feminista e de gênero encontram-se consolidados no Brasil, entretanto, a necessidade de dar seguimento a esses estudos nunca se esgota, justamente pela perpetuação das estereotipias e representações misóginas das mulheres em todos os campos simbólicos e materiais da coletividade.

  • Formas breves na literatura contemporânea (dez. 2017)
    v. 34

    Contribuições que levam em consideração, por exemplo, o poema curto e o miniconto, além da verificação de como os gêneros antigos e populares sintéticos são reformulados esteticamente sob a forma de novas experiências na literatura contemporânea
  • Etnia e pós-colonialismo (jun. 2017)
    v. 33

    Discussão sobre os efeitos que os processos de colonização e descolonização, assim como suas consequências diretas ou indiretas, como a globalização e a diáspora, possuem na construção das identidades étnicas e em sua representação por meio da literatura e de outras artes
  • Literatura enquanto fotografia (dez. 2016)
    v. 32

    Esse volume da revista busca problematizar o punctum barthesiano como a maneira escolhida para singularizar, pela palavra, a reprodução do que se viu, do que foi e do que se percebeu. Quer-se assim provocar os estudiosos a pensar o texto literário como o espinho que faz o leitor perceber mais do que está, mais do que se disse, mais do que se quis, mais do que foi.
  • Perspectivas do ensino de literatura: acertos e desencontros (jun. 2016)
    v. 31

    O dossiê “Perspectivas do ensino de literatura: acertos e desencontros” foi orientado pelos seguintes questionamentos: qual o lugar da literatura na escola e no ensino de Língua Portuguesa. Como a literatura pode amparar e conduzir a formação do leitor? Como ensinar a ler literatura? É possível ensinar o gosto pela literatura? Qual literatura deve ser lida na escola visando à formação do leitor? Como o conhecimento teórico sobre a literatura pode favorecer a formação do leitor? Podem os cursos de Letras formar multiplicadores da leitura literária? Como a escola deve lidar com a legitimidade das muitas leituras que o texto literário admite? Todas as questões mencionadas acima têm sido debatidas em pesquisas e ações pedagógicas no sentido de recuperar o lugar da leitura de literatura dentro da escola e em outros espaços de difusão cultural.

    Os artigos aqui reunidos não esgotam o debate acerca do ensino da literatura, mas sugerem alternativas de olhares teóricos e de encaminhamentos metodológicos. O dossiê convida a todos os leitores interessados no debate a conhecer a abordagem dos autores aqui reunidos. Desejamos, por fim, que a leitura dos textos movimente novas pesquisas e novas alternativas para minimizar os desencontros que ainda ocorrem quando o assunto é “ensino de literatura”.
  • Intertextualidades Literárias (dez. 2015)
    v. 30

    Telma Maciel e Laura Taddei Brandini, orgs.

    A vigência do conceito de intertextualidade, que em breve atingirá seus sessenta anos de história, já comporta sua própria crítica: surgido a partir dos estudos de Julia Kristeva sobre a obra de Mikhail Bakhtin, o conceito passou por certo processo de banalização, tornando-se, muitas vezes, generalizante. Por conta de sua imprecisão teórica, foi alvo de desconfiança por parte de muitos estudiosos, mas, ao mesmo tempo, também despertou o interesse de vários outros. Desse modo, se para alguns a noção de intertextualidade está fatalmente ancorada na ideia de imitação, como nos tempos da emulação, para outros, ela resolve o problema de uma crítica atrelada em demasia à ideia de influência. Este número da Terra Roxa e Outras Terras se interroga sobre a situação das intertextualidades literárias e seus usos pela crítica em proveito de análises que lançam luzes ao mesmo tempo sobre a fatura das obras e suas relações com outros textos

  • Literatura e Cinema (2015)
    v. 29

    Barbara Cristina Marques e Brunilda T. Reichman, orgs.

    Discussões sobre as relações entre literatura e cinema de modo a analisar, para além da prática da adaptação/tradução/transposição, as possibilidades de intrincamento entre essas duas mídias. Há, por certo, nessa zona fronteiriça, várias subversões, desvios, encontros e diversos entrelaçamentos que afetam sensivelmente os modos de representação, dando lugar a novas acomodações e modulações narrativas. A considerar as obras literárias como parte de um sistema midiático, o estudo da relação entre literatura e cinema ganha contornos mais amplos e bem mais complexos que podem envolver desde a investigação da(s) materialidade(s) até a compreensão dos efeitos dos processos de remediação, apropriação, hibridação e atravessamento entre tais mídias.

  • Jornalismo e Literatura
    v. 28

    Regina Celia dos Santos Alves, org.

    Se literatura e jornalismo não se confundem, pois de fato não são a mesma coisa, eles não deixam de caminhar numa certa proximidade, que vai muito além de ocorrências mais superficiais, como o fato de muitos escritores serem também jornalistas, e vice-versa, ou ainda da literatura adentrar pelo espaço do jornal e nele ser publicada, como acontecia comumente no século XIX, quando romances, contos, poemas e crônicas, por exemplo, ocupavam os rodapés dos jornais. Ao contrário, o intercâmbio ocorre de forma mais profícua no âmbito da pró- pria linguagem, quando técnicas e procedimentos característicos de uma mídia são trocados, incorporados ou reinventados pela outra, sendo a crônica - esse gênero híbrido, mescla feliz de literatura e jornalismo - um caso exemplar dessa interface. São dessas e de outras muitas questões relacionadas ao diálogo entre literatura e jornalismo que tratam os dez artigos que compõem o volume 28 da Revista Terra Roxa e Outras Terras.

  • Traços do componente romântico na literatura contemporânea
    v. 27

    Sonia Pascolati, org.

    Os artigos assinalam a presença de muitos paralelos entre o ideário romântico e questões contemporâneas que habitam a produção poética e em prosa no Brasil. O passeio pelo século XX e início do século XXI demonstra como o caráter multifacetado do Romantismo permanece uma das principais marcas da literatura contemporânea, posicionamento típico da arte diante de tempos históricos em que o homem é confrontado com o fim de algumas utopias e instado a erigir tantas outras, tal como é comum às passagens de século.

  • Vertentes do Insólito Ficcional
    v. 26

    Adelaide Caramuru Cezar, org.

    Textos  escritos por membros do Grupo de Trabalho “Vertentes do Insólito Ficcional” da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Letras e Linguística e por colaboradores. Neste número estão registradas algumas das vertentes desenvolvidas pelo grupo: (1) o maravilhoso, (2) o gótico, (3) o fantástico, (4) o realismo animista, (5) “representações dos mitos e lendas, incluindo-se aqui desde as histórias míticas herdadas de tempos imemoriais até as revisitações contemporâneas”.

  • Dramaturgia, teatro, intermedialidade
    v. 25

    Sonia Pascolati, org.

    A cena teatral, em especial a partir do século XX, tem surpreendido constantemente por sua versatilidade, invenção e renovação, seja porque intensifica o diálogo com textos e formas da história da dramaturgia e do teatro, seja por incorporar sempre mais linguagens à composição da cena, o que a torna um interessante objeto de investigação do ponto de vista da intermedialidade, cujo conceito é discutido nos artigos reunidos neste volume.

  • Diálogo da literatura com as outras artes
    v. 24

    Regina Celia dos Santos Alves, org.

    Discussão, por meio de uma abordagem crítico-interpretativa da literatura, das diversas possibilidades de seu intercâmbio com as outras artes e para contribuir para os estudos no campo da Literatura Comparada. Os trabalhos centraram suas reflexões no diálogo entre a literatura e outras manifestações artísticas, como a música, a pintura, o cinema, o teatro, a arquitetura e a fotografia. Visou-se, ainda, pensar os intertextos e as interações dos pontos de vista temático e formal.

  • Poesia no Século XX
    v. 23

    Alamir Aquino Corrêa, org.

    A análise e a discussão de produções poéticas (especialmente as brasileiras) enquanto formas modernas e dos projetos identitários e/ou culturais de grupos e nações durante o século XX, como é o caso das vozes femininas e homoeróticas, das construções de ideários nacionais (como nas antigas colônias europeias) e de efetivação de outros espaços (Renascença do Harlem, Negritude e o rap, por exemplo). Na proposição feita por Alfredo Bosi sobre a produção poética brasileira, é importante ressaltar a discussão da efetiva permanência da sondagem do tempo subjetivo e da articulação do tema em imagens e em ritmos que se gestam no interior da tradição do verso, especialmente no que se percebe como caudal poemático da modernidade.

  • O Legado de Afrânio Coutinho
    v. 22

    Regina Célia Santos Alves, org.

    As análises fazem um perfil das contribuições de Afrânio Coutinho à educação superior, ao ensino de literatura e à crítica literária no Brasil. Há, nos artigos, o relato organizado dos seus discursos em que mostra se sobressai a figura do educador e crítico engajado na compreensão do país e de sua fortuna literária, a discussão sobre o papel de A literatura no Brasil, pela qual o crítico que se torna um dos maiores historiadores da literatura brasileira, o percurso cronológico da crítica de Afrânio Coutinho, exemplificado pelo caso “Machado de Assis”, quando se percebe a mudança de método, e sua maior vinculação à experiência nos Estados Unidos através do uso das posições de René Wellek

  • Representações literárias de conflitos sociais
    v. 21

    Sonia Pascolati, org.

    Este volume revela, ao menos, dois pontos significativos: o espaço ocupado pela representação de conflitos sociais na produção literária nacional e estrangeira e o número de pesquisas que reconhecem na literatura um fértil campo para o (re)conhecimento do modo como o conflito tem sido inerente aos movimentos sociais, às disputas de poder entre povos, ao debate em torno de questões religiosas, políticas e étnicas, dentre outros aspectos que podem ser observados nos 11 artigos aceitos para publicação pelo corpo de pareceristas da revista.

  • Laços de família no conto brasileiro do século XX
    v. 20

    Regina Celia dos Santos Alves, org.

    As análises aqui apresentadas reiteram o papel inovador da prosa de Clarice Lispector e aventam também visões sobre o passado da família brasileira, o seu enfraquecimento e provável autodestruição, talvez males próprios da nova estrutura urbana, que afasta uns e outros por conta das oportunidades de emprego e moradia, ao par das dificuldades econômicas da sociedade moderna.

  • Verdade e memória na literatura brasileira dos anos de 1970
    v. 19

    Alamir Aquino Corrêa, org.

    A literatura brasileira produzida na década de 1970 revela-se fortemente marcada pela censura e pela opressão impostas pelo regime militar. A conjuntura complexa da época, tanto no aspecto social, quanto no político e no econômico, irá influenciar, ora em maior, ora em menor grau, a escolha e o posicionamento dos artistas e intelectuais frente à realidade. Os artigos  buscam problematizar a literatura produzida na década de 1970, sobretudo no tocante ao papel e ao resultado que o apelo realista e testemunhal, freqüente nesse contexto, exerceu na linguagem literária daquele momento.

  • Representações literárias da homossexualidade
    v. 18

    Sonia Pascolati, org.

    A homossexualidade e o homoerotismo ganharam ampla representação artística na literatura brasileira e estrangeira na contemporaneidade, o que instiga a busca de rastros dessa temática em obras da tradição literária. A proposta do presente número 18 da Terra Roxa e Outras Terras foi receber artigos sobre obras da literatura brasileira e estrangeira e sobre diversos gêneros (narrativos, poéticos e dramáticos), que investigassem: a) em que medida as representações literárias da homossexualidade se modificam ou se perpetuam; b) como a presença de personagens homossexuais problematiza as relações sociais de inclusão e exclusão, assim como as relações de poder inerentes ao tecido social; c) quanto a violência física e/ou psicológica perpassa esses textos e determina certas representações da homossexualidade e do homoerotismo; d) a relevância da literatura para a revisão e transformação de paradigmas de comportamento e valores sociais, assim como para a reafirmação ou transgressão de estereotipias.

  • Literatura afro-brasileira (prosa de ficção)
    v. 17 n. 2

    Em 2009, a literatura afro-brasileira comemora o sesquicentenário de dois livros precursores: Trovas burlescas de Getulino, de Luís Gama, e Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Publicados ambos em 1859, colocam-se à frente de seu tempo e antecipam a perspectiva que distingue a vertente afro no seio da literatura brasileira tout court. Esse volume (em dois números) abre espaço para a reflexão sobre esses e outros autores ainda pouco estudados, e que explicitam a necessidade de uma maior atenção por parte da crítica acadêmica para as vozes que desafiam o cânone, desde o passado até a contemporaneidade.

    Volume publicado com patrocínio da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná.

  • Literatura afro-brasileira
    v. 17 n. 1

    Em 2009, a literatura afro-brasileira comemora o sesquicentenário de dois livros precursores: Trovas burlescas de Getulino, de Luís Gama, e Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Publicados ambos em 1859, colocam-se à frente de seu tempo e antecipam a perspectiva que distingue a vertente afro no seio da literatura brasileira tout court. Esse volume (em dois números) abre espaço para a reflexão sobre esses e outros autores ainda pouco estudados, e que explicitam a necessidade de uma maior atenção por parte da crítica acadêmica para as vozes que desafiam o cânone, desde o passado até a contemporaneidade.

    Volume publicado com patrocínio da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná.

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