Minha vida de menina, de Helena Morley: um olhar sobre os perfis das mulheres oitocentistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2018v35p45

Palavras-chave:

Helena Morley, Feminino, Mulheres oitocentistas

Resumo

Este artigo se propõe a fazer uma análise da obra Minha vida de menina, de Helena Morley, pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant, tendo em vista a representação do papel da mulher no período oitocentista brasileiro. Publicado em 1942, esse livro é a reunião dos escritos de um diário que Helena escreveu de 1893 a 1895, quando tinha entre 13 e 15 anos de idade. Nessa obra, há diversas personagens femininas, sobretudo a mãe, a avó e a irmã de Helena, que possuem comportamentos condizentes com o patriarcalismo vigente na época em que o poder se concentrava, predominantemente, na figura masculina. Por outro lado, apesar dessa condição, pode-se perceber que Helena consegue romper, até certo ponto, com alguns dos preceitos estereotípicos impostos à mulher brasileira do século XIX. A protagonista reflete e questiona o papel da mulher oitocentista brasileira, destacando, por vezes, as diferenças entre homens e mulheres na sociedade desse período.

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Biografia do Autor

Silvana Capelari Orsolin, Universidade Federal de Uberlândia

Mestranda em Estudos Literários pela Universidade Federal de Uberlândia

Carlos Augusto Melo, Universidade Federal de Uberlândia

Doutor em Teoria e História Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem na Universidade Estadual de Campina. Professor na Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

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Publicado

21-12-2018

Como Citar

ORSOLIN, S. C.; MELO, C. A. Minha vida de menina, de Helena Morley: um olhar sobre os perfis das mulheres oitocentistas. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 35, p. 45–98, 2018. DOI: 10.5433/1678-2054.2018v35p45. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/31208. Acesso em: 19 abr. 2024.