Avaliações externas e seus efeitos na subjetividade de professores

Resumo

O presente estudo pretende problematizar, dentro de uma perspectiva discursiva, alguns conceitos e representações que circulam no contexto escolar acerca da avaliação de desempenho do professor e o modo como incidem em suas práticas discursivo-pedagógicas, atentando para as mudanças de posição subjetiva ou discursiva vivenciadas pelo sujeito-professor que de avaliador do processo de ensino e aprendizagem passa a ser constantemente avaliado. Como material de pesquisa foram analisados trechos de um informe publicitário, redigido com o intuito de reforçar a proposta de avaliação inclusiva - e não punitiva - pretendida pelo Conselho Nacional de Educação. As contradições que vieram à tona na materialidade posta apontaram para a dificuldade de se estabelecer um processo de avaliação amplo, justo e imparcial, além de permitirem a compreensão do ressentimento demonstrado pelo professor, de modo geral, diante das avaliações externas. Novas noções e conceitos de avaliação formal são propostos a todo o momento, mas continuam a evocar velhas práticas punitivas e excludentes, bem como as mesmas representações do que seja avaliar e ser avaliado.