A memória nacional lusitana em O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2021v42n1p13

Palavras-chave:

Nação, Memória, História, Portugal

Resumo

Este trabalho tem como objetivo um estudo da obra O vento assobiando nas gruas (2007), da escritora portuguesa Lídia Jorge. O romance metaforiza, por meio da protagonista Milene Leandro, a nação lusitana, pós Revolução dos Cravos (1974), que oscila entre a grandiosidade do império e as transformações decorrentes desse acontecimento. Milene, diagnosticada com oligofrenia- doença que consiste na interrupção do desenvolvimento da inteligência- pode simbolizar uma nação com memória fantasiosa que lida mal com o passado beirando o esquecimento. Além disso, em um diálogo com a história do período colonial português, intentamos um estudo da memória nacional e seus desdobramentos com a descolonização. Para a efetivação da pesquisa, recorreremos a teóricos, como Beatriz Sarlo (2007), Jacques Le Goff (2003) e Pierre Nora (1993) para problematizar a relação entre história e memória. Maurice Halbwachs (1990) para visitar a memória coletiva, bem como a Benedict Anderson (2005), Ernest Renan (2005), Bhabha (1998) e Wander Melo Miranda (2010) para abordar nação e Eduardo Lourenço (1998) para situar o contexto português pós-74.

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Biografia do Autor

Clenir da Conceição Ribeiro, Universidade Federal de São João del-Rei

Mestranda em Letras na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil.

Eliana da Conceição Tolentino, Universidade Federal de São João del-Rei

Doutorado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Professora Associada da Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil.

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Publicado

28.05.2021

Como Citar

RIBEIRO, C. da C.; TOLENTINO, E. da C. A memória nacional lusitana em O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 42, n. 1, p. 13–24, 2021. DOI: 10.5433/1679-0383.2021v42n1p13. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/42224. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê