Internato médico rural na Serra Gaúcha: a experiência da Universidade de Caxias do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2021v42n1p59

Palavras-chave:

Educação médica, Atenção Primária à Saúde, Medicina de família e comunidade, Áreas rurais, Recursos humanos em saúd

Resumo

Um dos desafios das comunidades rurais e remotas é a dificuldade no recrutamento e a retenção de recursos humanos em saúde. A educação médica em áreas rurais é uma das estratégias para enfrentar tal deficiência. No Brasil, há relativamente poucos relatos de experiências de educação médica em áreas rurais, especialmente de duração prolongada, e há necessidade de se avaliar as existentes para contribuir com a formulação de políticas públicas. Este trabalho descreve o estágio rural do internato médico em Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Até agora, durante os treze anos desde seu início, mais de 550 estagiários passaram pelas unidades de saúde de quatro municípios da Serra Gaúcha. Reflexões sobre a experiência para a formação médica e para as políticas de recursos humanos são apresentadas. O estágio rural tem sido importante espaço de diversificação de cenário para educação, reforçando o papel da Atenção Primária à Saúde e da MFC, além de possibilitar a aproximação da Universidade com a comunidade, confirmando sua responsabilidade social. Os resultados contribuem para as estratégias de formação médica e para as políticas de recrutamento e retenção de recursos humanos na saúde para áreas rurais e remotas.

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Biografia do Autor

Leonardo Vieira Targa, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Doutorando em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Professor do Curso de Graduação em Medicina na Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.

Naiane Dartora Santos, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Professoras do Curso de Graduação em Medicina na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.

Fábio Schwalm, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Mestrando no Programa de Pós-graduação em Avaliação de Tecnologias para o SUS - GHC do Grupo Hospitalar Conceição, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Enrique Falceto de Barros, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Professor do Curso de Graduação em Medicina na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.

Vanessa Laubert La Porta, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Professoras do Curso de Graduação em Medicina na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.

Guilherme Toscani, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Mestrado em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Médico de Família na Unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) Zebert Kraupp e Clínico Geral no Ambulatório Geral Mário Jorge Vieira, Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Asdrubal Falavigna, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Doutorado em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, São Paulo, Brasil. Professor do Curso de Graduação em Medicina na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil

Tatiana Souza de Camargo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Professora  da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

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Publicado

2021-02-02

Como Citar

1.
Targa LV, Santos ND, Schwalm F, Barros EF de, La Porta VL, Toscani G, Falavigna A, Camargo TS de. Internato médico rural na Serra Gaúcha: a experiência da Universidade de Caxias do Sul. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 2º de fevereiro de 2021 [citado 28º de março de 2024];42(1):59-70. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/41087

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