Avaliação do índice de conicidade como preditor de risco cardiometabólico e suas associações em pacientes adultos submetidos a atendimento ambulatorial no Sul do Brasil

Autores

  • Bruna Martins Uarthe Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel
  • Alessandra Doumid Borges Pretto Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.
  • Khadija Bezerra Massaut Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.
  • Yanne Pereira Colvara Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.
  • Micaela Alvez Deniz Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.
  • Fabiana Barbosa Pacheco Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.
  • Ângela Nunes Moreira Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2019v40n2p157

Palavras-chave:

Indicadores antropométricos, Obesidade abdominal, Fatores de risco cardiovascular, Consumo alimentar.

Resumo

Objetivo: Avaliar índice de conicidade de pacientes adultos atendidos em um Ambulatório de Nutrição, associá-lo com presença de patologias e compará-lo a indicadores antropométricos quanto à sua eficácia como preditor de risco cardiometabólico. Metodologia: Estudo observacional com dados secundários de prontuários. Dados socioeconômicos, antropométricos (peso, índice de massa corporal, circunferência da cintura, do pescoço e índice de conicidade), número de consultas e hábitos de vida, foram obtidos e comparados entre a primeira e última consulta. As análises foram realizadas no pacote estatístico Stata® 11.1, com nível de significância de 5%. Resultados: Amostra constituída por 164 adultos, sendo 114 (70%) mulheres. A maioria apresentava hipertensão (45%), sedentarismo (48%), peso acima do ideal (90%) e valores de CC(82%), CP (82%) e IC (88%) acima do recomendado. A maioria apresentou perda de peso (77%), sendo que 29% perdeu mais de 5% do peso inicial, além de melhora significativa nos hábitos alimentares, principalmente pelas mulheres. O índice de conicidade associou-se significativamente com os indicadores antropométricos analisados; foi mais sensível nas mulheres quanto à classificação de risco de complicações metabólicas e cardiovasculares, e apresentou valores significativamente maiores nos hipertensos e diabéticos. Conclusão: É importante o acompanhamento nutricional para melhoria dos hábitos de vida dos pacientes, assim como a utilização do IC, que associou-se com hipertensão e diabetes,sendo mais sensível nas mulheres em relação ao risco de complicações cardiometabólicas do que a CC e CP, demonstrando ser um bom indicador antropométrico,capaz de possibilitar a detecção precoce da obesidade e da distribuição de gordura.

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Biografia do Autor

Bruna Martins Uarthe, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Graduanda em Nutrição. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Alessandra Doumid Borges Pretto, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Nutricionista, doutoranda em Saúde e Comportamento, Professor Adjunto A. Departamento de Nutrição. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Khadija Bezerra Massaut, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.

Nutricionista, Mestre em Nutrição e Alimentos. Programa de Pós Graduação em Nutrição e Alimentos. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Yanne Pereira Colvara, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.

Graduanda em Nutrição. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Micaela Alvez Deniz, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Graduanda em Nutrição. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Fabiana Barbosa Pacheco, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Nutricionista, Mestranda em Nutrição e Alimentos. Programa de Pós Graduação em Nutrição e Alimentos. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.

Ângela Nunes Moreira, Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas - UFPel.

Nutricionista, Doutora em Biotecnologia, Professora Adjunta. Departamento de Nutrição. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

1.
Uarthe BM, Pretto ADB, Massaut KB, Colvara YP, Deniz MA, Pacheco FB, Moreira Ângela N. Avaliação do índice de conicidade como preditor de risco cardiometabólico e suas associações em pacientes adultos submetidos a atendimento ambulatorial no Sul do Brasil. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 30º de novembro de 2019 [citado 29º de março de 2024];40(2):157-72. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/35001

Edição

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Artigos