Do genoma aos cromossomos: Inferências sobre as relações evolutivas e a biogeografia de peixes da família Notopteridae (Teleostei, Osteoglossiformes)

Autores

  • Felipe Faix Barby Universidade Federal de São Carlos
  • Ezequiel Aguiar de Oliveira Universidade Federal de São Carlos
  • Luiz Antônio Bertollo Universidade Federal de São Carlos
  • Marcelo Cioffi Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2017v38n1suplp156

Palavras-chave:

Osteoglossiformes, Gondwana, Citogenética, FISH, NGS

Resumo

Além de sua ampla distribuição geográfica, a ordem Osteoglossiformes representa uma das mais antigas linhagens de Teleósteos. Estes peixes tiveram uma origem Gondwanica (~ 227 Mya) e sua distribuição atual é reflexo direto das movimentações tectônicas ocorridas ao longo da história evolutiva da Terra. No entanto, os dados citogenéticos e genômicos são ainda esporádicos e bastante incompletos neste grupo de peixes, tornando impossível determinar as tendências evolutivas que ocorrem nesta ordem. A família Notopteridae possui 10 espécies distribuídas pelo continente Africano (3) e Asiático (7) e seus membros são popularmente conhecidos como “Peixes-faca”. No presente estudo foram realizadas abordagens cromossômicas e genômicas em 07 espécies de peixes-faca oriundas da Tailândia (Chitala blanci, C. ornata, C. lopis e Notopterus notopterus), Índia (C. chitala) e Nigéria (Xenomystus nigri e Papyrocranus afer), visando auxiliar na compreensão da diversidade apresentada por este grupo frente a sua atual distribuição geográfica. As espécies apresentam 2n=42 cromossomos acrocêntricos, com exceção de C. lopis e P. afer as quais apresentam 2n=38 e 2n=50, respectivamente. Adicionalmente, P. afer diferenciou-se das demais espécies por ser a única a apresentar também cromossomos de dois braços. O mapeamento cromossômico de diversas classes de DNAs repetitivos evidenciou um padrão geral compartilhado entre as espécies, com exceção de algumas poucas particularidades evidenciadas nas espécies P. afer, C. lopis e C. chitala. Adicionalmente, C. lopis também apresenta uma concentração de sequencias repetitivas co-localizadas como sítios teloméricos intersticiais (ITS) nos pares 1 e 3, evidenciando rearranjos cromossômicos ocorridos durante sua evolução cariotípica. Análise da diversidade genômica entre os grupos corroborou os dados cromossômicos e biogeográficos apontando C. chitala como possível espécie intermediaria entre os notopterídeos Africanos e Asiáticos. Atualmente a hipótese “Out-of-India” é a mais aceita para explicar a distribuição geográfica do grupo. Entretanto, aqui levantamos alternativas baseando nos tempos de divergência e na história biogeográfica da separação das massas Madagascar-Seychelles-Índia, indo de encontro com a diversidade cromossômica e molecular do grupo e sua distribuição geográfica atual.

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Biografia do Autor

Felipe Faix Barby, Universidade Federal de São Carlos

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP

Ezequiel Aguiar de Oliveira, Universidade Federal de São Carlos

Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso – SEDUC-MT, Cuiabá - MT

Luiz Antônio Bertollo, Universidade Federal de São Carlos

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP

Marcelo Cioffi, Universidade Federal de São Carlos

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP

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Publicado

2018-02-16

Como Citar

1.
Barby FF, Oliveira EA de, Bertollo LA, Cioffi M. Do genoma aos cromossomos: Inferências sobre as relações evolutivas e a biogeografia de peixes da família Notopteridae (Teleostei, Osteoglossiformes). Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 16º de fevereiro de 2018 [citado 19º de abril de 2024];38(1supl):156. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/29311