Controle biológico da mancha bacteriana do tomateiro usando fungos sapróbios do semiárido nordestino do Brasil

Autores

  • Douglas Casaroto Peitl Universidade Estadual de Londrina
  • Felipe Andre Araujo Universidade Estadual de Londrina
  • Ricardo Marcelo Gonçalves Universidade Estadual de Londrina
  • Ciro Hideki Sumida Universidade Estadual de Londrina
  • Maria Isabel Balbi-Peña Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2017v38n3p1251

Palavras-chave:

Acibenzolar-S-metílico, Antibiose, Metabólitos fúngicos, Xanthomonas euvesicatoria.

Resumo

A mancha bacteriana do tomateiro causada por Xanthomonas spp. é uma doença frequente nos campos de cultivo, provocando importantes perdas econômicas. Devido à dificuldade de controle com os métodos tradicionais, novas ferramentas de manejo para esta doença, como o controle biológico e a indução de resistência vêm ganhando destaque. O objetivo desse trabalho foi a seleção de fungos sapróbios do semiárido nordestino brasileiro para o controle biológico da mancha bacteriana do tomateiro. Inicialmente, com o objetivo de selecionar os isolados que apresentassem melhor controle da mancha bacteriana, foi montado um ensaio em casa de vegetação com tomateiros (‘Santa Cruz Kada’) tratados com os filtrados de 25 fungos sapróbios e inoculados com a bactéria Xanthomonas euvesicatoria três dias depois. Foram selecionados os isolados de Memnoniella levispora, Periconia hispidula, Zygosporium echinosporum e Chloridium virescens var. virescens. Filtrados e voláteis fúngicos desses quatro isolados foram testados in vitro, para se determinar a sensibilidade da bactéria fitopatogênica, e in vivo em tomateiros (‘Santa Cruz Kada’) tratados e inoculados com X. euvesicatoria. A incorporação de metabólitos não voláteis dos fungos no meio de cultura a 5% e 50% (v/v) controlou o crescimento da bactéria em até 28,9% e 53,8%, respectivamente. Os compostos voláteis produzidos por C. virescens var. virescens inibiram até 25,9% das unidades formadoras de colônias. Com relação ao experimento in vivo, todos os tratamentos testados reduziram de 62,4 a 71,3% a área abaixo da curva de progresso da mancha bacteriana, mostrando nível de controle igual ao indutor de resistência comercial utilizado como controle positivo (acibenzolar-S-metílico). A sistemicidade deste controle foi confirmada em outro experimento, onde a aplicação dos tratamentos somente na terceira folha determinou menor severidade da doença na quarta folha (exceto para C. virescens var. virescens). Conclui-se que M. levispora, P. hispidula, Z. echinosporum e C. virescens var. virescens apresentaram potencial de biocontrole da mancha bacteriana do tomateiro. Estudos futuros são necessários para elucidar a natureza do controle da doença exercido pelos fungos sapróbios.

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Biografia do Autor

Douglas Casaroto Peitl, Universidade Estadual de Londrina

M.e, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, PR, Brasil.

Felipe Andre Araujo, Universidade Estadual de Londrina

Discente curso de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UEL, PR, Brasil.

Ricardo Marcelo Gonçalves, Universidade Estadual de Londrina

Pós-Doutorando, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UEL, PR, Brasil.

Ciro Hideki Sumida, Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr., Departamento de Agronomia, UEL, PR, Brasil.

Maria Isabel Balbi-Peña, Universidade Estadual de Londrina

Profa Dra, Departamento de Agronomia, UEL, PR, Brasil.

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Publicado

2017-06-13

Como Citar

Peitl, D. C., Araujo, F. A., Gonçalves, R. M., Sumida, C. H., & Balbi-Peña, M. I. (2017). Controle biológico da mancha bacteriana do tomateiro usando fungos sapróbios do semiárido nordestino do Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 38(3), 1251–1264. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2017v38n3p1251

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