As mediações culturais da festa

Autores

  • Rita Amaral Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.1998v3n1p13

Palavras-chave:

Teoria antropológica, Festa, Sociedade, Rito, Sagrado

Resumo

As teorias sobre a festa, em antropologia, costumam pensá-la como evento com dois significados principais: negar ou destruir simbolicamente a sociedade tal como se encontra estabelecida, ou reafirmar o modo pelo qual se encontra organizada, através do enfrentamento, por um curto período, do caos proposto por ela. Este artigo propõe pensá-la como fenômeno que estabelece a mediação dos dois sentidos, destruindo o que se considera deletério e reafirmando os valores reconhecidos como legítimos. Ao mesmo tempo, num nível mais pragmático, pensa a festa como mediação entre vários pares de oposição: acumulação e desperdício, passado e presente, história e mito, sagrado e profano, e vários outros, propondo-a como mediação social universal por excelência.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Rita Amaral, Universidade de São Paulo - USP

Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo - USP.

Referências

AMARAL, Rita de Cássia. Povo-de-santo, povo-de-festa. Estudo antropológico do estilo de vida dos adeptos do candomblé paulista. São Paulo: USP, 1992. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social.

AMARAL, Rita de Cássia. Cidade em festa. O povo de santo (e outros povos) comemora em São Paulo. In: MAGNANI, José Guilherme; TORRES, Lilian de Lucca (org.). Na metrópole. Textos de Antropologia Urbana. São Paulo: EDUSP, 1996.

AMARAL, Rita de Cássia. Festa à brasileira - Significados do festejar, no país que "não é serio". 1998. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 1998.

BALANDIER, Georges. Sens et puissance: les dinarniques sociales. Paris: PUF, 1971.

BALANDIER, Georges. O poder em cena. Brasília: UnB, 1982.

BATAILLE, Georges. Théorie de la religion. Paris: Gallimard, 1973.

BOAS, Franz. The mind ofprimitive mano. New York, 1911.

BRANDÃO, Carlos R. O divino, o santo e a senhora. Rio de Janeiro: Funarte, 1973. (Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro).

BRANDÃO, Carlos R. Memória do sagrado. Estudos de religião e ritual. São Paulo: Ed. Paulinas, 1985.

BRANDÃO, Carlos R. A cultura na rua. Campinas: Papirus Editores, 1989.

CAILLOIS, Roger. L'homme etle sacré. Paris: Gallimard, 1950.

CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1969. v. 2

DA MATTA, Roberto. Carnavais. malandros e heróis - Para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

DURKHEIM, Émile. Lesformes élémentaires da la vie réligieuse. Paris: PUF, 1968.

DUVIGNAUD, Jean. Festas e civilizações. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.

ELIADE, Mircea. EI mito dei eterno retomo. Madrid: Alianza Editorial, 1972.

REIRE, Gilberto. Casa grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 1995.

FREUD, Sigmund. Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1974.

GIRARD, Renê. A violência e o sagrado. São Paulo: Unesp: Paz e Terra, 1990.

GLUCKMAN, Max. Les rites de passage. In: GLUCKMAN, Max (org). Essays on the ritual of social relations. Manchester: Manchester University Press, 1966.

GLUCKMAN, Max. Rituais de rebelião no sudeste da África. Cadernos de Antropologia, Brasília: Universidade de Brasília, n. 4, 1974.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens. Paris: Gallimard, 1951.

ISAMBERT, François-André. Le sens du sacré - fête et religion populaire. Paris: Les Éditions de Minuit, 1982.

LEACH, Edmund. Ritualization in man in relation to conceptual and social development. In: LESSA, W. & VOGT, E. (org.). Reader in comparative religion. New York: Harper and How, 1972.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. São Paulo: Nacional, 1976.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Histoire et ethnologie. In: Annales E. S. C. Histoire et Sciences Sociales. Paris, 1983.

MAFFESOLI, Michel. A sombra de Dionísio - Contribuição a uma sociologia da orgia. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

MAGNAT'II, José Guilherme C. Festa 110 pedaço. São Paulo: Brasiliense, 1984.

MAUSS, Mareei; HUBERT, Henry. Essai sur la nature et la fonetion du saerifice. In: MAUSS, MareeI. Oeuvres. Paris: Éditions de Minuit, 1968.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo, EPU/EDUSP, 1974.

MORAES FILHO, Mello. Festas e tradições populares 110 Brasil. São Paulo: EDUSP/Itatiaia, 1979.

OZOUF, Mona. La fête révolutionnaire - 1789-1799. Paris: Gallimard, 1986.

QUEIROZ, Maria Isaura P. Carnaval brasileiro - O vivido e o mito. São Paulo: Brasiliense, 1992.

ROUSSEAU, Jean-Jaeques. Lettre à d' Alembert sur les spetacles et considérations sur le govemement de la Pologne. In: ROUSSEAU, Jean-Jaeques. Oeuvres completes. Paris: Gallimard, 1962. (Bibliotbeque de la Pleiade)

TAUSSIG, Miehael. Mimesis and alterity - A particular histpry of the senses. London: Routlege, 1992.

Downloads

Publicado

1998-06-15

Como Citar

AMARAL, R. As mediações culturais da festa. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 3, n. 1, p. 13–22, 1998. DOI: 10.5433/2176-6665.1998v3n1p13. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/9314. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos