Doença, política e subjetividade no ativismo soropositivo no estado do Paraná

Autores

  • Tiago Moreira dos Santos Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2006v11n2p29

Palavras-chave:

Ativismo soropositivo, Saúde/doença, Política, Narrativa, Pessoa, Corporalidade

Resumo

O autor analisa os modos pelos quais um grupo de ativistas soropositivos dão sentido e conectam experiência da doença e política. O foco está no sentido e na interpretação elaborados pelo grupo, aí a emergência de um modelo nativo que congrega doença e política sob a base de categorias comuns é visto como parte do processo de produção de uma subjetividade ativista e uma estratégia de deslocamento em relação à margem. A pesquisa deteve-se em grande parte na análise de narrativas, o ato de narrar encarado como momento em que experiências comuns puderam ser partilhadas e reelaboradas sob a perspectiva de um sujeito coletivo. Em um olhar desde as narrativas o ativismo é entendido como uma teoria sobre o mundo e como realidade vivida. Para o autor esta teoria erguida sob o patamar de categorias, são estas também que sustentam e dão sentido à experiência. É assim também que este modelo também leva a pensar dimensões como as da pessoa e da corporalidade e como elas são vividas a partir do ativismo.

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Biografia do Autor

Tiago Moreira dos Santos, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutor em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. 

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Publicado

2006-07-15

Como Citar

SANTOS, T. M. dos. Doença, política e subjetividade no ativismo soropositivo no estado do Paraná. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 11, n. 2, p. 29–44, 2006. DOI: 10.5433/2176-6665.2006v11n2p29. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/8979. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê