Cultura e subjetividade – campos de continuidade e ruptura: a história de Mukhtar Mai

Autores

  • Jennifer Perroni Universidade Federal Fluminense - UFF

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n1p200

Palavras-chave:

Cultura, Violência de gênero, Dominação masculina

Resumo

No ano de 2002 a paquistanesa Mukhtar Mai foi condenada a um estupro coletivo pelo crime de seu irmão. Infelizmente situações como essa não podem ser consideradas raras no Paquistão, onde o estupro como forma de resolver conflitos entre famílias é uma prática comum. Assim, o mais impressionante nessa história talvez tenha sido justamente a reação dessa mulher que ao invés de se resignar ao silêncio ou cometer o suicídio, comum nesses casos, iniciou um processo de superação, denúncia, e luta pelos direitos das mulheres em seu país. Através dessa história podemos perceber como tradição e cultura permeiam as ações e representações de um povo onde o corpo feminino ainda representa um objeto que pode ser usado para a honra ou vergonha do clã. Mas esse mesmo sistema de valores também possibilita o surgimento de indivíduos que conseguem romper com um determinado padrão de subordinação.

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Biografia do Autor

Jennifer Perroni, Universidade Federal Fluminense - UFF

Mestre em Política Social pela Universidade Federal Fluminense - UFF. 

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Publicado

2009-07-15

Como Citar

PERRONI, J. Cultura e subjetividade – campos de continuidade e ruptura: a história de Mukhtar Mai. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 14, n. 1, p. 200–217, 2009. DOI: 10.5433/2176-6665.2009v14n1p200. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/3357. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos