Os últimos serão os primeiros, ou do prisma de formação caribenha como descolonização do ser

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2018v23n3p276

Palavras-chave:

Fanon, Colonialidade, Caribe, Relações raciais

Resumo

Este trabalho segue as pistas de um comentário feito por Stuart Hall acerca de sua própria trajetória, por ele qualificada a partir da ideia de “prisma de formação caribenha”. O tema é abordado aqui pelo escopo da emancipação, argumentando que a busca pela realização de universais políticos, em particular o de liberdade, ganha tons específicos no mar do Caribe. Esses tons são, em última instância, onde reside o potencial descolonizador do ser, tal como fora desenvolvido por Nelson Maldonado-Torres. Discute-se como uma tradição de discussão sobre a temática da emancipação que remonta a Hegel é nas mãos de um autor caribenho, Fanon, deslocada por tal prisma de formação caribenha. Por fim, argumenta-se que o movimento realizado por Fanon não se limita apenas à sua obra, mas encontra expressão intelectual em outros autores da região, e que uma Sociologia Política do Atlântico Negro deve levar a sério esse engajamento específico possibilitado pelo “prisma” como categoria analítica.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Erik W B Borda, Faculdade Metropolitana - FGV

Doutorando em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professor da Faculdade Metropolitana - FGV.

Referências

ARENDT, Hannah. Da revolução. Brasília: Editora da UNB, 1988.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117, maio/ago. 2013.

BORDA, Eric W. B. Que Fanon é esse na teoria cultural contemporânea?. Florestan, São Carlos, ano 1, n. 2, p.133-152, 2014.

BUCK-MORSS, Susan. Hegel, Haiti, and Universal History. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 2009.

DUDLEY, Will. O idealismo alemão. Petrópolis: Vozes, 2013.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz da Fora: Editora da UFJF, 2005.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.

FAUSTINO, Deivison Mendes. Por que Fanon, por que agora?”: Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil. 2015. Tese (Doutorado em Sociologia) - UFSCar, São Carlos, 2015.

FISCHER, Sibylle. Modernity disavowed: Haiti and the cultures of slavery in the age of revolution. Durham: Duke University Press, 2004.

GILROY, Paul. O Atlântico negro. São Paulo: Editora 34, 2009.

HALL, Stuart. Epilogue: through the prism of an intellectual life. In: HALL, Stuart. Culture, politics, race and diaspora. Kingston: Ian Randle Publishers, 2007. Chapter 13.

HALL, Stuart. Antiguas y nuevas identidades y etnicidades. In: HALL, Stuart.Sin garantías: trayectorias y problemáticas en estudios culturales. Popayán: Envión, 2010. Chapter 14.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes, 1992.

JAMES, Cyril Lionel Robert. Os jacobinos negros. Campinas: Boitempo, 2010.

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: que é esclarecimento? In: KANT, Immanuel. Textos seletos. Petrópolis: Vozes, 1985.p. 100-117.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramon (Coord.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Iesco-Pensar-Siglo del Hombre, 2007.

ROBERTS, Neil. Freedom as marronage. Chicago: The University of Chicago Press, 2015.

ROLLINS, Judith. And the Last Shall Be First’: the master-slave dialectic in Hegel, Nietzsche and Fanon. Human Architecture: Journal of the Sociology of Self-Knowledge, v. 5, n. 3, Article 16, 2007.

TROUILLOT, Michel-Rolph. Silencing the past: power and the production of history. Boston: Beacon Press, 1995.

TSING, Anna Lowenhaupt. Friction: an ethnography of global connection. Princeton: Princeton University Press, 2005.

Downloads

Publicado

2018-12-29

Como Citar

BORDA, E. W. B. Os últimos serão os primeiros, ou do prisma de formação caribenha como descolonização do ser. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 23, n. 3, p. 276–295, 2018. DOI: 10.5433/2176-6665.2018v23n3p276. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/30175. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos